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Investimentos

Com o Ifix perto da máxima histórica, fundos imobiliários podem subir mais?

O Ifix, principal índice de fundos imobiliários, já subiu 8,6% no ano e está a 100 pontos da máxima histórica; ainda vale a pena investir na classe?

Por Juan Rey

21 jun 2023, 15:50 - atualizado em 21 jun 2023, 15:50

Ifix fiis fundos imobiliários
Ifix

O Ifix, principal índice do mercado de fundos imobiliários (FIIs) brasileiro, atingiu os 3.100 pontos no pregão desta quarta-feira (21). A marca é a melhor desde janeiro de 2020, pouco antes do início da pandemia do coronavírus. 

Caso a tendência se mantenha nos próximos dias, o índice pode fechar a décima semana seguida no positivo – no ano, a alta é de aproximadamente 8,6%.

Além disso, o Ifix se encontra perto da sua máxima histórica, de aproximadamente 3.200 pontos. 

Com todos esses fatores na mesa, a pergunta que fica é: os fundos imobiliários devem continuar apresentando o atual desempenho ou já estão perto do teto?

Alta dos fundos imobiliários pode estar só ‘no começo’

Na visão do analista Caio Araújo, da Empiricus Research, o momento positivo pode ter pernas ainda mais longas. 

Ele explica que a classe de ativos está inversamente relacionada com a curva de juros. Isso significa que, caso a expectativa do mercado com relação à queda da taxa Selic no segundo semestre se confirme, os FIIs devem continuar em uma tendência ascendente. 

O analista enxerga o movimento atual como parecido com o último grande bull market (tendência generalizada de alta) do mercado brasileiro, entre 2016 e 2019, quando os fundos imobiliários também anteciparam o corte da Selic e subiram no período.

Depois, quando a taxa caiu de fato, os FIIs seguiram o movimento de alta. A expectativa agora é a mesma. “Especialmente os ativos de tijolos, que são mais sensíveis a movimentos na curva de juros, são boas alternativas para capturar a queda da Selic”, avalia Caio.

Os fundos imobiliários são divididos em duas categorias: tijolo e papel. Na primeira, estão os FIIs que investem em ativos físicos, como galpões logísticos, lajes corporativas e shoppings centers. 

Por outro lado, os FIIs de papel investem o patrimônio em títulos do setor imobiliário como CRIs, LCIs e LCAs

Para Caio, embora os FIIs de tijolo sejam mais suscetíveis a capturar a queda de juros no segundo semestre, todos os setores da classe de ativos estão negociando com desconto em várias métricas.

“Caso o cenário otimista se concretize, acredito que seja só o começo da arrancada dos fundos imobiliários”.

Ifix pode renovar máxima histórica

Inclusive, caso os fatores macroeconômicos continuem positivos, o analista vê a possibilidade do índice Ifix renovar a máxima histórica. Apesar disso, ele lembra que correções no curto prazo podem acontecer, dado o forte movimento altista observado nas últimas semanas.

É sempre importante frisar que, apesar do otimismo com os fundos imobiliários, uma carteira de investimentos deve ser devidamente diversificada entre diferentes classes de ativos, tanto de renda variável quanto de renda fixa.

Por isso, Caio avalia que o portfólio de FIIs “ideal” deve conter entre 8 e 10 ativos. A seleção, claro, deve ser feita de maneira criteriosa. “Estamos numa fase da indústria que tanto os fundos de papéis quanto os de tijolos estão em momentos interessantes para investir”.

Analista recomenda fundo imobiliário HGLG11

O analista deu uma recomendação de fundo imobiliário de tijolo que, para ele, deve capturar a queda de juros: o CSGH Logística (HGLG11). O FII está em processo de emissão de cotas e, por isso, ficou um pouco atrás do mercado nas últimas semanas.

“É super tradicional no mercado e tem um histórico de gestão bem interessante. É um fundo que o investidor consegue capturar tanto um bom dividend yield, entre IPCA+8 e IPCA+9 – sem contar as distribuições extraordinárias, e um ganho de capital de 10% a 15% em um cenário neutro. Em um cenário positivo, pode ser ainda mais”, analisa.

Além deste, Caio Araújo identificou outros dois fundos que apresentam boas oportunidades: um com 30% de desconto e outro que pode pagar dividendos de 10,37% em 2023. Clique aqui para conhecer os FIIs.

Confira abaixo a entrevista completa de Caio Araújo no Giro do Mercado:

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br