“We went down to the courthouse
And the judge put it all to rest
No wedding day smiles, no walk down the aisle
No flowers, no wedding dress”
The River, Bruce Springsteen
Com o tema inflação em voga, o site Casar, especializado em festas de casamento, mostrou que o custo de celebrar a união com a cara-metade escolhida aumentou 26,7% nos últimos quatro anos.
Este aumento está em linha com a inflação do período. Contudo, há ítens tradicionais e, para alguns, indispensáveis, que tiveram seu custo elevado muito acima dessa média.
Flores e som/iluminação foram os itens que mais subiram, com aumentos de 97% e 42%, respectivamente.
Independentemente dessa inflação recente, as festas de casamento sempre foram conhecidas pelo seu alto custo. Há toda uma indústria formada para oferecer produtos e serviços para essa ocasião especial.
Com o envolvimento emocional das partes, especialmente das ansiosas noivas, o céu é o limite para a infinidade de opções para se incrementar esse dia especial.
Até hoje me lembro do Elvis que encontramos para cantar em nossa festa, para a alegria das mães. Só não me recordo quem era mais gordo, se o cachê ou o artista.
Quando paramos para pensar, os gastos com bodas não se justificam, até por conta do alto índice de divórcios nos anos que se seguem.
Claro que a união de duas pessoas que se amam merece uma celebração muito além do que a razão justificaria.
Há, porém, um motivo racional para festejar o casamento, já que essa instituição milenar, que se confunde com a própria história da humanidade, parece contribuir de forma importante para a prosperidade financeira dos que dela participam.
A pesquisa acadêmica indica que pessoas casadas são na média mais ricas do que as solteiras.
Talvez o mais conhecido trabalho sobre o tema tenha sido o estudo desenvolvido pelo professor Jay Zagorsky, da escola de administração da Boston University.
Zagorsky baseou sua pesquisa na “National Longitudinal Survey of Youth 1979 (NLSY79)”. Trata-se de um acompanhamento de 12.686 homens e mulheres nascidos entre 1957 e 1964, em que os participantes da amostra foram entrevistados anualmente de 1979 a 1994 e a cada dois anos a partir de então.
Os dados impressionam.
No corte de 2014, na vigésima sexta rodada de entrevistas, os participantes casados mostraram aumentos de patrimônio líquido 77% superiores aos dos entrevistados solteiros, com sua riqueza crescendo em média 16% para cada ano de casamento.
E mais: participantes casados com mais de 50 anos têm em média um patrimônio duas vezes maior que os solteiros ou divorciados.
É verdade que existe uma relação causal de dois sentidos aqui. Pessoas com melhores condições financeiras são mais propensas a encontrarem um parceiro de casamento.
Além disso, uma situação financeira confortável contribui para a manutenção do matrimônio, evitando o divórcio.
Além disso, as características que contribuem para o sucesso financeiro, como a estabilidade e a visão de longo prazo, também indicam uma maior tendência para a manutenção do matrimônio.
No entanto, parece haver indícios claros de que o casamento tem sim influência positiva na nossa prosperidade econômica.
Os casados, por exemplo, aproveitam de economias de escala advindas do compartilhamento de moradia, alimentação e acesso a serviços, resultando em mais renda disponível para a construção patrimonial.
O casamento induz a um maior senso de responsabilidade, contribuindo para o atingimento de objetivos futuros comuns. Como resultado, os casais poupam mais e gastam menos, fatores imprescindíveis para a construção de riqueza.
Adicionalmente, estar casado obviamente evita o divórcio e todas as suas consequências negativas, como divisão de bens, com possíveis vendas forçadas, e custos legais.
Em sua “Álgebra da Riqueza”, Scott Galloway escreveu sobre a importância dos relacionamentos para a construção de riqueza, destacando que “o relacionamento mais importante é o seu cônjuge”.
Talvez os jovens pombinhos não se deem conta da importância do passo dado quando declararam votos de união com a pessoa escolhida.
Em meio às decisões sobre o que não pode faltar numa festa de casamento, vale sempre lembrar uma outra frase de Galloway:
“A decisão econômica mais impactante que você tomará será com quem você decidirá ser parceiro ou, mais especificamente, com quem decidirá ter filhos.”
Deixo você agora com os destaques da semana.
Boa leitura e uma abraço,