Ontem à noite (02), a Intelbras (INTB3) divulgou seus resultados referentes ao 1T23, com números mistos, num trimestre marcado por expansão de margens, porém de desaceleração no ritmo de crescimento, especialmente em sua divisão de Energia.
No trimestre, sua receita totalizou R$ 1,03 bilhão, crescimento de 19,7% na comparação anual, porém uma queda de 15% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
O primeiro trimestre do ano, sabemos, é sazonalmente mais fraco para a Intelbras. Até por isso, a queda em relação ao 4T22 era amplamente esperada.
Divisão de segurança é (de novo) destaque do 1T23 da Intelbras
Entre suas linhas de negócios, o destaque mais uma vez foi a divisão de Segurança, com vendas de R$ 534 milhões, um crescimento de 15% na comparação anual e estável em relação ao 4T22. A divisão representou 51% das receitas do grupo.
O segmento de Energia, diferente dos outros, apresentou uma desaceleração importante, com receitas de R$ 277 milhões, uma queda de 41,5% versus o 4T22.
A Renovigi, cujos números foram consolidados em maio do ano passado, apresentou números fracos, com receita de R$ 88 milhões (-39% versus o 4T22) e uma queda de 2,8 pontos percentuais em termos de margens.
Desconsiderando a aquisição, a divisão de energia da Intelbras apresentou um crescimento orgânico de 8,2% versus o 1T22.
Por último, o segmento de comunicação voltou a apresentar crescimento interessante, com vendas de R$ 223 milhões (crescimento de 15% na comparação anual e 6,6% versus o 4T22), com ganhos de margem.
Lucro líquido cresce 34% na comparação anual
Apesar da pressão nas receitas, a Intelbras apresentou um excelente desempenho em termos de controle de custos, com reflexo direto em sua rentabilidade.
O lucro bruto totalizou R$ 327 milhões, uma margem de 31,6%, ou 2,3 pontos percentuais superior na comparação anual e 3,3 pontos percentuais maior que no 4T22.
O Ebitda do grupo foi de R$ 143,8 milhões, crescimento de 37% na comparação anual, com margem de 13,9%.
Ao final do trimestre, a Intelbras apresentou um lucro líquido de R$ 132 milhões, 34% maior na comparação anual.
No consolidado, a Intelbras encerrou o 1T23 com uma posição de caixa líquido de R$ 379 milhões, o que é excelente num momento em que boa parte das empresas sob nossa cobertura têm visto seus resultados operacionais sendo engolidos pelo alto serviço de suas dívidas.
INTB3 é recomendação de compra da Empiricus Research
Desde o IPO, a Intelbras vem apresentando números consistentes, marcados por ótima execução e uma alocação de capital adequada ao conturbado cenário macroeconômico.
Na Empiricus, recomendamos as ações em nosso portfólio de “Bezerras”, que são ações com alto potencial de se tornarem grandes pagadores de dividendos no futuro.
Neste momento, vemos a empresa negociando a 12 vezes os lucros estimados para 2023. Considerando que essa é uma história de crescimento orgânico, capacidade de expansão de margens, perfil conservador de alocação de capital e valuation convidativo, mantemos nossa recomendação de compra para INTB3.