O Itaú (ITUB4) divulgou ontem (10), após o fechamento do mercado, números sólidos para o 3T22. O resultado veio em linha com o esperado, sem grandes surpresas em nenhuma dos segmentos.
Na vertical de crédito, a carteira total atingiu R$ 967 bilhões, crescimento de 3% contra o trimestre anterior. A expansão foi puxada pelas linhas de crédito pessoal (+7%), crédito imobiliário (+6%) e financiamento ao comércio exterior (+6%).
Com esse crescimento, além do impacto positivo do juro maior na remuneração do capital de giro, a margem financeira com clientes (receita de juros menos custo de captação) cresceu 6% trimestralmente.
Por sua vez, a margem com o mercado, que reflete o resultado da tesouraria, caiu 21% na mesma comparação – esse efeito era esperado e ocorreu também nos demais bancos; mas, no caso do Itaú, pelo menos essa linha ainda foi positiva (em R$ 516 milhões). Santander e Bradesco, por exemplo, entregaram prejuízos superiores a R$ 1 bilhão nessa métrica. Sendo assim, a margem financeira total do Itaú (clientes+mercado) ficou em R$ 23,9 bilhões, expansão trimestral de 6%.
Inadimplência: banco foi menos afetado que seus principais pares
O Itaú também foi afetado pelo aumento sistêmico da inadimplência no país, mas, conforme esperávamos, o impacto foi bem menor que para os pares.
O índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias cresceu 0,1 p.p., para 2,8% da carteira de crédito – para os pares privados, o aumento foi de, no mínimo, 0,3 p.p.
Ainda, um ligeiro aumento nos descontos concedidos pelo Itaú contribuiu para uma provisão para perdas total de R$ 8,0 bilhões – o que, ainda assim, representa um crescimento em linha com a carteira de crédito. Aqui, ajudam o perfil conservador da carteira de Itaú, além do mix de clientes mais focado nas média e alta renda. Com isso, a margem financeira após inadimplência cresceu 5% trimestralmente, para R$ 15,9 bilhões.
As receitas de serviços + seguros cresceram 6% anualmente, para R$ 12,3 bilhões. O desempenho mais fraco nos serviços (+3%) foi mais que compensado pelo crescimento em seguros (+23%).
Já as despesas administrativas cresceram 5% trimestralmente e 9% anualmente, principalmente em função do acordo coletivo salarial de 8% aplicado em setembro. Ainda assim, o índice de eficiência ficou em um patamar saudável, em 41%.
ITUB4: uma opção segura e previsível para ter na carteira
Com isso, o lucro líquido recorrente ficou em R$ 8,0 bilhões (+5% trimestralmente), com um retorno sobre patrimônio líquido estável em 21%.
No todo, o controle superior da inadimplência protegeu a rentabilidade da companhia, que reafirmou seu guidance para o ano fechado.
Com uma execução confiável e previsível, Itaú nos parece, cada dia mais, o nome certo para enfrentar os próximos trimestres no Brasil, que prometem ser desafiadores para quem concede crédito. Reforçamos nossa recomendação de compra em ITUB4, que está presente em diversas carteiras da Empiricus.
Confira a análise completa de Larissa Quaresma: