Na visão de Daniel Malheiros, especialista em fundos imobiliários e ex-analista de real estate na Empiricus Research, o maior desafio atual do setor imobiliário americano são os escritórios corporativos.
Isso porque a vacância desses espaços fica em torno de 20% nos Estados Unidos, muito por conta do movimento “work from home” (conhecido no Brasil com “home office”). Desde a pandemia do Covid-19, esse modelo de trabalho foi adotado de forma massificada por trabalhadores americanos. “Você entra em uma lanchonete nos EUA e só vê dezenas de pessoas sentadas trabalhando, realmente virou uma febre”.
Ou seja, as lajes corporativas têm estado cada vez mais vazias, o que prejudica principalmente bancos regionais pequenos que costumam fornecer crédito para os proprietários.
Além dessa questão, a taxa de juros americana e a inflação hoje estão elevadas, o que dificulta também a quitação de dívidas imobiliárias por parte dos locatários e devedores de forma geral.
Por outro lado, o segmento do setor imobiliário americano que o especialista mais gosta é o de logística, cuja vacância, em sua visão, é baixa (em torno de 4%) – e tende a continuar assim. “Gosto muito do segmento porque de 2020 para cá as vendas por e-commerce se intensificaram bastante e os produtos vendidos precisam ser armazenados galpões logísticos. Com isso, a demanda do setor só cresce”, afirma.
E, dentro desse setor, Malheiros enxerga potencial principalmente no segmento de “self-storage“, que pode ser traduzido como “armazenamento de coisas pessoais”. Ele explica que, no Brasil, essa prática é menos comum, mas na terra do Tio Sam existe uma cultura forte de alugar espaços para guardar aquela “quinquilharia” que não cabe dentro de casa – prática que movimenta muito a economia e a indústria de REITs (semelhantes a fundos imobiliários).
Todos esses tópicos, com direito a exemplos práticos para você investir no mercado americano, são abordados no Podcash desta quinta-feira (11). Em um papo leve e divertido, Malheiros conversa com Larissa Quaresma, João Piccioni e Caio Araújo, analistas da Empiricus Research.
Vale a pena conferir: