Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos encerraram o dia sem uma única direção nesta segunda-feira (24), mas predominantemente em queda, na expectativa por dados econômicos dos EUA, os quais devem mostrar desaceleração do crescimento após aumentos nas taxas de juros com o objetivo de diminuir a inflação. Em sendo o caso, o fato poderia encorajar o Federal Reserve a encerrar o ciclo de aperto monetário em maio, depois de mais um ajuste positivo de 25 pontos-base, claro.
A Europa também não começou a semana bem, com França e Alemanha relatando crescimento econômico na sexta-feira, após pesquisas recentes que mostraram um declínio na atividade fabril europeia — não há dúvida de que a economia global está enfraquecendo. Complementarmente, no final desta semana, os EUA apresentarão as primeiras estimativas sobre o PIB do primeiro trimestre. Os futuros americanos amanhecem em queda. No Brasil, a volta do feriado pode ser difícil.
A ver…
· 00:47 — O que o IPCA-15 nos dirá?
Na semana passada, o Ibovespa entrou de cabeça no feriado de Tiradentes com uma tímida recuperação depois de uma semana conturbada, para dizer o mínimo. Teremos nesta quarta-feira (26) a prévia da inflação oficial de abril, o IPCA-15, que poderá servir para tracionar os ativos de risco, assim como o IPCA de março fez. Em paralelo, ainda precisamos acompanhar os próximos passos do arcabouço fiscal no Congresso.
O temor era de que uma eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de 8 de janeiro pudesse atrapalhar a tramitação do texto na casa, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tranquilizou a todos dizendo que o cronograma não deveria ser alterado. Quanto antes resolvermos isso, melhor. A proposta parece ter agradado boa parte do Congresso, o que facilita o processo.
· 01:26 — O que está por vir?
Nos EUA, o calendário de dados é relativamente tranquilo hoje, com apenas algumas pesquisas regionais, como a de manufatura do Fed de Dallas. A tranquilidade deverá se esvair nos próximos dias, principalmente por conta da temporada de resultados, com cerca de 35% das empresas do índice S&P 500 divulgarão números na semana.
Embora a temporada de resultados tenha tido um início até que robusto, as preocupações com o impacto da inflação, altas taxas de juros e uma possível recessão nos EUA ainda estão presentes. Os principais nomes incluem as grandes empresas de tecnologia, representativas nos índices de ações americanos.
Além da temporada, poderemos nos debruçar sobre alguns dados econômicos, como a confiança do consumidor, as vendas de novas residências, os pedidos de bens duráveis e o índice de custo de emprego. Tudo isso acontece nos próximos dias e poderá balizar ainda mais as expectativas para a reunião do FOMC de 2 a 3 de maio.
· 02:13 — Silêncio, as gigantes vão falar
Com a Microsoft, Alphabet, Amazon e Meta Platforms programadas para relatar seus resultados nos próximos dias, os investidores estão desviando sua atenção dos ganhos bancários da semana passada para as Big Techs. Vale lembrar que, como já comentamos aqui, poucas ações de tecnologia de grande capitalização de mercado impulsionaram os ganhos do S&P 500 durante o primeiro trimestre, apesar da turbulência bancária, da incerteza sobre o plano do Federal Reserve de estabilizar os preços e dos temores de recessão.
Agora, porém, se eles relatarem resultados decepcionantes, alertarem sobre as perspectivas econômicas ou derem aos investidores qualquer outro motivo para vender, essas ações podem começar a cair, podendo levar o mercado de ações em geral. Por isso, a orientação será de extrema importância para os investidores que estão atentos aos sinais de que a economia pode caminhar para uma recessão e quais empresas serão capazes de enfrentá-la. Esse tem sido um tema importante desde o início da temporada de resultados, já que a incerteza sobre a inflação ainda existe.
· 03:08 — A guerra de preços da Tesla
Na semana passada, a Tesla divulgou um resultado trimestral bem decepcionante. Como alguns investidores têm notado, a companhia parece ser vítima da guerra de preços de veículos elétricos que ela mesma criou no passado. Agora, esses preços mais baixos estão afetando as vendas e os lucros da empresa.
A montadora faturou cerca de 22% menos no primeiro trimestre do que no ano passado e seus lucros caíram ainda mais em relação ao segundo semestre de 2022. Isso ocorreu depois que a Tesla cortou seus preços quatro vezes neste trimestre e duas vezes apenas neste mês.
Mesmo com entregas recordes de carros, os preços mais baixos causaram uma queda de US$ 1,3 bilhão na receita em relação ao quarto trimestre. Ao mesmo tempo, em teleconferência com investidores, o CEO Elon Musk defendeu os cortes de preços, mesmo que isso signifique margens de lucro menores no curto prazo. A ver…
· 04:01 — Mudança de liderança
O título de nação mais populosa do mundo está mudando de mãos, de acordo com novas estimativas da ONU, que fixou a população da Índia em 1,4286 bilhões em meados de 2023, em comparação com 1,4257 bilhões da China. A história de crescimento na Índia, onde metade da população tem menos de 30 anos, já está no radar dos investidores de mercados emergentes.
O crescimento demográfico é um tema delicado para ambos os países, mas principalmente para os chineses, que estão preocupados com o recente declínio populacional e seu impacto na produtividade doméstica. Ainda assim, apesar de toda a ênfase no tamanho da população, é apenas uma métrica que contribui para o desenvolvimento da força de trabalho de um país – e crescimento econômico.
No curto prazo, a Índia está se beneficiando do acesso ao petróleo russo com desconto, o que permitiu que a economia crescesse rapidamente com uma inflação relativamente menor do que outras. No longo prazo, entende-se que a Índia se torne uma alternativa manufatureira à China. Há grandes diferenças culturais, políticas e sociais entre os dois países, mas é um caminho com o qual flertamos, sem dúvida.