O Meta Platforms (Nasdaq: META | B3: M1TA34), empresa das redes sociais Instagram, Facebook e WhatsApp, divulgou nesta quarta-feira (27) seus esperados resultados do 3T22.
E se o mercado pediu “truco”, Mark Zuckerberg acaba de gritar seis!
Como tem sido o caso nos últimos trimestres, a expectativa era grande, com o mercado extremamente pessimista com a capacidade da empresa em seguir crescendo. Isso sem falar na enorme sangria de capital advinda das iniciativas de realidade aumentada.
Afinal, como ficaram os resultados da Meta neste 3T22?
A receita do Meta encolheu 4% em relação a 2021, somando US$ 27,7 bilhões, o que é pouco mais de US$ 300 milhões acima da expectativa do mercado.
A quantidade de usuários ativos mensalmente na divisão “Família de Aplicativos”, que consolida as operações de Instagram, Facebook e Whatsapp, somou 3,71 bilhões de pessoas, aumento de 4% na comparação anual.
O número de usuários ativos diariamente foi de 2,93 bilhão, também 4% superior na comparação anual. Ambos surpreenderam positivamente, ainda mais num contexto em que o mercado se preocupa cada vez mais com a competição com o TikTok.
A quantidade de impressões (anúncios) entre as plataformas cresceu 17%, porém o preço médio por anúncio, seguindo as conhecidas pressões derivadas da mudança na política de privacidade da Apple, diminuiu 18% na comparação com 3T21.
Esse mix, de mais slots de anúncios e menor receita unitária, mostra que o Meta tem obtido um sucesso crescente em promover a adoção do Reels.
Assim como foi o caso do Stories, em meados de 2017 e 2018, a escalabilidade da funcionalidade vem com a adoção inicial dos usuários e a subsequente chegada dos anunciantes.
Se a história vai se repetir com o Reels, apenas o tempo dirá.
Metaverso e as novas estratégias da Meta
A divisão “reality labs”, que compila as iniciativas da companhia relacionadas ao metaverso, somou US$ 285 milhões em receitas, uma queda de 48% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 3,6 bilhões.
Esse prejuízo foi 38% maior que no mesmo trimestre do ano passado.
Escrevi bastante nas últimas semanas sobre as novas tecnologias que a empresa tem trazido para o mercado. Entretanto, o ambiente macroeconômico certamente não ajuda a comercialização de uma tecnologia embrionária, ainda sem muitos usos e repleta de necessidades de melhoria.
A nova geração de dispostos Quest é substancialmente mais cara que a sua antecessora, e imagino que as vendas dependerão bastante do segmento corporativo (que é inclusive o foco dos aplicativos da família Horizon).
Ao final do trimestre, a margem operacional foi de 20%, cerca de 14 pontos percentuais inferior ao 3T21, explicada pelo ritmo elevado de investimentos no Reels, na divisão “Reality Labs” e os pesados investimentos na construção de uma das infraestruturas mais modernas do mercado para implementação de inteligência artificial.
Tudo na conta, o Meta gerou apenas US$ 173 milhões em fluxo de caixa livre para o acionista.
Resultado da Meta não é lá dos melhores
No geral, o resultado confirmou a desaceleração da indústria de advertisement, visto anteriormente no resultado do Snapchat e do Google (mais precisamente, no Youtube) e não pode ser lido como algo positivo.
Olhando o copo meio cheio, os resultados também mostram que o Meta tem conseguido se adaptar à sua maior ameaça, o TikTok.
No pregão noturno, suas ações recuavam 13%.
Negociado a 12 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses e realizando investimentos bilionários em realidade aumentada, as ações são uma das principais posições do MoneyBets Metaverso, nosso portfólio na Empiricus focado em apostas altamente especulativas.