Desde que as criptomoedas ganharam visibilidade no mercado de investimentos, elas passaram a ganhar mais espaço na carteira dos investidores. O Bitcoin (BTC) é a que atrai a maior popularidade, porém Ethereum (ETH), Cardano (ADA) e Solana (SOL) e muitas outras também compõem o portfólio dos interessados.
A visibilidade dessas criptos proporcionou a múltiplas corretoras como a Binance e o Mercado Bitcoin que negociam diversos desses criptoativos mundiais, comprados individualmente por projeto. Por outro lado, uma outra modalidade de investimentos que se reinventou com as moedas digitais foram os ETFs de criptomoedas.
O que é um ETF de criptomoedas?
ETFs (do inglês, Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos associados a um índice. Cada ETF é composto por um número de ativos associados a empresas negociadas na Bolsa de Valores (B3) e normalmente buscam acompanhar algum índice.
Para um ETF de criptomoedas, o caso é o praticamente o mesmo. A diferença é que, ao invés de estar investindo em um grupo de ações, o investidor está aplicando em um grupo de criptomoedas. Entre os milhares de projetos de criptoativos que já existem pelo mundo, os ETFs de criptos podem ser uma opção prática para alocar parte do seu patrimônio em várias moedas, sem limitar sua exposição a apenas um ativo.
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Como funciona um ETF de cripto?
Os ETFs de criptomoedas estão disponíveis na B3 para todos que se interessem em comprar ou vender. Cada um dos ativos disponíveis são vendidos em cotas: ao adquirir uma cota, o investidor indiretamente possui uma parte dos criptoativos que estão na composição daquele ETF.
Para a composição de cada um desses fundos, as gestoras seguem um objetivo. Por exemplo, alguns ETFs tentam replicar o movimento de uma só criptomoeda, como o Bitcoin ou Ethereum. Sendo esse o caso, a composição do fundo logicamente seja majoritariamente da moeda escolhida, para que ela seja a maior influenciadora nas oscilações dele.
Além disso, os ETFs seguem índices referenciais como base. Porém, esses índices são diferentes daqueles que inspiram ETFs de ações, pois devem seguir a variação associada aos projetos digitais, ao invés de empresas. Alguns dos índices que ETFs de cripto se baseiam são Nasdaq Crypto Index (NCI), da Nasdaq, e S&P Bitcoin Index, da companhia S&P Dow Jones.
Para investir em um ETF, basta abrir uma conta em uma corretora que opere na bolsa de valores e comprar no mínimo uma cota de um ETF que tenha uma boa premissa. Contudo, é sempre importante se atentar às taxas de corretagem e de administração dos fundos, que serão cobrados pelas corretoras. Essas taxas costumam variar entre 0,7% a 1,5%.
Quanto à tributação, a mesma alíquota fixa do Imposto de Renda cobrada em ações negociadas na Bolsa de Valores também se aplica. Ela equivale a 15% do ganho de capital obtido com ETFs de criptomoedas – ou seja, ela é aplicada apenas ao lucro, não ao valor total investido. Em operações de day trade, essa alíquota é de 20%.
ETFs não possuem qualquer isenção do Imposto de Renda. Diferente das ações, os tributos devem ser pagos mesmo quando as vendas mensais forem abaixo de R$ 20 mil mensais. Para realizar o pagamento, o próprio investidor deve calcular e fazer o pagamento por meio da emissão de um DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal), por meio do site oficial do Governo Federal.
Principais ETFs de cripto no Brasil
Atualmente, alguns ETFs de criptoativos têm chamado mais a atenção dos holofotes, por apresentarem maior diversidade ou por proporem uma forma mais fácil e prática de investir nas moedas digitais. Se você está procurando qual o melhor ETF de criptomoedas para investir, confira alguns dos principais listados hoje na Bolsa:
HASH11
O ETF de renda variável ticket “HASH11”é um fundo que replica o índice americano Nasdaq Crypto Index (NCI). Esse índice reflete o movimento do criptomercado com dinamismo. Atualmente ele é composto por cerca de 11 ativos digitais, com a maior parte destinada à Bitcoin e Ethereum. Esse índice foi desenvolvido pela gestora brasileira Hashdex em conjunto com a Nasdaq, a bolsa americana.
