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Track & Field (TFCO4) tem 1T23 marcado por crescimento, rentabilidade e disciplina de capital

Em trimestre mais resiliente que a média do setor, Track & Field tem lucro líquido de R$ 26,5 milhões, alta de 25% na comparação anual

Por Richard Carboni Camargo

12 maio 2023, 10:18 - atualizado em 12 maio 2023, 10:18

Track & Field (TCFO4)
Imagem: Shopping Leblon

A Track & Field (TFCO4) acaba de divulgar seu resultado do 1T23. No consolidado, o “sell out” (volume de vendas) foi de R$ 246,4 milhões, um crescimento de 17,7% na comparação anual.

Entre os fatores que explicam o crescimento das receitas da Track & Field estão a abertura de 4 novas lojas do trimestre — todas elas no formato de franquias — e a excelente performance das lojas maduras, com o indicador de vendas mesmas lojas subindo 11,4% na comparação anual.

Sobre este último, a boa performance da Track & Field contrasta com outros nomes do varejo de moda listados em Bolsa, muitos deles apresentando crescimento magro ou mesmo encolhimento nas vendas mesmas lojas.

Companhia segue crescendo vendas no atual trimestre

Essa boa performance, de acordo com os executivos, se estende ao atual trimestre, com as vendas avançando duplo dígito na comparação anual.

Em termos de capilaridade, a empresa encerrou o 1T23 com 334 lojas espalhadas pelo país, um crescimento de 11% versus o mesmo período de 2022.

Como destaque negativo, a Track & Field apresentou uma margem bruta 1,8 ponto percentual inferior ao mesmo período do ano passado. 

Entre os fatores que explicam a contração nas margens está a volta dos eventos esportivos realizados pela empresa, que somaram R$ 9,9 milhões em receitas no 1T23, contra R$ 5,9 mil no 1T22, uma penetração maior dos outlets no volume de vendas geral do trimestre e alguma pressão de mix.

Como fatores positivos, vale destacar que a margem bruta das lojas físicas apresentou uma melhora de 0,8 ponto percentual; naturalmente, essa melhora se traduzirá em mais receitas com royalties nos próximos trimestres (100% de margem) e portanto ajudará a recuperar as margens da companhia, mesmo considerando-se os efeitos dos eventos esportivos.

Track & Field reporta lucro líquido de 26,5% milhões, alta de 25%

Com estes fatores, o lucro bruto totalizou R$ 83,3 milhões no 1T23, crescimento de 23,2% versus o 1T22 e com margem de 58,8%.

Em termos de despesas operacionais, a Track & Field manteve as despesas gerais e administrativas praticamente constantes em percentual das receitas e viu as despesas com vendas encolher 1,1 ponto percentual em relação ao 1T22, graças à maior participação do canal de franquias no resultado.

No consolidado, as despesas operacionais cresceram 22% no 1T23, abaixo do crescimento das receitas.

Ao final do trimestre o Ebitda foi de R$ 37,7 milhões, crescimento de 16,7% na comparação anual e com margem de 26,7%, uma das melhores do varejo de moda listados na B3.

Na última linha dos resultados, a Track & Field apresentou um lucro líquido de R$ 26,5 milhões, 25% superior ao mesmo período do ano anterior, com margens de 18,7% (estável na comparação anual).

TFCO4 segue como recomendação de compra da Empiricus Research

Tendo em vista os resultados divulgados nas últimas semanas por outras varejistas de moda, a Track & Field manteve-se muito mais resiliente que a média das empresas do setor, ao mesmo tempo que seguiu investindo forte no seu plano de expansão.

Para nós, o saldo do 1T23 é positivo, marcado por crescimento, rentabilidade e disciplina de capital

Essa disciplina é fundamental para nossa tese de investimentos: enquanto a maioria dos varejo vê seus resultados operacionais serem inteiramente direcionados ao juros das dívidas, a Track & Field encerrou o 1T23 sem dívidas, com uma posição de caixa líquido de R$ 63 milhões.

Negociada a aproximadamente 13x os lucros estimados para 2023, a Track & Field (TFCO4) está entre as recomendações da série Microcap Alert da Empiricus.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.