Nesta semana, a Eneva (ENEV3) comunicou ao mercado o início de um processo de avaliação de potenciais parceiros estratégicos para os seus ativos renováveis, notadamente os ativos solares recém-adquiridos após a compra da Focus e futuros projetos solares e eólicos.
Neste momento de taxa Selic em 13,75% e uma alavancagem de 4,6x dívida líquida/Ebitda, um parceiro do segmento de renováveis ajudaria a reduzir o endividamento, que é uma das maiores preocupações do mercado.
Mas entendemos que o movimento não seja apenas por conta disso. A partir de 2023, o balanço da companhia já deveria começar a passar por uma redução da alavancagem, dado que o ciclo de investimentos diminuirá e vários ativos começarão a contribuir para os resultados operacionais: Jaguatirica II, Parnaíba V, Celse, Termofortaleza e Futura I. Aliás, no 1T23 a alavancagem já caiu na comparação com o 4T22.
Ou seja, a situação para a Eneva está longe de ser crítica e não nos parece um movimento desesperado, ainda mais agora, com todos os sinais apontando para uma queda da Selic.
Isso nos leva a acreditar que a maior preocupação está mais relacionada à capacidade de investimentos do que com o endividamento. A depender dos resultados dos próximos leilões, os projetos termelétricos ganharão prioridade na fila de investimentos, e a expansão dos projetos renováveis – parques solares Futura II e III e o parque eólico Santo Expedito – ficaria suspensa por um bom tempo, até que a alavancagem voltasse para níveis confortáveis novamente.
Em entrevista recente, o CFO Marcelo Habibe mencionou que o Capex necessário para colocar de pé esses novos projetos renováveis estaria na casa de R$ 10 bilhões. Nesse sentido, um novo parceiro ajudaria a acelerar a expansão e, por tabela, ainda contribuiria para amenizar as preocupações do mercado por conta da alavancagem.
Nesta altura, não temos como saber se o desfecho será positivo para os acionistas, já que tudo vai depender do preço e das participações envolvidas, o que nem a Eneva conhece ainda.
Ainda assim, o histórico de disciplina na alocação de capital joga a favor da companhia, e se o negócio realmente acontecer, provavelmente será para acelerar o crescimento da nossa Bezerra sem esquecer do potencial de retorno para o acionista.
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