A Hapvida (HAPV3) divulgou seu resultado do 1T23 na noite de ontem (15), com números positivos e que indicam uma tendência de melhora para os próximos trimestres. Uma boa sinalização após uma sequência de resultados ruins.
A receita líquida consolidada da companhia atingiu R$ 6,7 bilhões no período, alta de 12,8% em relação ao 1T22. Os planos de saúde, que representam quase a totalidade do resultado, cresceram 14,9% na comparação anual, reflexo do aumento da base de beneficiários (+4,1%) e do ticket médio (+8,3%).
Em relação ao crescimento orgânico na vertical de saúde, a Hapvida apresentou um leve decrescimento de 7 mil vidas, totalizando 9,1 milhões. Já esperávamos tal estabilização na comparação trimestral — que deve permanecer nos próximos resultados — em função dos esforços da companhia em aumentar o ticket médio para equilibrar a sinistralidade.
Existe um claro trade-off entre crescimento orgânico e preço dos planos, e hoje o foco da companhia é melhorar sua rentabilidade através do segundo.
A alta de 8,3% no ticket médio foi positiva, mas ainda há espaço para melhorar. Olhando a composição do número, a recomposição dos tickets foi de +9,7%, mas prejudicada pelo impacto negativo de mix e cancelamentos, além de, em menor proporção, pelo efeito ainda corrente em alguns contratos do reajuste negativo dos planos individuais em 2021.
Sinistralidade cai 2,6 p.p. na comparação anual
O principal ponto de atenção da companhia mostrou um importante alívio nesse trimestre. A sinistralidade caixa da Hapvida foi de 72,3%, queda de 0,6 p.p na comparação trimestral e 2,6 p.p na anual, superando nossas expectativas e as do mercado.
A companhia atribui a melhora ao aumento de preços e maior verticalização do negócio, vide o controle das contas médicas, que apesar da sazonalidade ruim do primeiro trimestre, cresceu apenas 2,5% em relação ao 4T22.
Importante ressaltar que a sinistralidade continua em patamar elevado, apesar do número reportado esse trimestre trazer maior confiança para normalização.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) apresentaram leve diluição em relação ao último trimestre, mas os números ainda seguem elevados e superiores ao registrado no 1T22, em função da incorporação da HB Saúde.
Lucro líquido ajustado da Hapvida foi de R$ 33 milhões no 1T23
Assim, beneficiado pela redução da sinistralidade, o Ebitda ajustado atingiu R$ 635 milhões (+63,5% vs 1T22) e margem de 9,4%, ganho de 2,4 p.p na comparação anual.
Na última linha do resultado, a empresa reportou um lucro líquido ajustado de R$ 33 milhões (-6,3% vs 1T22), ainda pressionado pela deterioração no resultado financeiro, dadas as taxas de juros e endividamento maiores.
Em termos de geração de caixa, a companhia registrou um fluxo de caixa livre de R$ 404 milhões no trimestre, impulsionado pelo bom desempenho operacional e menor CAPEX.
Assim, a alavancagem operacional da Hapvida caiu para 2,3x DL/Ebitda (vs 2,4x no 4T22). Importante ressaltar que, no próximo trimestre o alívio na alavancagem deve ser representativo (em torno de 1,6x DL/Ebitda, segundo nossas estimativas), beneficiado pelos recursos levantados pela companhia em abril e maio deste ano (operações de sale & leaseback, follow-on e venda de ativos).
HAPV3 segue como recomendação de compra da Empiricus Research
Por fim, negociando em um nível de valuation atrativo após o forte sell-off das ações nos últimos 12 meses (-50%), com o melhor nível de sinistralidade entre os players do setor e importantes vantagens competitivas, o resultado do 1T23 reforça nossa recomendação de compra para Hapvida (HAPV3) na Empiricus Research.
Seguiremos monitorando a evolução do case de perto.
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