Investimentos

Além da praticidade, por que buscar um ETF de criptoativos?

Analistas da Empiricus explicam tudo o que você precisa saber sobre ETFs para começar a investir no mundo cripto

Por Nicole Vasselai

01 jun 2022, 10:00 - atualizado em 02 jun 2022, 11:27

Imagem de uma moeda física alusiva ao Ethereum sendo segurada
Reprodução: Freepik

Quando falamos em ETFs (Exchange Traded Funds), o ponto que costuma chamar mais atenção dos investidores é a facilidade da aplicação, já que a barreira operacional é praticamente eliminada. Em apenas um clique você pode investir em uma série de ativos de uma vez.

No entanto, no caso das criptomoedas, por ser uma classe de ativos ainda em desenvolvimento no mercado, talvez surjam dúvidas se de fato vale a pena buscar um ETF para expor o portfólio a ela.

“O mercado cripto, assim como o de ações e de opções, exige uma agilidade operacional por parte do investidor que nem sempre é possível ter em meio à correria do dia a dia. Às vezes, em uma tarde ocorrem consequências de um ano”, explica Vinícius Bazan, especialista em criptoativos e analista das séries Crypto Legacy e Exponential Coins. “Então, pra que a pessoa não tenha que ficar sete dias por semana, 24 horas por dia, acompanhando os ativos, os fundos de investimento e os ETFs realmente são uma alternativa mais prática de fazer isso”.

Mas, segundo Bazan, esse tipo de aplicação conta com outras quatro vantagens que não são facilmente encontradas no investimento ativo:

1. Diversificação de segmentos de cripto sem se preocupar com a alocação da sua carteira

“Um ETF com uma seleção ponderada oferece exposição a diferentes segmentos em cripto e tende a proporcionar uma melhor performance do quando se tem apenas um ou outro ativo no portfólio. Acho muito arriscado colocar a responsabilidade de retorno em cima de só uma cripto. Se o segmento dela sofre, o portfólio derrete junto”, pontua.

Além disso, Bruno Mérola, analista responsável pela série Os Melhores Fundos de Investimentos e que tem estudado os fundos com exposição a cripto, compartilha dessa visão e acrescenta: “A diversificação é muito importante em qualquer caso, mas nessa classe de ativos em especial, porque minimiza as chances de que um projeto errado comprometa o desempenho da carteira como um todo, oferecendo uma relação entre risco e retorno melhor do que acreditar em ativos isolados”.

2. Segurança e custódia garantidas por uma instituição qualificada

Bazan explica também que o investidor não precisa se preocupar com a questão da segurança ao investir em um ETF, já que existe uma entidade qualificada que consegue proporcionar uma exposição com maior segurança.

Para ilustrar como funciona, Mérola exemplifica: “Esse é o caso dos ETFs que seguem o índice  Teva Criptomoedas Top 20, que leva em consideração as 20 maiores moedas em market cap, mas com algumas exclusões muito importantes, como memecoins e stablecoin. Um comitê do índice coloca uma série de filtros para os ativos para garantir que nenhum projeto duvidoso entre na carteira. Dentre os critérios está a garantia de que o ativo tenha sido em pelo menos duas das três corretoras de negociação selecionadas pelo índice e um volume mensal de negociação mínimo”.

3. Solução que busca superar a rentabilidade do bitcoin

Se você tem acompanhado o mercado cripto, sabe que as últimas semanas não têm sido fáceis para o bitcoin, embora ainda se configure como a cripto mais popular.

“Além do bitcoin não estar caminhando tão bem nos últimos meses, esse mercado tem se expandido de forma exponencial, o que nos permite conhecer cada vez novos segmentos e criptomoedas para surfar as inovações. Para se ter ideia, fizemos um teste na série Crypto Legacy e vimos que o índice Teva Criptomoedas Top 20 subiu bem mais em um período de quase 11 meses do que o bitcoin. E mesmo em uma janela de quase seis anos a divergência ainda é grande [clique aqui para conferir o relatório com a análise completa]”.

O argumento do especialista pode ser ilustrado pelos respectivos gráficos a seguir:

Teste da performance do índice comparado ao bitcoin no período compreendido entre 04/01/2021 e 30/11/2021 – Fonte: Teva
Teste da performance do índice comparado ao bitcoin no período compreendido entre 01/02/2016 e 30/11/2021 – Fonte: Teva

4. ETFs têm taxas mais competitivas

Por fim, Bazan cita a vantagem de ser mais barato investir por meio de fundos passivos: “Um ETF tem taxas mais moderadas quando comparado aos demais produtos disponíveis no mercado. Além disso, a gente não pode esquecer que não são cobradas taxas de performance, já que se trata de uma estratégia passiva. Aí é ainda mais vantajoso: o investidor leva uma bandeja com ativos de qualidade a um baixo custo”.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.