A Eneva (ENEV3), empresa de energia que atua na exploração e produção (E&P) de gás natural e fornecimento de energia termoelétrica, teve lucro líquido de R$ 184 milhões no 1T22, contração de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita da companhia recuou 20%, para R$ 760 milhões. As quedas nos resultados se devem à melhora do cenário hidrológico no país, que permitiu maior folga de geração de energia pelas hidrelétricas. Ou seja, a demanda por energia termelétrica observou queda de janeiro a março deste ano, afetando negativamente a Eneva.
Apesar disso, os analistas da Empiricus avaliam que as ações da Eneva seguem atrativas e descontadas para os investidores que buscam capturar retornos e bons dividendos no longo prazo.
Na avaliação da casa, a ENEV3 negocia a 20 vezes o seu lucro, um preço/lucro (P/L) que demonstra que os investidores apostam em um crescimento dos resultados futuros da companhia.
Eneva está nas carteiras Oportunidades de Uma Vida e Vacas Leiteiras.
Ebitda na mira da companhia
“Inserida em um segmento de maior previsibilidade, vemos a companhia empenhada em criar maior valor à sua base acionária por meio de crescimento orgânico e inorgânico, através de projetos bastante rentáveis no longo prazo”, pontua Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, que lidera o portfólio Oportunidades de Uma Vida, em recente relatório aos assinantes da série Palavra do Estrategista.
Quanto aos projetos orgânicos, Miranda se refere ao reinvestimento dos lucros da companhia em bacias para exploração e produção de gás natural, a exemplo do campo de Parnaíba VI, no Maranhão, e Azulão, bacia do Amazonas, ambas com previsão de início das operações no biênio 2025/2026.
Não à toa, segundo o analista, a Eneva consegue reinvestir os lucros a uma taxa interna de retorno (TIR) real acima de 15%, o que, por sua vez, tem efeitos positivos sobre o seu crescimento Ebitda. Com isso, a companhia ganha cada vez mais robustez em seu mercado de atuação e maior potencial de geração de lucros mais a frente.
No que se refere aos projetos inorgânicos, segue como principal investimento da companhia a aquisição vantajosa da Focus Energia, por aproximadamente R$ 715 milhões de reais, em dezembro de 2021.
“O efeito positivo dessa compra também foi sobre o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização [ebitda] da companhia”, comentou no relatório. Miranda se refere ao crescimento Ebitda da ENEV3 em 10,2% na base anual de comparação, que representa um valor estimado de R$ 492 milhões, sendo R$ 122 milhões desse total frutos da compra da Focus.
Nesse cenário, a empresa demonstra que vem conquistando cada vez mais eficiência no segmento de gás natural, transformando sua receita em geração de caixa operacional. “Bom para empresa, bom para o investidor que consegue ter maior previsibilidade sobre os negócios da companhia”, complementa.
Barata e com potencial de valorização
Rodolfo Amstalden, também fundador da Empiricus e um dos analistas que conduzem a carteira Vacas Leiteiras, pontua que um dos fatores que justificam a tese de investimento na Eneva.
“Quando olhamos o histórico da companhia, podemos enxergar o potencial de crescimento, uma administração eficiente e focada em captar bons retornos”, aponta Amstalden. “O que reflete no lucro líquido esperado de R$ 1 bilhão em 2022 para a companhia, do qual 25% fica para os acionistas conforme manda a lei”, adiciona.
Ao que Miranda complementa: “Trata-se de uma companhia que melhorou drasticamente sua estrutura de acionistas, alinhou a estrutura de capital, reduziu endividamento, ganhou liquidez e está pronta para surfar a melhora no mercado de gás e térmicas”.
Eles entram em consenso que a companhia se mostra empenhada em entregar gordos dividendos aos seus acionistas mais a frente. Atualmente, os papéis da Eneva são negociados a R$14,55.