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Investimentos

Localiza (RENT3): apesar de ‘deslizes’ no 4T22, companhia é a melhor do setor e tem boas perspectivas

Empresa apresenta lucro líquido ajustado de R$ 638 milhões, queda de 12% na comparação anual

Por Fernando Ferrer

15 mar 2023, 15:36 - atualizado em 15 mar 2023, 15:36

Localiza (RENT3)
Imagem: Divulgação

Na noite de terça-feira (14), a Localiza (RENT3) divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre do ano de 2022 (4T22) que, por sua vez, vieram levemente pior que as estimativas do mercado.

A maior locadora do país reportou uma receita líquida da ordem de R$ 5,9 bilhões (+40% ante o 4T21) e levemente inferior aos R$ 6,1 bilhões do 3T22.

Do resultado, R$ 3,2 bilhões (+24% frente ao 4T21) proveniente da operação de aluguel, que conta com os segmentos de gestão de frota e aluguel de carro e, justificado pela maior diária média de locação. 

Já o mercado de seminovos apresentou uma receita líquida de R$ 2,6 bilhões, um crescimento de +62% frente ao mesmo trimestre do ano anterior, impulsionado pela integração com a Unidas.

Veja o desempenho por segmento

Olhando por linha de negócio, no segmento de aluguel de carros (RAC), a companhia elevou a diária média a R$ 115,70 (evolução de 16% frente ao 4T21) e teve uma queda de 4,1 ponto percentual na taxa de utilização da frota, para 77,9%, o que é pior do que o realizado no 3T22, mas ainda positivo e reforça a capacidade da companhia de capturar a demanda, mesmo em um contexto de repasse de preço e consistente adição de frota.

Durante a teleconferência, os executivos afirmaram que a expectativa é de uma normalização na taxa de utilização ao longo do ano à medida que a nova frota que entrou no trimestre vá sendo preparada para aluguel.

No segmento de gestão de frotas, a receita líquida cresceu 59%, para R$ 1,3 bilhão. O bom resultado é fruto do crescimento de 30% no volume e 21% na diária média. De acordo com a companhia, a forte demanda por gestão de frotas e carro por assinatura decorre da competitividade do aluguel em relação à propriedade do ativo, em cenário de taxa de juros elevada e aumento de preço do carro novo.

O segmento que trouxe maior preocupação para o mercado foi o de seminovos, cuja margem deteriorou em função do descasamento entre desativação e venda de frotas e da venda pontual de uma parcela da frota em leilão. Contudo, a gestão da companhia afirmou que essa estratégia não será executada novamente e, portanto, espera uma normalização da margem ebitda deste segmento.

Com isso, o ebitda da companhia totalizou R$ 2,2 bilhões, crescimento de 31% em comparação com o mesmo período do ano anterior e a margem ebitda ajustada foi de 68%.

Na última linha, a Localiza apresentou lucro líquido ajustado de R$ 638 milhões, uma queda de -12% na comparação anual, impactado principalmente pelo aumento das despesas financeiras. O indicador de endividamento ficou em 3,2 vezes ebitda sobre dívida líquida e o ROIC anualizado do trimestre totalizou 15,8% – levemente acima do reportado no 3T22.

RENT3 segue como recomendação da Empiricus Research

Com um balanço mais sólido e maior capacidade de compra de frota com um mix mais equilibrado do que seus competidores, a Localiza executou mais uma vez um bom trabalho e deverá continuar se destacando perante os seus competidores nos próximos trimestres.

Apesar de alguns deslizes no trimestre, a companhia está negociando a múltiplos convidativos e possui boas perspectivas futuras, como a entrada no mercado mexicano e crescimento de suas operações no Brasil.

Por conta disso, as ações da Localiza (RENT3) seguem como recomendação de compra pela Empiricus Research.

Sobre o autor

Fernando Ferrer

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA em Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.