Ontem à noite, o BR Partners (BRBI11) divulgou seus resultados do 3T22, que vieram ligeiramente abaixo da expectativa.
A queda de receita, aliada a um aumento de despesas, penalizaram o lucro líquido e a rentabilidade da companhia.
A receita líquida somou R$ 91 milhões, com queda trimestral de 9% puxada pelas diminuições em Investment Banking (-8%) e Treasury Sales & Structuring (-55%).
Sobre a forte queda em Treasury Sales & Restructuring, a companhia afirma que a divisão tem resultado volátil por natureza. Do nosso lado, acreditamos que a subida da curva de juros no período tenha causado a queda, já que o volume negociado teve um crescimento positivo, de 29%. O cenário mais difícil na curva penalizou também a tesouraria de outras instituições financeiras, como foi o caso de Santander e Bradesco, que obtiveram prejuízos nessa linha.
Resultado fraco de BRBI11 é fruto do momento desafiador no ciclo do mercado de capitais
O crescimento das despesas, de 4% na comparação trimestral, também não ajudou na composição do lucro. Os gastos com modernização do backoffice, dos sistemas de risco e expansão da estrutura física levaram as despesas totais para R$ 38 milhões, com perda de 7 p.p. em eficiência.
Com isso, o lucro líquido ficou em R$ 33 milhões, queda de 17% contra o trimestre anterior. A margem líquida foi de 36%, 4 p.p. menor sequencialmente.
Acreditamos que o resultado fraco vem do momento desafiador no ciclo do mercado de capitais.
O grau de incerteza macroeconômica é grande, o que exerce um efeito direto sobre transações no mercado de capitais, a alma do negócio da companhia.
Todavia, pelo fato de a BR Partners estar diversificando suas fontes de receita, a companhia deveria ter condições de enfrentar esse momento usando suas novas frentes, como a oferta de crédito corporativo.
Seguiremos acompanhando “de lupa” a execução de BR Partners, que é uma recomendação de compra da casa.