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Track & Field (TFCO4) tem 4T22 marcado por crescimento, rentabilidade e disciplina de capital; hora de comprar?

Na comparação com os resultados divulgados por outras varejistas de moda, Track & Field se destaca pela resiliência e crescimento

Por Richard Carboni Camargo

17 mar 2023, 10:12 - atualizado em 17 mar 2023, 10:12

Track & Field (TCFO4)
Imagem: Shopping Leblon

Ontem à noite (17), a Track & Field (TFCO4) divulgou seu resultado do 4T22.

No consolidado, o “sell out” (volume de vendas) foi de R$ 324,9 milhões, um crescimento de 17,4% na comparação anual.

Entre os fatores que explicam o crescimento das receitas da Track & Field estão a abertura de 17 novas lojas do trimestre — todas elas no formato de franquias — e a excelente performance das lojas maduras, com o indicador de vendas mesmas lojas subindo 12,6% na comparação anual.

Sobre este último, a boa performance da Track & Field contrasta com outros nomes do varejo de moda listados em Bolsa, muitos deles apresentando crescimento magro ou mesmo encolhimento nas vendas mesmas lojas.

Em termos de capilaridade, a empresa encerrou 2022 com 331 lojas espalhadas pelo país, totalizando 33 novas unidades e um crescimento de 11% versus 2021.

Queda na margem bruta é destaque negativo

Como destaque negativo, a Track & Field apresentou uma margem bruta 2,3 pontos percentuais inferior ao mesmo período do ano passado. 

Entre os fatores que explicam a contração nas margens está a volta dos eventos esportivos realizados pela empresa, que somaram R$ 8,5 milhões em receitas no 4T22, contra apenas R$ 970 mil no 4T21, uma penetração maior dos outlets no volume de vendas geral do trimestre e alguma pressão de mix.

Com estes fatores, o lucro bruto totalizou R$ 108,8 milhões no 4T22, crescimento de 17,6% versus o 4T21 e com margem de 58,8%.

Em termos de despesas operacionais, a Track & Field manteve as despesas gerais e administrativas praticamente constantes em percentual das receitas e viu as despesas com vendas aumentar 2 pontos percentuais em relação ao 4T21, também na esteira de mais eventos do alto volume de abertura de lojas no trimestre.

Devido a esses fatores, as despesas operacionais cresceram 26,5% no 4T22 (4,3 p.p a mais do que a receita líquida).

Ao final do trimestre o Ebitda foi de R$ 48,3 milhões, crescimento de 10,7% na comparação anual e com margem de 26,1%, uma das melhores do varejo de moda listados na B3.

Na última linha dos resultados, a Track & Field apresentou um lucro líquido de R$ 34,7 milhões, 1% inferior ao mesmo período do ano anterior, com margens de 18,7% (-4,4 p.p).

TFCO4: destaque do setor, empresa é recomendação de compra da Empiricus Research

Tendo em vista os resultados divulgados nas últimas semanas por outras varejistas de moda, a Track & Field manteve-se muito mais resiliente que a média das empresas do setor, ao mesmo tempo que seguiu investindo forte no seu plano de expansão.

Para nós, os saldos tanto do 4T22, quanto do ano como um todo, foram muito bons, marcados por crescimento, rentabilidade e disciplina de capital. 

Essa disciplina é fundamental para nossa tese de investimentos: enquanto a maioria dos varejo vê seus resultados operacionais serem inteiramente direcionados ao juros das dívidas, a Track & Field encerrou 2022 sem dívidas, com uma posição de caixa líquido de R$ 60,4 milhões.

Negociada a aproximadamente 13,5x os lucros estimados para 2023, a Track & Field (TFCO4) está entre as recomendações da série Microcap Alert da Empiricus.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.