Seleção Empiricus
Compre Vale, Magalu está cara? e a governança de JBS
O Seleção Empiricus, bate-papo semanal sobre o mercado financeiro
Com Guilherme Ebaid, Max Bohm, Matheus Spiess e convidado especial Marcelo Audi, sócio da Cardinal Partners.
1:10 Para dar início à conversa, Ricardo Mioto, mediador do bate-papo, pergunta de um case queridinho de todos: VALE. O quanto Brumadinho ainda assombra os preços da companhia e em uma comparação de múltiplos, se de fato a empresa está barata?
Marcelo começa a resposta dizendo Vale está realmente muito barata, mas que Brumadinho é sim um fator impeditivo para que os papéis da companhia fiquem no preço que realmente valem. Justamente por existir um horizonte de investimento mais longo, o risco de esperar fora é maior do que o risco do que investindo, uma vez que não há como saber quando virá o catalizador que “corrigirá” os preços da companhia.
Max, por sua vez, concorda com o ponto de vista de Audi e complementa com a questão ESG, o calcanhar de Aquiles da Vale. Segundo Bohm, o gatilho para mudar os papéis da empresa de patamar é mudar a visão que os investidores possuem dela.
Matheus ainda acrescenta que, em sua opinião, existem mais pontos positivos do que negativos para se investir em Vale. Exposição à dólar, China e novo ciclo bom de commodities.
10:40 Dando continuidade à conversa e para gerar um debate entre os participantes, Ricardo pergunta à Marcelo o porque nossos analistas da casa deve vender BRF.
Audi pontua que JSB é uma power house difícil de ser replicada. Nos últimos 15 anos ela focou, através de aquisições, criar uma escala muito grande e também buscou diversificação em dois aspectos principais: regional e de proteínas, chegando no status atual de maior player de carnes. Além disso, é uma empresa que cresceu de uma receita de 4 bilhões de reais em 2015 para 230 bilhões hoje em dia, um ritmo de crescimento equivalente à empresas como Amazon e Magalu.
Max e Guilherme concordam que a JBS soube aproveitar o ciclo de proteínas e que realmente tem uma exposição internacional muito maior que BRF, mas que ainda há muito o que melhorar. A BRF hoje tem um excelente management – diferente da JBS – trouxe o core da empresa a tona, melhorou as marcas e está tentando controlar melhor os ciclos já mencionados. As ações estão muito baratas, tem uma boa margem de segurança, configurando, na opinião dos nossos analistas, uma empresa com bom risco-retorno.
25:10 Seguindo com as perguntas, Mioto traz uma questão de modo de análise: quanto vale a pena relativizar os preços em um mundo de growth, digital, ou essa é mais uma tendência do momento?
O sócio da Cardinal Parters acha que é preciso ter critério ao escolher uma ação. E também é necessário ter disciplina para seguir esse critério. O critério usado por ele é observar a geração de caixa que a empresa terá em um determinado período de tempo. Tudo isso para evitar o chamado Efeito Manada e o aumento do valor das ações em motivo efetivo.
Nesse momento é trazido o exemplo de Magalu, que embora esteja sofrendo as consequências desse efeito, está também criando valor. E por isso, Max, Guilherme e Matheus concordam que no curto prazo Magazine Luisa não irá decepcionar os investidores, muito pelo momento de digitalização que tende a ganhar mais força daqui em diante.
46:00 Mioto pergunto ao nosso time de craques o quando o Nubank já se estabilizou no mundo dos Bancos Digitais e pode virar um “winner takes it all” do setor.
Marcelo diz crer que o setor será relativamente fragmentado. Em seu portfólio você encontra o Banco Inter, que começou com operações de bancos tradicionais, focados em crédito, e depois disso começaram a se movimentar estrategicamente, chegando na digitalização e fortalecendo as vantagens competitivas.
Já Max diz ter escolhido BMG para sua carteira, pois a empresa já entrega 350 milhões de reais de lucro, tem uma marca muito forte e uma estratégia muito bem definida: juntar a força dos canais físicos com o digital. Se tiver sucesso, é um papel que está barato e tem muito a crescer.
Todos os nossos convidados concordam que é preciso ter capacidade de rentabilizar a base de clientes, com uma gama de diferentes ofertas, fato que está começando a aparecer no Nubank, criando uma certa desvantagem ao banco.
59:34 E para finalizar o Seleção Empiricus de hoje, chega a hora do mata-mata de ações: BR Distribuidora ou Cosan?
Max gosta das duas, mas escolhe Cosan por já ser um business mais estruturado, com alavanca de crescimento mais visível. Matheus e Guilherme também escolhem a mesma companhia pela gama de negócios embaixo de seu guarda-chuva.
E para fechar o debate, Marcelo vai com BR Distribuidora, uma vez que Cosan já o benchmarks do setor, enquanto BR, em sua opinião, é um gigante adormecido, o maior player e com, talvez, a maior vantagem competitiva em termos de operação logística e capilaridade geográfica.
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