O Santander Brasil (SANB11) divulgou na manhã desta quarta-feira (26) os resultados referentes ao terceiro trimestre de 2022 (3T22).
E os números decepcionaram.
A carteira de crédito historicamente mais voltada para a pessoa física fez com que a inadimplência prejudicasse substancialmente o resultado. No período, o lucro líquido gerencial foi de R$ 3,1 bilhão, queda de 24% contra o trimestre anterior.
A carteira de crédito cresceu 4% sequencialmente, para R$ 566 bilhões. A expansão foi puxada pelo crédito às grandes empresas e, na pessoa física, pelo consignado e imobiliário. Essas linhas, mais conservadoras, fizeram com que o spread médio caísse em 0,8 ponto porcentual, para 11%.
Com isso, a margem financeira bruta (receita de juros menos custos de captação) caiu 1%, para R$ 12,6 bilhões.
Inadimplência cresce no 3T22
O maior conservadorismo na concessão de crédito, entretanto, não foi suficiente para segurar o aumento da inadimplência, que reflete o comportamento das safras de crédito passadas. O índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias cresceu em 0,1 p.p. trimestralmente, e em 0,6 p.p. anualmente, para 3% da carteira de crédito total.
Por outro lado, esse patamar representa estabilidade em relação ao 3o trimestre de 2019, período “normalizado” pré-pandemia. De toda forma, esperamos que os atrasos continuem a aumentar nos próximos trimestres.
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 4,7 bilhões, queda trimestral de 3%, e anual, de 2%. A diminuição veio das menores receitas de administração de fundos, que estão mais focados na renda fixa, e de corretagem e colocação de títulos, refletindo a menor atividade do mercado de capitais.
As despesas gerais e administrativas cresceram 5% contra o trimestre anterior, o que reflete o acordo coletivo aplicado sobre a base salarial em setembro.
Lucro líquido e retorno sobre patrimônio líquido de SANB11 despencam
A combinação de receitas em queda com inadimplência e despesas em alta fez com que o lucro líquido caísse 24%.
Inevitavelmente, o retorno sobre patrimônio líquido também caiu, em 5 p.p., para 16%. Por mais que o aumento da inadimplência fosse esperado com mais intensidade para o Santander, a penalização do lucro foi acentuada. Com as concessões de crédito agora mais focadas em linhas conservadoras, a dupla de menor crescimento na receita + pressão nas despesas deve continuar a atuar de forma desfavorável para a companhia.
Sendo assim, mantemos nossa preferência por Itaú no setor bancário.
Confira o vídeo com a análise de Larissa Quaresma: