A Petrobras (PETR4) divulgou a prévia operacional do 1T23 sem surpresas, com produção total de óleo e gás de 2,68 milhões de barris de óleo equivalente no período, crescimento de 1,1% na comparação com o 4T22.
Assim como esperado, a produção nos campos terrestres, de águas rasas, profundas e ultra profundas caiu no trimestre, reflexo da venda de ativos nessas regiões e do declínio natural de produção, que refletem também o menor foco estratégico da estatal nessas áreas.
Por outro lado, o maior foco no pré-sal mais do que compensou o declínio nas outras regiões de produção. A produção no pré-sal aumentou 3,8% no trimestre e chegou a 77% do total, o que explica o crescimento consolidado da produção no período. Vale lembrar que, quanto maior a participação do pré-sal, maior a rentabilidade, dados os baixos custos de extração.
No segmento de refino, houve queda de -4% na produção e de -5% nas vendas, na comparação com o 4T22, o que está relacionado a uma sazonalidade mais fraca no primeiro trimestre, além de paradas programadas em três refinarias no período que já eram esperadas pelo mercado e, portanto, não trouxeram grandes surpresas.
O segmento de gás e energia segue pressionado pelo alto nível dos reservatórios e baixa necessidade de geração termelétrica, o que também já era amplamente esperado pelo mercado.
De maneira geral, os dados operacionais mostram a continuidade do bom desempenho da Petrobras nos últimos anos. Mas o “operacional” neste momento é o fator menos importante da tese de investimento, com o mercado extremamente preocupado com possíveis interferências políticas.
Negociando por menos de 3 vezes lucros e com um ótimo dividend yield, a Petrobras (PETR4) ainda faz sentido para quem investe pensando em dividendos, desde que esteja dentro de uma carteira devidamente diversificada. Por isso, as ações seguem como recomendação da Empiricus Research.