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Qual é a melhor petroleira? Veja a análise comparativa entre 3R Petroleum (RRRP3), PetroRio (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3)

Em novo vídeo, a analista da Empiricus Larissa Quaresma analisa três petroleiras privadas listadas na Bolsa

Por Melissa Bumaschny Charchat

17 maio 2022, 17:48 - atualizado em 17 maio 2022, 17:48

posto de extração de petróleo
Veja quais são as petroleiras privadas para surfar na onda da alta no barril de petróleo. Fonte: Freepik

Considerando riscos de interferência política e possíveis alterações na política de preços de combustível, é possível que a Petrobras (PETR4) não seja a escolha de muitos investidores.

Mas existem outras opções de petroleiras no radar para surfar a onda da alta dos barris de petróleo. Estas são: PetroRio (PRIO3); 3R Petroleum (RRRP3); e Petrorecôncavo (RECV3).

A analista da Empiricus Larissa Quaresma avalia essas três petroleiras privadas e revela os principais pontos de seus respectivos balanços referentes ao 1T22.

1. PetroRio (PRIO3)

A PetroRio (PRIO3) é a maior entre as 3 petroleiras destacadas. 

Sua produção registrada no balanço de resultados do 1T22 foi de, em média, 35.189 barris de óleo equivalente extraídos por dia, configurando aumento de 9% na comparação trimestral.

Já a receita foi de R$ 1,5 bilhões, 11% a menos que o 4T21. A queda se deve à cotação do dólar, segundo Larissa, que caiu no 1T22.

Outro fator importante de se atentar é o custo de extração, sendo o da PetroRio o maior entre as 3 petroleiras, com um custo de U$ 11 por barril.

“Tanto a 3R quanto a Petrorecôncavo têm seus postos de petróleo em áreas terrestres ou em áreas marítimas de águas rasas, ao contrário da PetroRio, que concentra a maior parte de sua extração em águas profundas, método muito mais caro”, explica Larissa.

Em relação à margem Ebitda, que está vinculada à lucratividade da empresa, ficou em 62%.


Por fim, pensando em valuation, é observado o valor da empresa na Bolsa somado com a dívida dela divido pela quantidade total de reservas de petróleo (EV/Reservas). Esse valor ficou em R$ 52 por barril para a PetroRio.

2. PetroRecôncavo (RECV3)

O número de barris de óleo equivalente extraídos por dia pela petroleira foi próximo de 20 mil, com crescimento de 43% em relação ao 4T21.

Esse grande crescimento se traduz na receita que, no valor de R$ 789 milhões, registrou crescimento significativo de 133%.

Isso se deve ao fato de a PetroReconcavo, assim como outras empresas de commodities fazem, ter diminuído o seu volume de produção que estava hedgeado.

Como o preço do produto vendido varia de acordo com o cenário macro, sem que as empresas tenham um controle sobre ele, elas fazem um hedge, que consiste em travar o preço do barril de petróleo para que haja uma previsibilidade da receita.

Contudo, essa proteção pode configurar um risco também, já que se o preço do barril aumenta e a empresa o travou em um patamar mais baixo, haveria prejuízo por parte da empresa.

Olhando para o custo de extração, por conta de os postos serem em sua grande maioria terrestres ou em águas rasas, método mais barato, o valor ficou em US$ 9 por barril.

Quanto à margem Ebitda, foi de 63%, se colocando em um patamar praticamente igual ao registrado pela PetroRio.

Concluindo, o valuation medido por EV/Reservas ficou no valor de R$ 50 por barril.

3. 3R Petroleum (RRRP3)

A 3R Petroleum, comparativamente, é a menor entre as três companhias petroleiras, possuindo a menor quantidade de postos à sua disposição.

Quanto à sua produção, foi de 9.164 barris, reportando um aumento de 15% na comparação com o último trimestre.

Larissa explica porque a 3R não cresceu tanto: “A Petrobras está fazendo vários desinvestimentos de seus ativos para focar no pré-sal, e a 3R comprou vários desses”.

Entre os ativos, constam refinarias, campos de exploração terrestre e em águas rasas, entre outros. 

Porém, demora um tempo até que a empresa absorva esses ativos e passe a operar e reconhecer a produção, dada a necessidade de aprovação da ANP, entre outros protocolos.

“Nossa expectativa é que a 3R vá crescendo cada vez mais à medida que ela vá incorporando esses ativos”, afirma a analista.

A receita da companhia foi de R$ 375 milhões, crescendo 51% no período trimestral. 

O crescimento também está associado à companhia ter diminuído seu volume de produção hedgeado, podendo assim surfar a onda do aumento no preço dos barris decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Quanto ao custo de extração, assim como a PetroReconcavo, a 3R tem os postos terrestres ou em águas rasas, o valor ficou em US$ 9 por barril.

Esse custo recai em certa medida na lucratividade da companhia, que pode ser avaliada a partir da margem Ebitda. Essa métrica da 3R ficou em 53%.

Larissa explica por que, apesar do baixo custo de extração, a margem Ebitda da 3R foi a menor entre as 3 petroleiras: “De todas as empresas citadas, a 3R é a mais jovem”. 

Dessa forma, as despesas também acabam sendo elevadas. Com a incorporação dos novos ativos, essas despesas devem ser diluídas. 

“Com o tempo, esperamos que essa margem aumente para algo similar às das outras duas companhias”, conclui a analista.

Por fim, ao avaliar o valuation de acordo com o valor da empresa com dívidas dividido pela quantidade total de reservas, a 3R é de longe a mais barata, com R$ 19 por barril.

“Com certeza, a empresa ainda tem muito o que escalar na sua operação para poder diluir suas despesas e assim ampliar sua lucratividade”, afirma a analista

Ela conclui: “Com isso, esperamos que a 3R seja avaliada a mais de R$ 19 o barril, diminuindo essa distorção de valuation em relação às outras duas empresas”.

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero, é integrante da equipe de conteúdo da Empiricus e já atuou em social media e redação.