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Eletrobras (ELET6) reestatizada? Companhia do setor elétrico tem potencial de destravar mais de R$ 100 bilhões, mas eleição pode colocá-la em risco; entenda

Elétrica está prestes a distribuir dividendos espetaculares aos seus acionistas, mas o resultado das eleições pode mudar o jogo; saiba se ainda vale a pena investir

Por Fernanda Lopes

23 set 2022, 17:11 - atualizado em 20 dez 2022, 17:23

Eletrobras
Imagem: Divulgação

A privatização foi um verdadeiro divisor de águas para a Eletrobras (ELET6). A empresa, que passou os últimos 10 anos operando no vermelho, de repente destravou um potencial impressionante, e já valorizou 15% nos últimos três meses.

A elétrica está fazendo sucesso porque é praticamente consenso no mercado que a privatização tem o potencial de destravar valor para a empresa. O que deve se refletir numa maior porcentagem de lucro distribuída aos acionistas, isto é, dividendos.

Mas será que essa história é boa demais para ser verdade? Não devemos nos precipitar. Vários fatores condicionam a performance de uma companhia como a Eletrobras e, para compreender se o potencial da elétrica vale o investimento, é preciso entender como foi que ela chegou onde está.

Potencial de Eletrobras estava ‘escondido’ graças ao Regime de Cotas

Dispondo de 40% do mercado de transmissão de energia no país, a Eletrobras atingiu este nível de hegemonia graças ao impulsionamento estatal, a partir dos anos 60. Mas em 2012, a “bênção” tornou-se uma “maldição”. 

Com o estabelecimento do Regime de Cotas em 2012, a elétrica foi compelida a vender energia por preço de custo ao governo, como parte de um acordo que oferecia em troca a renovação do contrato de algumas hidrelétricas. 

O objetivo era diminuir o custo da energia em torno de 20% para o consumidor final, mas o “tiro saiu pela culatra” quando a crise hídrica afetou a produção das hidrelétricas, forçando um reajuste de 50% na energia nos anos seguintes, e afetando profundamente o setor.

O acordo levou a Eletrobras a níveis quase insustentáveis de endividamento, chegando a operar em 6 vezes dívida líquida sobre Ebitda – para você ter uma ideia, outras empresas do mesmo setor trabalhavam em um limite de 3 vezes.

A companhia custou a se recuperar, e, mesmo assim, não atingiu a eficiência observada em seus pares. A privatização, finalizada em junho deste ano, apresenta uma nova oportunidade para que a companhia “renasça das cinzas” depois de anos de sufoco, e muitos investidores estão confiantes.

Mas nem tudo são flores. Agora, em época de eleições presidenciais, somos forçados a questionar: será que o governo será um entrave à eficiência da Eletrobras no futuro, como foi antigamente? Existe a possibilidade de reestatização, ou o otimismo é justificado? É hora de investir em ELET6?

Reestatização da Eletrobras é uma possibilidade?

Faz sentido que a Eletrobras, uma empresa estratégica, seja pauta nas falas e planos de governo dos candidatos à presidência. E não é exagero dizer que, em meio ao otimismo diante da privatização, a possibilidade de reestatização da elétrica venha deixando os acionistas de “cabelo em pé”.

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Ciro Gomes, por exemplo, afirmou no mês passado estar com a engenharia pronta para retomar o controle da Eletrobras, caso seja eleito. O candidato sugere a recompra de ações ordinárias (com direito a voto), de modo a tornar o Estado acionista majoritário da elétrica. A compra seria realizada usando reservas cambiais e participação do BNDESPar.

Já Lula, que vem liderando as intenções de voto nas últimas pesquisas, afirma “não falar em rever privatização”, embora uma declaração recente de seu assessor econômico abra espaço para especulações sobre intervenções futuras em caso de vitória:

Diante desse cenário, o investidor pode ficar receoso quanto aos riscos de investir na Eletrobras. De um lado, a elétrica corre perigo com as ameaças de interferências políticas por parte dos candidatos à presidência. Mas, do outro, há uma “bolada” prestes a ser destravada aos acionistas.

Isso porque é esperado que o lucro da empresa cresça com o incremento de alguns setores, e que boa parte desse dinheiro vá para o bolso dos acionistas. Para você ter uma ideia, a elétrica tem o potencial de lucrar:

  • + R$ 5 bilhões por ano com a venda de produtos a preço de mercado, com o fim da cotização;
  • + R$ 87 bilhões em provisões e contingências para litígios;
  • + R$ 14 bilhões em créditos fiscais.

Mas se você está em dúvida, fique tranquilo. Em um relatório gratuito, Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus Research, respondeu o que exatamente você deve fazer com as ações ELET6.

A publicação, originalmente disponibilizada para assinantes da série Vacas Leiteiras da Empiricus Research, focada em ações pagadoras de dividendos, agora é oferecida como cortesia pela Empiricus Investimentos.

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Nele, Rodolfo e os demais analistas discutem se vale a pena investir nessa companhia que tem potencial para se tornar uma “máquina de dividendos”. O meu conselho é que você acesse o relatório gratuitamente para saber todos os detalhes antes de tomar sua decisão sobre a ação.

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Sobre o autor

Fernanda Lopes

Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência como pesquisadora e redatora.