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Recebíveis: como funcionam esses títulos? É possível investir neles?

Recebíveis são valores que uma empresa tem direito a receber, normalmente vindos de vendas a prazo. Saiba como os recebíveis funcionam e como investir neles.

Por Equipe Empiricus

10 out 2022, 22:46 - atualizado em 01 mar 2024, 17:09

Imagem representando os Recebíveis, mostrando um homem junto a cartões de crédito.

Os recebíveis são ativos muito utilizados por empresas que passam por algum imprevisto, ou por aquelas que precisam realizar melhorias em sua estrutura.

Nesse sentido, oferece a oportunidade de acessar uma quantidade significativa de dinheiro a juros muito baixos, sem a necessidade de contratar um empréstimo.

O que são recebíveis?

Os recebíveis são ativos financeiros que compõem o caixa de uma empresa, mas que ainda não foram recebidos. Esses recursos dizem respeito a vendas a prazo, representando assim um valor que será recebido no decorrer dos meses seguintes.

Nesse sentido, é comum a venda de produtos a prazo, tanto por empresas de grande quanto de pequeno porte. Principalmente quando essas vendas dizem respeito a produtos de valores elevados, o que faz com que grande parte da receita dessas empresas venha desses direitos creditórios.

Além das vendas a prazo, os recebíveis também abarcam as:

  • Vendas parceladas;
  • Duplicatas;
  • Carnês;
  • Cheques pré-datados;
  • Vendas por cartão de crédito.

Desse modo, podemos observar como os recebíveis são significativos para o caixa das empresas, e como esse é um ativo que deve ser gerido com muita cautela e estratégia, no planejamento financeiro da mesma. Principalmente nos casos de antecipação, que irão reverberar no futuro do caixa.

De forma geral, os direitos creditórios ou contas a receber, são elementos de extrema importância no universo financeiro das grandes, médias e pequenas empresas.

O que é a antecipação de recebíveis?

A antecipação de recebíveis diz respeito ao ato de adiantar os valores que irão cair na sua conta no futuro. Assim, é possível realizar essa ação em momentos de crise, evitando recorrer a empréstimos e financiamentos com altas taxas de juros.

Essa é uma operação legalizada e que conta com condições muito atraentes. Isso se deve ao fato de a mesma oferecer menos riscos, já que o dinheiro que será pego é seu e não de terceiros, e você poderá acessá-lo, apenas pagando uma pequena taxa para isso.

Assim, a antecipação de recebíveis diz respeito ao adiantamento de parcelas futuras e demais pagamentos, que estão previstos no seu controle financeiro.

Dessa forma, quando a instituição financeira comprar seus direitos creditórios, ela irá pagar um valor menor que o nominal, tornando-se dona deles.

Algumas das principais situações, que levam as empresas a antecipar esses valores, são:

  • Aumento de capital de giro;
  • Investimento em inovações e tecnologias;
  • Atendimento de demandas sazonais;
  • Contratação de funcionários temporários;
  • Investimentos para crescimento do negócio.

Portanto, a antecipação de direitos creditórios deve ser considerada para investimentos de curto e médio prazo. No caso do longo prazo, alguns tipos de financiamentos e captação de recursos podem ser mais vantajosos.

Exemplo de antecipação

Vamos imaginar que Paulo tem uma empresa que comercializa aparelhos eletrônicos. Paulo tem realizado muitas vendas, e seu capital de recebíveis atingiu a marca de R$100.000 (cem mil reais). É um valor muito bom para as expectativas do empresário, mas ele ainda não tem acesso a esse dinheiro.

Então, as melhorias que Paulo precisa fazer em sua empresa não podem ser realizadas, porque passarão muitos meses até que os R$100.000 reais de receita entrem no caixa.

Paulo precisa investir em infraestrutura e comprar equipamentos mais modernos, para atender bem os seus clientes, mas não tem esse valor na mão. A partir daí, ele começa a pensar sobre a possibilidade de antecipar seus direitos creditórios.

Ele descobre que pode contratar a antecipação por meio de bancos, fintechs, FIDCs (Fundos de Investimento em Diretos Creditórios) e as empresas de factoring, então escolhe a opção que tem as melhores condições e menor taxa de juros.

Assim, Paulo consegue acessar o seu dinheiro de forma antecipada. Veja como:

Valor dos recebíveis de PauloJuros que cobrados pela financeiraValor da antecipação a que Paulo terá direito
R$100.0001,5%R$98.500

Ao contratar o serviço de antecipação, Paulo terá acesso a R$98.500. Ele irá pagar R$1.500 de juros para a instituição financeira escolhida, que a partir daí será a detentora dos créditos anteriormente pertencentes a ele.

O que é a securitização de recebíveis?

A securitização nada mais é que um processo em que direitos creditórios são transformados em títulos, que podem ser adquiridos por investidores. Em outras palavras, a securitização de recebíveis é um processo que empresas realizam para ter acesso a pagamentos futuros.  

