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Investimentos

1T23 de B3 (B3SA3): geração de caixa ainda robusta e um balanço saudável

Os números da B3 vieram ligeiramente acima da expectativa; o EBTIDA ajustado surpreendeu positivamente.

Por Larissa Quaresma, CFA

12 maio 2023, 17:26 - atualizado em 12 maio 2023, 17:29

Imagem representando a B3, mostrando uma imagem interna com o logo da B3. b3sa3
Imagem: Divulgação/B3

Ontem (11), após o fechamento do mercado, a B3 (B3SA3) divulgou seus números do 1T23, que vieram ligeiramente acima da expectativa. O baixo volume negociado em ações acabou pesando sobre a receita, mas as despesas cresceram em ritmo menor que o esperado. Com isso, o EBITDA ajustado acabou surpreendendo positivamente.

A receita líquida foi de R$ 2,2 bilhões, queda de 3% em bases anuais. Mais uma vez, a baixa foi causada pelo segmento de Ações e Instrumentos de Renda Variável, cuja receita caiu 18% anualmente, em função da queda no volume de negociação. Os demais segmentos da companhia se expandiram, compensando parcialmente a queda em ações: Juros, Moedas e Mercadorias (+7%), refletindo o forte volume de derivativos de juros; Balcão (+16%), que se beneficiou da maior captação bancária, dívida corporativa e Tesouro Direto; Infraestrutura para Financiamento (+0,7%), refletindo o maior financiamento de veículos; e Tecnologia, Dados e Serviços (6%), explicado pela correção dos contratos pela inflação.

Por sua vez, as despesas ajustadas por efeitos não recorrentes tiveram alta anual de 9%, para R$ 469 milhões. O crescimento se deve à correção anual dos salários pelo dissídio, além da intensificação dos gastos com as novas iniciativas, como dados e analytics, seguros, novo portal do investidor, recebíveis, plataforma imobiliária e serviços de tecnologia. Com isso, o EBITDA recorrente caiu 6%, para R$ 1,6 bilhão, com margem de 73,4% (-2 p.p.).

As menores despesas com depreciação, além da alíquota de imposto de renda mais baixa, fizeram com que o lucro líquido caísse menos que o EBITDA: a linha final ficou em R$ 1,2 bilhão, queda de 2% na comparação anual, com ROE de 19,9%.

Ainda, a B3 gerou R$ 858 milhões em caixa livre para o acionista (-31% a/a), dos quais R$ 740 milhões foram devolvidos na forma de proventos e recompras. A alavancagem financeira permanece confortável, com um índice dívida líquida/EBITDA de 1,8x.

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Vale a pena comprar B3?

Considerando que estamos em um bear market para as ações, avaliamos que a B3 manteve certa resiliência por meio dos demais segmentos, com uma geração de caixa ainda robusta e um balanço saudável, o que avaliamos como necessário para atravessar esse período. Sendo um caso de “financial deepening“, acreditamos que o crescimento deve retomar marginalmente quando a Selic cair, o que pode acontecer no 2o semestre. Negociando a 16,3x o lucro estimado para 2023, temos uma recomendação de compra para B3 (B3SA3).

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.