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Amortização: o que é, como funciona e quais os principais tipos

A amortização é o processo de redução do valor total de uma dívida por meio de pagamentos periódicos. Entenda o que é a amortizaão, como ela funciona e quais são os principais tipos.

Por Equipe Empiricus

30 jun 2023, 10:19 - atualizado em 19 fev 2024, 12:13

Imagem de uma pessoa fazendo contas para representar a amortização.

A amortização desempenha um papel fundamental na redução do valor total de uma dívida ao longo do tempo. Esse tipo de processo é amplamente utilizado no âmbito dos financiamentos. 

Ao contrair uma dívida considerável – especialmente em financiamentos imobiliários –, a amortização se torna uma ferramenta valiosa para os mutuários, pois permite acelerar o pagamento e/ou reduzir o valor das parcelas mensais.

O que é amortização?

A amortização é um processo financeiro que consiste em reduzir gradualmente o valor de uma dívida por meio de pagamentos periódicos, que incluem tanto o montante principal quanto os juros incidentes. Esses pagamentos são divididos em prestações e são calculados levando em consideração o prazo e a taxa de juros estabelecidos no contrato.

No contexto dos financiamentos imobiliários, por exemplo, a amortização desempenha um papel fundamental. Isso porque, ao adquirir um imóvel via financiamento, o mutuário contrai uma dívida que será paga ao longo de um período estipulado. 

As prestações mensais, nesse caso, incluem tanto uma parte do montante principal da dívida como os juros calculados sobre o saldo devedor. Conforme o tempo passa e as prestações são pagas, o valor do saldo devedor diminui gradualmente até que a dívida seja quitada por completo.

O que é amortizar parcelas?

No dia a dia, a amortização também pode ser utilizada como forma de antecipar o pagamento de parcelas de uma dívida. Essa amortização refere-se à redução do valor de uma dívida por meio do pagamento antecipado de uma ou mais parcelas, seja em um empréstimo ou financiamento. 

Ao realizar a amortização de parcelas, o devedor efetua pagamentos adicionais além das prestações regulares estabelecidas no contrato, diminuindo o saldo devedor e, consequentemente, o montante total a ser quitado.

Por exemplo, se uma pessoa possui um financiamento de 30 anos, mas decide fazer amortizações adicionais, ela está antecipando pagamentos e reduzindo o saldo devedor – o que pode resultar em uma quitação mais rápida da dívida ou em parcelas menores.

Essa prática pode trazer benefícios financeiros, como a redução do valor total dos juros a serem pagos ao longo do tempo. Vale ressaltar, porém, que nem todos os contratos de empréstimo ou financiamento permitem a amortização de parcelas sem penalidades ou encargos adicionais.

Como funciona a amortização?

Como dito anteriormente, a amortização funciona por meio do pagamento gradual de uma dívida durante um período predeterminado em contrato. A cada pagamento, uma parte do valor é destinada a cobrir o montante principal da dívida, enquanto a outra parte é direcionada para pagar os juros acumulados sobre o saldo devedor.

Conforme os pagamentos são feitos, a proporção entre juros e amortização vai se alterando, de modo que a parcela destinada aos juros diminui ao longo do tempo, enquanto a parte amortizada aumenta.

O cálculo da amortização, por sua vez, é baseado em fórmulas que levam em consideração o valor principal da dívida, a taxa de juros e o prazo acordado. Essas fórmulas variam de acordo com o método de amortização utilizado, como a Tabela Price, Sistema de Amortização Crescente (SAC) ou outros.

Tipos de amortização

Existem diferentes tipos de amortização disponíveis no mercado, cada uma feita com base em um tipo de cálculo e de acordo com o valor da dívida e outros critérios a serem considerados. 

Confira os principais tipos:

  • Sistema de Pagamento Único
  • Sistema de Pagamento Variável
  • Sistema Americano de Amortização (SAA)
  • Sistema de Amortização Xonstante (SAC)
  • Sistema Price (sistema francês)
  • Sistema de Amortização Misto (SAM)

Sistema de Pagamento Único

Nesse sistema, o devedor realiza um único pagamento ao final do prazo estipulado, não havendo pagamentos periódicos intermediários. Nesse caso, o valor a ser pago é composto pelo montante principal da dívida, acrescido dos juros acumulados durante o período.

O cálculo envolve a aplicação da taxa de juros ao montante principal para determinar o valor dos juros. O valor final a ser pago é a soma do montante principal e dos juros calculados.

Sistema de Pagamento Variável

Nesse sistema, as prestações não são fixas e podem variar ao longo do tempo, de acordo com uma fórmula ou critério estabelecido no contrato. Geralmente, as prestações aumentam ou diminuem em intervalos determinados, de acordo com algum índice de referência, como a inflação.

O cálculo pode envolver a aplicação de uma fórmula específica ou a utilização do índice para reajustar as prestações ao longo do tempo. A fórmula ou critério utilizado para determinar as variações das prestações é previamente estabelecido no contrato.

