Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em alta nesta quarta-feira (26), seguindo as movimentações positivas dos mercados globais durante o pregão de ontem, com os rendimentos dos títulos globais recuando e o dólar americano enfraquecendo em relação às principais moedas asiáticas. Aliás, a maioria das moedas asiáticas subiu hoje, com os mercados apostando que os ventos contrários econômicos farão com que o Federal Reserve suavize sua postura hawkish, enquanto o yuan chinês subiu em meio a relatos de intervenção do governo nos mercados de câmbio. Sim, os investidores estão comprando ações com uma certa esperança de que o Fed dos EUA possa desacelerar o ritmo de aperto da política monetária em suas próximas reuniões. Até ontem, a sinalização reinava sobre os mercados. Nesta quarta-feira, porém, as coisas parecem um pouco mais difíceis de engolir (como dissemos, tinha muita afobação no movimento), com queda dos mercados europeus nesta manhã e dos futuros americanos. Em dia de agenda mais fraca, há pouco espaço para gatilhos que possam reverter a situação. A temporada de resultados segue aquecida. A ver… |
00:52 — Ninguém fala sobre o Copom em dia de Copom |
Hoje, depois do mercado, os investidores locais ficam sabendo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Contudo, há pouca atenção para o evento, uma vez que está bastante claro que a autoridade deverá manter a taxa inalterada em 13,75% ao ano. Resta, portanto, ler o comunicado que acompanha a decisão, que deverá continuar com seu tom duro e cauteloso. Provavelmente, só teremos uma redução dos juros a partir do segundo semestre do ano que vem. Enquanto o Banco Central se diz vigilante com a inflação, o mercado local se mostra atento ao contexto eleitoral e com a temporada de resultados. Com poucos pregões até o segundo turno, nos resta esperar que os ânimos fiquem mais moderados, enquanto os ativos voltam a precificar Lula como o vencedor mais provável, depois do rali das estatais na semana passada. Entre os resultados, vale dar uma olhada em Santander, que inaugura a entrega dos grandes bancos, setor importante para o mercado local. |
01:40 — Agenda econômica esvaziada, porém com os resultados |
Nos EUA, na falta de vetores econômicos — dados de estoque de varejo e atacado fazem parte do cronograma do dia, bem como as vendas de casas novas, mas nada muito relevante para os ativos neste contexto que vivemos —, os investidores se debruçam sobre a rodada de resultados corporativos do terceiro trimestre do dia. Vale lembrar que, sazonalmente, o período de novembro a abril é historicamente a melhor metade do ano para o mercado, o que dá um certo alívio. Entre os nomes do dia, vale o destaque para a Boeing, Bristol Myers Squibb, CME Group, Ford Motor Hess, Kraft Heinz, Meta (Facebook) e O’Reilly Automotive. Destaque para o penúltimo nome que trouxemos, o Facebook (o atual Meta). Com mais de 60% de queda de suas ações desde a máxima, em setembro do ano passado, há um futuro incerto sobre as iniciativas recentes da companhia. Reestruturação com demissão de funcionários não está descartada. Os números dos trimestres serão definitivos para isso. |
02:27 — Como começou para as Big Techs? |
Depois de subir pela terceira vez na semana, os investidores se preparam hoje para uma correção. Se espera que novembro possa trazer uma espécie de rali de Natal, mas as condições econômicas e a chance de a temporada de resultados virar para o negativo impedem otimismo quanto a isso. Não podemos nos esquecer da conversa de recessão, nem do fato de que juros mais altos vieram para ficar. Para o dia, enquanto esperamos os resultados do Facebook, digerimos os números da Alphabet (dona da Google) e da Microsoft, que devem repercutir mal no mercado. Enquanto a primeira acabou entregando números abaixo do esperado, a segunda veio melhor do que o esperado. Contudo, por conta do guidance, as duas companhias caiam no after-hours de ontem, bem como caem no pre-market desta manhã. A receita de publicidade do Google aumentou apenas 2,5% na comparação anual, para cerca de US$ 54,5 bilhões, abaixo das expectativas (os anunciantes estão reduzindo os gastos com marketing à medida que as perspectivas econômicas globais pioraram). A receita de anúncios do YouTube também ficou aquém, sendo que a receita do Google Cloud Platform foi a única que superou as estimativas. Enquanto isso, a Microsoft aumentou 11% sua receita, para US$ 50,1 bilhões. No segmento de nuvem, monitorado de perto pelo mercado, a receita aumentou 20% na comparação anual, mas o mercado esperava mais. No final do dia, os resultados parecem uma evidência clara de que o negócio de nuvem da empresa não está totalmente imune a uma economia em desaceleração como a atual. |
03:44 — A volatilidade das moedas asiáticas |
Na China, o yuan subiu 0,2% hoje, recuperando-se da baixa recente, que encostou no menor patamar em quase 15 anos. Basicamente, os principais bancos estatais chineses venderam dólares para apoiar o yuan em meio à recente fraqueza da moeda, volátil com as incertezas sobre o futuro do país. Preocupações com o clima político da China fizeram com que o yuan caísse acentuadamente nos últimos pregões, com a moeda atingindo uma baixa recorde. Os mercados também ficaram desapontados com os dados do PIB do terceiro trimestre, que ficaram abaixo da orientação do Banco Popular da China. Além disso, ainda percebemos que os investidores estão cautelosos com quaisquer políticas mais disruptivas da China, depois que Pequim reiterou seu compromisso de manter sua rígida política de “zero Covid” durante o Congresso. Naturalmente, o futuro da moeda chinesa é importante para o mundo, considerando a relevância da economia. |
04:28 — As preocupações energéticas |
Como sabemos, o mundo está no meio de uma grande crise energética global (talvez a primeira nesta escala, pelo menos no mundo globalizado de hoje. Os problemas no mercado de gás com a guerra da Rússia na Ucrânia e a recente decisão da Opep+ de cortar a oferta em 2 milhões de barris por dia (ou cerca de 2% da oferta global) caem sobre o mercado como uma bomba. Levando em conta que várias economias ao redor do mundo estão à beira de uma recessão, uma crise energética só deixa a situação mais instável. Para piorar, sabemos que são principalmente os países emergentes e em desenvolvimento que sofrem mais, considerando suas taxas de importação de energia (no geral, importadores de petróleo e outros combustíveis) e moedas mais fracas. O aprofundamento da crise ainda está sendo sentido em todo o mundo e em muitos setores, à medida que cresce em profundidade e complexidade — antes de 24 de fevereiro, a Rússia era o principal exportador mundial de alimentos para combustível, incluindo petróleo, gás e carvão. Enquanto uma resolução pacífica para o conflito permanecer fora de alcance, a volatilidade permanecerá enraizada nos mercados |