Impostos

Tributação em fundos de investimento: entenda o cálculo e suas principais alíquotas

Os fundos de investimento são veículos bastante populares para investidores que buscam diversificação. Saiba como funciona a tributação sobre fundos de investimento para a declaração anual do Imposto de Renda.

Por Equipe Empiricus

01 mar 2024, 16:05 - atualizado em 08 mar 2024, 16:17

Imagem com moedas e m gráfico ao fundo para representar a tributação de fundos de investimento.

Os fundos de investimento são uma das opções mais populares para quem deseja investir no mercado brasileiro. Eles permitem que os investidores diversifiquem suas carteiras com um único aporte de recursos, que é aplicado em uma variedade de ativos financeiros, como ações, títulos públicos, debêntures e moedas estrangeiras. 

Além disso, eles oferecem vantagens fiscais em relação a outros tipos de investimento, o que os torna ainda mais atraentes. Porém, é importante entender como funciona a tributação em fundos de investimento, a fim de calcular seus rendimentos de forma correta e evitar surpresas com a Receita Federal.

Como funciona a tributação em fundos de investimento?

A tributação em fundos de investimento no Brasil é regulada pela Receita Federal e possui algumas particularidades em relação a outros tipos de investimento. Existem duas principais modalidades de tributação que podem ser aplicadas aos fundos de investimento: a tributação sobre as movimentações e a tributação sobre o patrimônio investido.

Na tributação sobre as movimentações, por exemplo, a incidência de impostos ocorre sempre que há uma movimentação de recursos no fundo, como a realização de um resgate ou a distribuição de rendimentos. 

Nesse caso, é aplicada uma alíquota de Imposto de Renda sobre o ganho de capital – que é calculado pela diferença entre o valor de venda das cotas do fundo e o seu valor de compra.

É importante destacar que os fundos de investimento também estão sujeitos a outras obrigações fiscais, como a declaração no Imposto de Renda, a emissão de informes de rendimentos e o recolhimento de outros impostos, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o ISS (Imposto sobre Serviços). 

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Como funciona o come-cotas?

Já na tributação sobre o patrimônio investido, conhecida como “come-cotas”, a incidência de impostos ocorre de forma semestral, nos meses de maio e novembro.

O “come-cotas” é uma forma de antecipação do Imposto de Renda e tem como objetivo reduzir a carga tributária dos fundos de investimento de longo prazo.

Quais são as alíquotas de tributação dos fundos de investimento?

As alíquotas de tributação dos fundos de investimento variam conforme a categoria de fundo em que o investidor aplica.

Fundos de renda fixa de curto prazo

Para os fundos de renda fixa de curto prazo, a tributação sobre as movimentações é realizada da seguinte forma:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • Acima de 180 dias: 20%.

Já para a tributação sobre o patrimônio investido, o “come-cotas”, é aplicada uma alíquota de 20% sobre os rendimentos acumulados no fundo, sempre nos meses de maio e novembro.

Fundos de renda fixa de longo prazo

As movimentações envolvendo fundos de renda fixa de longo prazo ocorrem de maneira um pouco diferente em comparação com os fundos de curto prazo. Assim, a tributação é realizada da seguinte forma:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • De 181 a 360 dias: 20%;
  • De 361 a 720 dias: 17,5%;
  • Acima de 720 dias: 15%.

No entanto, para esses fundos, a tributação sobre o patrimônio investido é diferenciada: nos meses de maio e novembro, é aplicada uma alíquota de “come-cotas” de 15% sobre os rendimentos acumulados no fundo.

Fundos de ações

Para os fundos de ações, a tributação sobre as movimentações é realizada da seguinte forma:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • Acima de 180 dias: 15%.

No caso da tributação sobre o patrimônio investido, também é aplicada uma alíquota de 15% sobre os rendimentos acumulados no fundo nos meses de maio e novembro.

Fundos multimercado

Por fim, a tributação para os fundos multimercado é realizada da seguinte forma:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • Acima de 180 dias: 15%.

E a tributação sobre o patrimônio investido segue a mesma regra dos fundos de renda fixa de longo prazo, com uma alíquota de 15% de “come-cotas” nos meses de maio e novembro.

Vale ressaltar que essas alíquotas podem sofrer alterações conforme a legislação tributária brasileira. Além disso, é importante lembrar que existem algumas exceções e particularidades em cada categoria de fundo de investimento, por isso é fundamental compreender as regras específicas de tributação de cada fundo de forma individual.

Como a tributação dos fundos de investimento é recolhida pelo IR?

A tributação dos fundos de investimento é recolhida pelo Imposto de Renda (IR) de forma automática e sem a necessidade de uma ação por parte do investidor.

No caso do “come-cotas”, por exemplo, a própria administradora do fundo realiza a cobrança da alíquota correspondente sobre os rendimentos acumulados do investidor nos meses de maio e novembro. Essa cobrança é feita diretamente no patrimônio do fundo e, portanto, o investidor não precisa realizar nenhum pagamento ou cálculo separadamente.

Já em relação à tributação sobre as movimentações, cabe à administradora do fundo calcular e informar ao investidor o valor do imposto devido sobre os ganhos obtidos na movimentação de cotas do fundo. Esse valor é descontado diretamente do valor da operação realizada e repassado à Receita Federal.

Dessa forma, o investidor não precisa se preocupar com o recolhimento do imposto devido e pode acompanhar os valores já descontados em sua declaração de Imposto de Renda anual. É importante lembrar que o informe de rendimentos fornecido pela administradora é fundamental para a declaração correta dos investimentos. 

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