As ações da atacadista Assaí (ASAI3) derreteram cerca de 29% no primeiro semestre de 2023. Com a forte queda, é hora de fugir dos papéis ou aproveitar a oportunidade para comprar?
Primeiro, é importante entender os motivos que levaram ao declínio das ações. Segundo o analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, a empresa teve sua tese de “papel defensivo” prejudicada por três fatores:
- Desinflação de alimentos mais forte que o esperado;
- Revisão e mudança no discurso de crescimento da companhia;
- Expectativa de follow-on do acionista controlador.
No entanto, olhando à frente, Ferrer vê bons motivos para ter ASAI3 na carteira e aproveitar uma possível recuperação.
O primeiro, sob a ótica de preço: os papéis ficaram baratos depois da forte queda. “Segundo nossas estimativas, a companhia negocia hoje a 9 vezes os seus lucros estimados para 2024, o que é 42% abaixo da sua média histórica dos últimos dois anos”, analisa.
Adicionalmente, as lojas convertidas do Extra estão performando bem, conforme apontam os resultados do 1T23.
“Isso deve contribuir para a desalavancagem financeira do Assaí e para o crescimento ao longo dos próximos trimestres, além de ser uma sinalização de que ainda há espaço para expansão física no atacarejo”, avalia Ferrer.
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Problemas do Assaí no primeiro semestre foram ‘endereçados’
Com relação à desinflação dos alimentos, a companhia afirma que o efeito negativo no faturamento deve ser mitigado com o aumento de volume e melhora no mix, com os consumidores voltando a consumir produtos com ticket mais elevado.
A questão da pressão pelo follow-on também foi endereçada, após o Casino, antigo grupo controlador, zerar a posição na companhia na última semana (você pode ver mais comentários sobre a venda aqui).
“Agora, como uma ‘full corporation’, os riscos de governança corporativa no Assaí foram diluídos e a companhia caminha para uma nova fase”, acredita.
Apesar de construtivo com a tese, o analista defende um peso reduzido para ASAI3, dado o curto prazo instável para as ações.
Desta maneira, a Empiricus Research mantém a recomendação de compra para as ações.