Essa semana começou com diversos mercados fechados ao redor do mundo. Nos EUA, principal exceção à regra, a segunda-feira foi de alta nas taxas de juros a medida em que a discussão sobre a elevação do teto de gastos americano se intensifica. Segundo a Secretária do Tesouro, Janet Yellen, o governo tem menos de um mês para chegar a um acordo com os republicanos para continuar honrando suas dívidas.
O primeiro dia de maio também foi marcado pela alta do índice que mede a força do dólar em relação aos seus pares desenvolvidos, o DXY. O destaque negativo ficou por conta da moeda japonesa, o iene, impactada pela decisão do novo presidente do Banco Central (BC), Kazuo Ueda, sobre a continuidade da política de controle da curva de juros, na última sexta-feira (28).
No calendário econômico, o índice ISM de difusão de preços pagos de abril voltou ao território expansionista em 53,2, contrariando as expectativas dos economistas de desaceleração para 49. O ISM de emprego também expandiu em relação ao mês anterior, reforçando o consenso de solidez do mercado de trabalho americano.
Ainda na agenda, o destaque da semana será a reunião do comitê do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira (3). Hoje o mercado precifica mais uma alta de 25 pontos-base (pbs), o que elevaria o Fed Funds para o intervalo de 5%-5,25% ao ano. Os dados mais fortes do mercado de trabalho e do setor de serviços têm impulsionado as apostas de que o Fed não fechará a porta para um novo aumento das taxas em junho. Na nossa avaliação, esse deve ser o posicionamento do comunicado de amanhã.
Na Europa, o Banco Central Europeu se reúne na quinta-feira (4). Tanto a curva de juros como a mediana das estimativas dos economistas apontam para uma alta de 25 pbs, porém, a dispersão das expectativas é maior do que para a decisão do Fed. Isso porque os dados de inflação da Zona do Euro divulgados na semana passada foram mistos. Na Espanha, a leitura do índice de preços foi positiva comparada às estimativas, enquanto na Alemanha o indicador ficou marginalmente abaixo das expectativas e na França os preços aceleraram.
No Brasil, na semana passada o IPCA-15 não trouxe surpresas. O número fechado ficou ligeiramente abaixo do esperado da mediana das expectativas (4,16% versus 4,19% a/a), porém, a inflação de serviços ainda incomoda, como mostra o gráfico a seguir.
Nos jornais de hoje, a entrevista da Ministra do Planejamento, Simone Tebet, trouxe sinalizações importantes para o mercado. Apesar de aumentar o tom contra a política restritiva que o BC segue impondo, Tebet afirmou que a mudança da meta de inflação é “uma não-discussão”. Dado que o Ministério do Planejamento é um dos três votos do Conselho Monetário Nacional (CMN), a probabilidade de não haver mudança da meta parece ser maior do que as próprias expectativas de mercado para a reunião do próximo mês. A não revisão da meta pode ajudar na ancoragem das expectativas de preços futuros e deve favorecer o real versus o dólar no curtíssimo prazo.
Por fim, o foco da semana será na reunião do BC amanhã. Ainda que a pressão política seja grande, a autarquia não deve afrouxar o discurso. A nossa leitura é de que os dados de inflação que saíram após a última reunião não criaram espaço adicional para que, de forma técnica – como vem sendo feito pelo BC – haja o início do ciclo de corte de juros. Ainda não vimos um processo de desaceleração consistente das medidas de núcleo da inflação. Os últimos dados de atividade e emprego seguem na mesma linha de raciocínio.
Hoje, o mercado precifica o primeiro corte na Selic na reunião marcada para o dia 21 de setembro, embora atribua uma probabilidade não desprezível de um corte em agosto.
Dada a curva de juros atual, continuamos preferindo a alocação em títulos pós-fixados no curto prazo para a pessoa física. Para um horizonte mais dilatado, ainda vemos uma excelente oportunidade de alocação em juros reais. Como falamos recentemente, os fundos de debêntures incentivadas listados em bolsa são uma excelente alternativa, tanto pelas características desses ativos (isenção de IR para rendimentos e ganho de capital, mínimo de investimento baixo, liquidez no secundário e taxas atrativas) como pelo momento mais restritivo de emissões de títulos longos de prazo com melhor qualidade de crédito.
Veja o cardápio da semana
Todas as recomendações abaixo são títulos que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos, contudo, o investidor precisa se certificar de que não ultrapassou o limite de R$ 250 mil por instituição, incluindo os juros a receber do investimento.
Características da LCA pós-fixada do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Standard & Poor’s: brAAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 10 mil |
Aplicação máxima | A depender do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/02/2024 (276 dias corridos) |
Rentabilidade líquida anual | 91% do CDI |
Tributação | Isento de IR |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 113,26% do CDI.
Características da LCA pós-fixada do Banco ABC Brasil (liquidez após 90 dias) | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: brAAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco ABC Brasil |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 29/04/2024 (363 dias corridos) |
Rentabilidade líquida anual | 93% do CDI |
Tributação | Isento de IR |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | Liquidez após 90 dias |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
O investimento na taxa líquida indicada da LCI pré-fixada do Banco ABC Brasil equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 112,24% ao ano.
Por fim, é importante lembrar que, para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.