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Por que, mesmo com prejuízo de R$ 11,9 milhões, as ações de Méliuz (CASH3) subiram

Mercado respondeu com alta de até 9% desde a divulgação do resultado do 1T23 de Méliuz e parece otimista com os efeitos do acordo comercial com o BV

Por Nicole Vasselai

11 maio 2023, 11:14 - atualizado em 11 maio 2023, 11:36

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Imagem: Divulgação/ Méliuz

Na noite da última terça-feira (9), Méliuz (CASH3) divulgou seu resultado operacional do 1T23, que não foi dos melhores. A companhia teve prejuízo consolidado de R$ 11,9 milhões no período, R$ 6,5 milhões a mais do que no ano anterior, e uma queda de 12% no GMV (Volume Bruto de Mercadorias, na sigla em inglês) – diminuição de R$ 1,2 bilhão.

Mesmo assim, parece que o mercado não quis saber e respondeu positivamente às ações desde então. No pregão de quarta-feira (10), a cotação chegou a sair de R$ 0,87 para R$ 0,95 – uma alta de 9%.

As ações, inclusive, estão recomendadas em carteiras da Empiricus Research. A casa enxerga uma assimetria convidativa especificamente na movimentação anunciada pelo BV com as ações de Méliuz – sobre a qual você pode entender melhor no trecho a seguir.

Mercado está mirando no acordo comercial da Méliuz com o BV

Ao final do ano passado, o BV (50% BB e 50% Votorantim) anunciou a compra de 3,85% do capital do Méliuz, pertencente a seus acionistas de referência, a R$ 1,50 por ação — na manhã desta quinta-feira (11), as ações estão cotadas a R$ 0,89.

O acordo foi assinado no começo de março de 2023 e, com isso, o BV pode aumentar sua participação, para comprar o direito de preferência dos acionistas de referência daqui a seis meses, por R$ 1,50 por ação, atualizado pelo CDI. Depois desse período, o preço seria o valor mais alto entre R$ 1,50 por ação ajustada pelo CDI ou um desconto de 10% do preço de fechamento do papel nas últimas 30 sessões. Isso levaria a uma OPA (fechamento de capital) pelo mesmo valor.

Como parte da operação, no dia 31 de março, o BV também firmou acordo de compra do Bankly e de até 100% das ações da Acessopar Investimentos e Participações, subsidiária integral de Méliuz. O negócio foi fechado por um valuation de R$ 210 milhões.

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Operação deve aliviar custos para a fintech

Com essa venda, Méliuz pode ter um grande alívio nos gastos extraordinários e despesas, como, inclusive, já ocorreu após a assinatura do acordo comercial com o BV. As despesas operacionais do 1T23, por exemplo, totalizaram R$ 89,3 milhões, uma forte redução de R$ 23,1 milhões comparado ao 4T22. Além disso, na visão do CEO da companhia, em breve pode haver um aumento de receita com base na remuneração por conta e cartões de crédito emitidos em conjunto com o banco.

Na visão dos analistas da Empiricus Research, há um baixo downside (ações estão praticamente sendo negociadas pelo valor do caixa) e um potencial de valorização entre 60% e 70% no horizonte de seis meses. “Muito pouco para perder e bastante para ganhar, em curto intervalo de tempo“, nas palavras do relatório Palavra do Estrategista.

“Sem o braço de serviços financeiros, Méliuz volta a ser uma empresa só de cashback, algo que ela sempre soube fazer, com ativos leves e que pode fazer algo perto de R$ 30 milhões de Ebitda por ano, acompanhado de uma parceria comercial com o BV para geração de leads e clientes, um acordo semelhante àquele anteriormente realizado com o PAN, mas com condições muito mais favoráveis”, complementa o relatório.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.