Um dos ramos em que essa modalidade de antecipação é muito comum, é nos empreendimentos imobiliários, nos quais as empreiteiras têm acesso a determinado valor gerado pelas aplicações financeiras de diversos investidores.

Ao optar pela securitização, a empresa evita empréstimos e endividamentos, podendo utilizar seus ativos futuros como instrumento de securitização.

No caso dos imóveis, ao vender um apartamento na planta, a construtora terá acesso a um capital de recebíveis que poderá ser securitizado (transformado em títulos).

Veja abaixo uma lista com os ativos mais securitizados:

  • Hipotecas ou empréstimos hipotecários;
  • Parcelas a receber de cartões de crédito;
  • Empréstimos educacionais;
  • Empréstimos bancários;
  • Leasing;
  • Financiamento de veículos;
  • Financiamento feito para taxistas;
  • Empréstimos realizados com franqueados.

Para securitizar um ativo, são necessários três agentes. O primeiro deles é o dono do ativo, o segundo é o intermediário, que terá a função de estruturar a operação e transformar o ativo em títulos, e o último é composto pelos investidores que irão adquirir os títulos. 

Algumas das principais vantagens do processo de securitização, envolvem a transformação de ativos ilíquidos em líquidos e a transparência das operações.

Exemplo de securitização

A securitização pode ser uma grande aliada de uma empresa que assumiu dívidas preocupantes, por exemplo.

Assim, vamos supor que uma empresa agrícola, para pagar suas dívidas sem precisar recorrer a um empréstimo com altas taxas de juros, decidiu contratar uma instituição financeira para transformar seus ativos em debêntures (títulos de dívida).

Dessa maneira, um investidor poderá comprar debêntures que irão remunerá-lo com uma taxa de juros atraente. Em troca, a financeira irá antecipar os direitos creditórios que o empreendimento precisa, possibilitando o pagamento das dívidas e a retomada do seu bom funcionamento.

Tipos de títulos

Direitos creditórios podem ser transformados em títulos nas modalidades CRI, CRA, FIDC e debêntures.

Entenda o que cada uma dessas siglas significa:

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O que são fundos de recebíveis?

Os fundos de recebíveis são compostos por títulos que têm lastro no setor imobiliário, assim também são conhecidos como fundos de papel.

Os recursos obtidos nesse tipo de investimento são alocados em títulos de renda fixa, como os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e as LCI (Letras de Crédito Imobiliário).

Nesse sentido, os fundos de recebíveis reúnem um grupo de investidores que estão interessados em adquirir títulos no mercado de imóveis, com a expectativa de rentabilidades atraentes no médio e longo prazo.

De forma geral, os direitos creditórios do setor imobiliário contam com três modalidades de investimento mais procuradas. São elas:

  • LCI – Letra de Crédito Imobiliário: quando o investidor está aplicando seu dinheiro em títulos que serão utilizados para compra ou financiamento do setor imobiliário;
  • CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários: emitido apenas por securitizadoras. O CRI capta recursos que serão utilizados para o financiamento de transações realizadas no setor imobiliário. Por mais que seu risco seja maior, a rentabilidade do CRI é mais alta que a LCI;
  • LH – Letras Hipotecárias: essa modalidade está atrelada a captação de recursos que serão destinados a hipotecas de clientes. Dentre seus concorrentes, esse é o título menos comum na carteira dos investidores.

Como investir em recebíveis?

Para investir em recebíveis, o primeiro passo é escolher uma opção que possa atender sua necessidade.

  • CRI: títulos de crédito nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em créditos imobiliários;
  • CRA: alienação fiduciária de terras agrícolas, Cessão fiduciária de direitos creditórios, penhor agrícola da produção, fiança, aval, entre outros produtos do agronegócio;
  • FIDC: debêntures, cédulas de crédito bancário, cartão de crédito, contratos de aluguel, duplicatas, cheques pré-datados, contratos mercantis e demais recebíveis comerciais, industriais e de serviços, entre outros;
  • Debêntures: conversíveis, simples, incentivadas e comuns;
  • Fundos de papel: Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Hipotecárias (LH).

Em suma, para investir em qualquer uma das opções listadas acima, é preciso realizar uma pesquisa acerca do produto e empresa por trás de cada modalidade. É possível escolher entre as muitas opções apresentadas pela corretora de sua confiança.

Por isso, escolha aqueles fundos que têm relação com seu perfil, seja ele mais conservador ou arrojado.

Em qualquer aplicação financeira, a melhor atitude é a diversificação! Por isso, procure investir em mais de um fundo de recebíveis e se concentre naqueles com maior potencial de crescimento.

Assim, você será contemplado por investimentos que rendem mais do que a renda fixa, e caso opte pelos fundos de papel, ainda estará isento do pagamento de IR.

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