BITH11
O BITH11 é um índice baseado na Nasdaq e tenta replicar as variações do Bitcoin, com no mínimo 95% aplicado na criptomoeda e os outros 5% em demais altcoins. Ele segue o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price e é administrado pela gestora Hashdex.
ETHE11
Também sob gestão da Hashdex, o ETHE11 tenta refletir os movimentos do Ether. No mínimo, 95% do fundo está aplicado na cripto, junto a outras altcoins, e toma como referência o Nasdaq Ethereum Reference Price.
CRPT11
O CRPT11 é o primeiro ETF de criptomoedas na B3 da Empiricus Investimentos. Ele apresenta uma diversificação entre os 20 principais ativos digitais do mundo, com rebalanceamento mensal e para o investidor que procura se expor ao mercado com potencial mais lucrativo dos últimos anos.
O fundo procura rastrear o índice Teva Criptomoedas Top20, composto pelas 20 criptos mais valorizadas do mercado. Ele é negociado em qualquer corretora usando o código de ETF “CRPT11”.
QBTC11
Do grupo QR Asset Management (QR Capital Gestora de Recursos), o QBTC11 busca acompanhar o movimento do Bitcoin estando totalmente exposto à moeda, sendo considerado um ETF de Bitcoin. Para refletir o movimento do BTC, o ETF segue o CME CF Bitcoin Reference Rate, índice da CME.
QETH11
Sob a mesma gestão da QR Asset, o QETH11 é um ETF de Ethereum, 100% alocado na moeda e refletindo os balanços do índice da CME, CME CF Ether Reference Rate.
Vantagens dos ETFs de criptomoedas
Se você ainda está em dúvida se investir em ETF de criptomoedas vale a pena, separamos alguns atrativos:
- Facilidade: sem preocupações com cadastros em exchanges, wallets ou chaves privadas, o investidor pode adquirir as cotas de um fundo pela sua corretora preferida;
- Diversidade: com múltiplos ativos em uma só cota de ETF, você consegue diversificar sua carteira gastando menos;
- Liquidez: um mercado diariamente movimentado com agilidade para compra e venda;
- Baixo custo: as cotas têm preços acessíveis para todos os bolsos;
- Automático: os fundos acompanham o movimento de valorização do mercado;
- Equilíbrio: o resultado, quando positivo, dos ETFs pode ser revertido para compensar nos descontos da Renda Variável.
O interessante desses ETFs focados em uma só moeda é que eles funcionam como um maneira indireta de investir nos ativos digitais individualmente. Ou seja, através da B3, é possível ter criptomoedas no portfólio sem necessariamente abrir uma conta em uma corretora especializada no setor.
Desvantagens dos ETFs de criptomoedas
Vale salientar que a principal desvantagem dos ETFs é que eles estão submetidos a taxas administrativas. Por isso, é importante se informar com a corretora ou banco utilizado, para não pagar porcentagens altas e abusivas em relação ao mercado.
Outro ponto importante é o grau de risco que esse investimento possa vir a apresentar. Seja a renda fixa ou a renda variável, todas as classes de ativos apresentam riscos, nada é 100% garantido que trará lucro. Por isso, é primordial respeitar o seu próprio perfil de investidor e as suas limitações financeiras, a fim de evitar consequências danosas.
Repercute-se muito a respeito da alta volatilidade do mercado de criptoativos. Do mesmo jeito que o Bitcoin cresceu exponencialmente desde o seu “nascimento”, outros projetos digitais não tiveram o mesmo sucesso. Nesse cenário assimétrico, é mais seguro investir em ativos mais estabelecidos e que já demonstrem maior prosperidade nos balanços.
Além disso, muitos analistas e especialistas da área recomendam que não seja destinada uma parte relevante do patrimônio em um investimento de alto risco.
Vale a pena investir em ETFs de criptomoedas?
Para aqueles que querem ampliar a sua carteira de ativos e, ao mesmo tempo, ganhar uma exposição no mercado de criptos, investir em ETFs de criptomoedas pode ser uma opção interessante.
O mercado dos ETFs está em expansão e já conta com alguns fundos bem consistentes, como os citados acima. Avaliar a composição do ETF de criptomoedas, entender os seus objetivos financeiros e qual das opções se encaixam melhor com o seu portfólio e sua estratégia de investimentos é fundamental. Se você está mais interessado em um ETF focado em seguir a movimentação de uma moeda ou acompanhar o mercado como um todo, como é o caso do CRPT11.