Sistema Americano de Amortização (SAA)

Também conhecido como “juros sobre juros” ou “amortização negativa”, o SAA consiste no pagamento das prestações composto apenas pelos juros, enquanto o montante principal permanece inalterado durante o prazo do contrato. 

Ao final do prazo, o montante principal é quitado em uma única parcela.

O cálculo envolve a aplicação da taxa de juros ao montante principal para determinar o valor dos juros. As prestações são compostas apenas pelos juros calculados, sem amortização do montante principal.

Sistema de Amortização Constante (SAC)

Nesse sistema, as prestações são fixadas ao longo do prazo e compostas por uma parte de amortização do montante principal e outra parte de juros. A amortização é constante em todas as parcelas, enquanto os juros diminuem gradualmente ao longo do tempo.

O cálculo da amortização SAC é realizado dividindo o montante principal pelo número de prestações. Os juros são calculados com base no saldo devedor remanescente em cada período.

Sistema Price (sistema francês)

Também conhecido como Tabela Price, é um dos sistemas de amortização mais utilizados do mercado. Nele, as prestações também são fixadas e compostas parte pela amortização do montante principal e parte pelos juros, que são maiores no início e diminuem progressivamente, enquanto a amortização aumenta ao longo do tempo.

O cálculo envolve a utilização de uma fórmula específica para determinar o valor das prestações, levando em consideração a taxa de juros, o montante principal e o prazo do contrato.

Sistema de Amortização Misto (SAM)

Por fim, o SAM combina características de diferentes sistemas de amortização. Geralmente, há uma fase inicial em que as prestações são menores e compostas principalmente por juros, e uma fase subsequente em que as prestações aumentam, incluindo uma parcela maior de amortização.

O cálculo pode variar dependendo da combinação de sistemas utilizada. Geralmente, são aplicadas fórmulas específicas correspondentes a cada fase do sistema adotado.

Como escolher o melhor sistema de amortização?

Um dos principais aspectos a ser considerado é o prazo de quitação da dívida. Alguns sistemas de amortização permitem uma quitação mais rápida, enquanto outros estendem o pagamento por período mais longo. Por isso, avalie se é preferível um prazo mais curto, com parcelas mais altas, ou um prazo mais longo, com prestações mensais menores.

Além disso, é importante considerar o impacto financeiro das prestações no orçamento. Alguns sistemas, como o SAC e o Price, têm prestações iniciais diferentes. Verifique qual se adequa melhor à sua capacidade financeira atual e futura e analise ainda o valor total a ser pago ao longo do tempo, levando em conta os juros acumulados em cada sistema.

Por fim, avalie o contexto econômico atual e as condições financeiras disponíveis. Verifique as taxas de juros praticadas no mercado – como a taxa Selic, por exemplo – e como elas podem impactar cada sistema de amortização. Considere se é um momento de taxas mais altas ou mais baixas e como isso pode influenciar a escolha.

Cada sistema de amortização tem suas vantagens e desvantagens e a escolha dependerá das prioridades individuais. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre o prazo desejado para pagar a dívida, a capacidade financeira atual e futura e as condições de mercado.

Ao considerar esses aspectos e fazer uma análise detalhada, será possível escolher o sistema de amortização que melhor se adequa às suas necessidades e objetivos financeiros.

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O que é amortização em um empréstimo?

A amortização refere-se ao processo de redução gradual da dívida por meio de pagamentos periódicos, que incluem uma parte para o pagamento do montante principal e outra parte destinada aos juros acumulados.

Qual é o melhor sistema de amortização?

A escolha do melhor sistema de amortização depende de diversos fatores, como o prazo desejado para quitar a dívida, o impacto no orçamento mensal e as condições financeiras atuais. É recomendado avaliar cada sistema, como o SAC, Price ou misto, considerando suas características e o alinhamento com as necessidades individuais.

Como calcular a amortização de um financiamento?

O cálculo da amortização envolve a aplicação de fórmulas específicas, que levam em consideração o valor principal, a taxa de juros e o prazo do financiamento. Diferentes sistemas de amortização têm cálculos distintos. É recomendado utilizar calculadoras financeiras, planilhas ou buscar auxílio profissional para realizar os cálculos corretamente.

Posso antecipar parcelas de um financiamento para reduzir a dívida?

Sim, geralmente é possível antecipar parcelas de um financiamento, realizando pagamentos extras além das prestações regulares. Isso reduzirá o saldo devedor, possibilitando uma quitação mais rápida da dívida ou a diminuição do valor das prestações restantes. Verifique as condições do contrato para antecipação de pagamentos e eventuais custos adicionais.

A amortização influencia no valor total pago em um empréstimo?

Sim, a amortização influencia no valor total pago em um empréstimo. Quanto maior a proporção de amortização em cada parcela, menor será o valor total pago, pois haverá uma redução mais rápida do montante principal e, consequentemente, dos juros acumulados ao longo do tempo. Portanto, um sistema de amortização que prioriza a amortização desde o início pode resultar em um custo total menor.

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