A Equatorial (EQTL3) apresentou bons resultados referentes ao 4T22, com uma pequena pressão na receita por conta da melhora dos reservatórios, mas com melhora em praticamente todas as outras linhas do demonstrativo.
Lembrando que a companhia já havia divulgado uma boa prévia operacional. Na distribuição, o crescimento de 5% volume de energia distribuída, combinado com a melhora nos indicadores operacionais (de DEC, FEC e Perdas) já indicavam uma melhora de resultados.
Além disso, a prévia para os segmentos de geração eólica (com aumento na energia gerada) e evolução relevante nos números do segmento de saneamento corroboravam com essa expectativa.
E os números financeiros realmente mostraram boa evolução. A Receita Líquida caiu -1%, para R$ 7,9 bilhões, devido a redução das tarifas em função da bandeira verde.
No entanto, os gastos com compra de energia caíram ainda mais no período (-27%) por conta da melhora dos reservatórios, o que proporcionou uma melhora relevante nas margens do período, e mais do que compensaram o aumento de +21% nos gastos gerenciáveis (PMSO) por causa da inflação do período e também pela consolidação de novos ativos ao grupo.
Crescimento de Ebitda e expansão de margens no 4T222
Sendo assim, o Ebitda ajustado consolidado cresceu +37%, para R$ 2,3 bilhões, com ótima expansão de 8 pontos de margem. Quebrando por segmentos, a distribuição contribuiu com R$ 1,9 bilhão, alta de 35% na comparação com o 4T21. A transmissão, contribuiu com mais R$ 300 milhões, praticamente em linha com os números do 4T21.
Na geração eólica, a menor intensidade dos ventos foi compensada pela entrada de nova capacidade em operação, o que ajudou o Ebitda da operação atingir R$ 210 milhões, alta de R$ 72 milhões vs o 4T21.
A recém adquirida Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA) apresentou um Ebitda de apenas R$ 8 milhões, mas já saiu do campo negativo e mostra os primeiros efeitos da mudança na gestão – ainda há muito espaço para melhorias neste segmento.
Apesar da melhora relevante do Ebitda consolidado, o maior endividamento da Equatorial por conta de todas as aquisições recentes combinado com os juros elevados provocou uma piora de cerca de R$ 845 milhões no resultado financeiro.
Ainda assim, o lucro líquido subiu +19% no período, para R$ 679 milhões, superando as expectativas do mercado.
Falando em endividamento, a alavancagem atingiu 4,1x Dívida Líquida no fim do 4T22, impactada pela aquisição da CELG, mas é bom lembrar que o negócio da Equatorial é bastante previsível e a própria CELG deve contar com uma melhoria relevante de resultados por conta de revisões tarifárias e novos investimentos em breve.
Além disso, o Itaú realizou um aporte recente de R$ 2,1 bilhões na Equatorial Distribuição, o que ajudou a reduzir essa alavancagem para baixo de 4x.
EQTL3 segue como recomendação da Empiricus Research
Mesmo com juros altos e uma nítida desaceleração da economia, a Equatorial seguiu mostrando ótimos números no 4T22.
Por 10 vezes lucros e uma capacidade de execução muito acima da média, EQTL3 segue nas séries Carteira Empiricus, Melhores Ações da Bolsa e Palavra do Estrategista.