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BR Partners (BRBI11): previsibilidade é fator positivo em meio ao ‘inferno astral’ do setor financeiro; ter ação é uma boa?

Após 4T22 em linha com o esperado, banco deve pagar R$ 0,30 por ação em dividendos referentes ao trimestre

Por Larissa Quaresma, CFA

13 fev 2023, 09:53 - atualizado em 13 fev 2023, 09:54

BR Partners BRBI11
Imagem: Divulgação/ BR Partners

O BR Partners (BRBI11) divulgou na quinta-feira (9) seus números referentes ao 4T22, que vieram em linha com o esperado: no ano fechado, a companhia entregou um lucro líquido com leve crescimento em relação a 2021.

Aqui, repetimos a máxima: o fato de haver previsibilidade é, por si só, um fator positivo, diante do “inferno astral” vivido pelo setor financeiro.

No ano fechado de 2022, a receita total foi de R$ 414 milhões, crescimento de 13% versus 2021 – um desempenho sólido para um mercado de capitais ameaçado pela Selic crescente ao longo do ano.

No ano, o crescimento das receitas de Mercado de Capitais (+6%), Treasury Sales & Structuring (+19%) e Remuneração do Capital (+174%) mais que compensaram a esperada queda em Investment Banking (-13%).

Isso se deve ao forte volume de emissões de renda fixa coordenadas pela companhia (CRIs e CRAs principalmente),  além da elevação do rating da BR Partners para a categoria AA, o que permitiu à companhia absorver operações maiores na gestão de tesouraria dos clientes. Nessas duas frentes, o capital levantado no IPO foi essencial para viabilizar a expansão.

Lucro líquido maior e R$ 0,30/unit em dividendos

As despesas totais cresceram levemente acima da receita, em função da expansão da estrutura administrativa ao longo do ano. A linha cresceu 22% no ano, para R$ 180 milhões.

Com isso, o lucro líquido foi de R$ 147 milhões no ano, expansão de 6% e com uma leve perda de margem líquida (de 38% para 36%).

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), por sua vez, foi de 19% no ano, queda de 7 p.p. contra 2021, o que se deve ao aumento do capital empregado pelos sócios no IPO.

Ainda, a companhia deve pagar R$0,30/unit em dividendos referentes ao trimestre, totalizando R$ 0,87/unit em dividendos referentes ao ano de 2022 e com payout de 62% do lucro. 

BRBI11: com avenidas de crescimento, recomendação é de compra

Olhando à frente, os executivos da companhia, assim como nós, acreditam que 2023 será mais um ano desafiador para o mercado de capitais, especialmente após o episódio Americanas, que gerou uma certa aversão à renda fixa privada, pelo menos no curto prazo.

No entanto, acreditamos que a operação da BR Partners continuará com certa resiliência, por ainda ter muitas avenidas de crescimento a explorar, dentro do ano.

Os executivos mencionaram que as frentes de Tesouraria e de reestruturação de dívida tendem a perfomar bem em anos de economia fraca e inadimplência alta, o que nos parece fazer bastante sentido. O crescimento dessas duas atividades, em conjunto com a escalagem da área de Wealth Management, deve compensar, ao menos parcialmente, a esperada desaceleração das emissões de renda fixa.

A Empiricus Research tem uma recomendação de compra para BR Partners (BRBI11).

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.