O BR Partners (BRBI11) divulgou na quinta-feira (9) seus números referentes ao 4T22, que vieram em linha com o esperado: no ano fechado, a companhia entregou um lucro líquido com leve crescimento em relação a 2021.
Aqui, repetimos a máxima: o fato de haver previsibilidade é, por si só, um fator positivo, diante do “inferno astral” vivido pelo setor financeiro.
No ano fechado de 2022, a receita total foi de R$ 414 milhões, crescimento de 13% versus 2021 – um desempenho sólido para um mercado de capitais ameaçado pela Selic crescente ao longo do ano.
No ano, o crescimento das receitas de Mercado de Capitais (+6%), Treasury Sales & Structuring (+19%) e Remuneração do Capital (+174%) mais que compensaram a esperada queda em Investment Banking (-13%).
Isso se deve ao forte volume de emissões de renda fixa coordenadas pela companhia (CRIs e CRAs principalmente), além da elevação do rating da BR Partners para a categoria AA, o que permitiu à companhia absorver operações maiores na gestão de tesouraria dos clientes. Nessas duas frentes, o capital levantado no IPO foi essencial para viabilizar a expansão.
Lucro líquido maior e R$ 0,30/unit em dividendos
As despesas totais cresceram levemente acima da receita, em função da expansão da estrutura administrativa ao longo do ano. A linha cresceu 22% no ano, para R$ 180 milhões.
Com isso, o lucro líquido foi de R$ 147 milhões no ano, expansão de 6% e com uma leve perda de margem líquida (de 38% para 36%).
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), por sua vez, foi de 19% no ano, queda de 7 p.p. contra 2021, o que se deve ao aumento do capital empregado pelos sócios no IPO.
Ainda, a companhia deve pagar R$0,30/unit em dividendos referentes ao trimestre, totalizando R$ 0,87/unit em dividendos referentes ao ano de 2022 e com payout de 62% do lucro.
BRBI11: com avenidas de crescimento, recomendação é de compra
Olhando à frente, os executivos da companhia, assim como nós, acreditam que 2023 será mais um ano desafiador para o mercado de capitais, especialmente após o episódio Americanas, que gerou uma certa aversão à renda fixa privada, pelo menos no curto prazo.
No entanto, acreditamos que a operação da BR Partners continuará com certa resiliência, por ainda ter muitas avenidas de crescimento a explorar, dentro do ano.
Os executivos mencionaram que as frentes de Tesouraria e de reestruturação de dívida tendem a perfomar bem em anos de economia fraca e inadimplência alta, o que nos parece fazer bastante sentido. O crescimento dessas duas atividades, em conjunto com a escalagem da área de Wealth Management, deve compensar, ao menos parcialmente, a esperada desaceleração das emissões de renda fixa.
A Empiricus Research tem uma recomendação de compra para BR Partners (BRBI11).