Na contramão de uma alta de 22,7% no pagamento de dividendos globais, dados do 1T23 mostram que as empresas brasileiras diminuíram em 12,2% sua distribuição em comparação anual. O principal impacto negativo veio da Vale (VALE3), que reduziu US$ 1,8 bilhões em dividendos em um ano, maior corte no mundo inteiro, segundo a 38ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora britânica Janus Henderson.
Com US$ 311 bilhões em ativos sob gestão, a gestora atualiza, trimestralmente, esse relatório. Trata-se de um levantamento das 1.200 maiores empresas do mundo em capitalização de mercado, responsáveis por 90% dos dividendos distribuídos globalmente.
Inclusive, neste relatório gratuito, os analistas da Empiricus trazem as 5 melhores ações pagadoras de dividendos da Bolsa. Consulte os tickers aqui.
Sabendo dessa queda de proventos, ainda vale a pena investir em Vale?
Quem responde a essa e outra perguntas é Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, no episódio de hoje do Giro do Mercado.
Segundo Ferrer, pode haver dois motivos para uma companhia cortar dividendos: o fato de usar capital para investimentos ou uma queda no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No caso de Vale, ele explica que tem a ver com a segunda opção.
“Boa parte do Ebitda é composto por minério de ferro, que chegou a bater US$ 150 por tonelada em 2022 e semana passada estava abaixo de US$ 95, por exemplo. Isso influencia diretamente no lucro operacional de Vale, por ser uma companhia de commodities”.
Além disso, o especialista comenta da decepção com a reabertura da economia chinesa.
Para entender se você deve ou não se preocupar com as ações de Vale (VALE3), confira a entrevista da jornalista Paula Comassetto com Fernando Ferrer por aqui: