As ações da Apple podem ser compradas no Brasil por meio dos BDRs de ticker AAPL34 e são indicadas por João Piccioni, analista da Empiricus, na séria As Melhores Ações do Mundo.
Se você não entende bem o que são as BDRs, você pode ler mais no artigo sobre BDRs e internacionalização de portfólio.
Neste artigo, temos o objetivo de apontar todos os aspectos relevantes sobre a Apple (AAPL34) e facilitar a decisão de compra acerca dos seus papéis.
E, além desse conteúdo, o João conta mais sobre AAPL34 abaixo:
Voltando para cá, dividimos o artigo nos seguintes tópicos, para facilitar sua leitura:
Como a Apple se tornou… bem, a Apple (AAPL34)?
Você muito provavelmente está familiarizado com a icônica maçã que estampa os celulares e computadores mais sofisticados do mundo.
Steve Jobs jovem e o Macintosh
Mas você realmente está por dentro da trajetória da empresa que, agora, é negociada na B3 para todos os brasileiros?
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Fundada em 1976, com o dinheiro das vendas de um carro usado de Steve Jobs e da calculadora HP-65 do seu sócio, Steve Wozniak, para produzir computadores.
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Em 1984, lança o Macintosh, o primeiro computador pessoal que não exigia conhecimentos de programação do usuário. O anúncio no intervalo do Super Bowl, remetendo a George Orwell, entrou para a história da publicidade.
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O computador foi um sucesso de crítica, porém nem tanto de público: era caro, um pouco lento e poucos programas rodavam nele. Jobs acaba sendo afastado da Apple pelo conselho de administração.
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Nos anos 90, a empresa entrou em declínio. Nos computadores pessoais, a Microsoft e o seu Windows passam a dominar o mercado. A Apple tenta lançar todo tipo de bugiganga, de câmeras digitais a caixas de som, sem sucesso.
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Com a empresa quase quebrada, Jobs volta em 1997. Em 1998, surge o iMac, um sucesso de vendas. Em 2001, o iPod. Em 2006, o MacBook. A Apple renascia.
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O grande sucesso, porém, surge em 2007: o revolucionário iPhone, carro-chefe de vendas da empresa até hoje, mesmo após a morte de Jobs em 2011.
Steve Jobs e o primeiro iPhone
Como está a Apple agora?
Tim Cook, o CEO que sucedeu Jobs, lançou vários produtos, desde os novos iPhones (partindo do 5) até wearables, como Apple Watch e AirPods.
Foi sob Cook que a Apple passou a valer US$ 1 trilhão.
Veja como o valor de mercado da empresa continuou crescendo:
Gráfico de crescimento da Apple conforme seus lançamentos
As qualidades das ações da Apple
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A Apple tem uma marca que projeta status. Anos e anos de grandes investimentos em marketing, com anúncios icônicos e eventos de lançamento imbatíveis, fazem com que os seus produtos sejam percebidos como elegantes, cheios de estilo, superiores. As concorrentes não conseguem projetar sequer uma fração dessa percepção.
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A marca premium permite que a Apple pratique também preços premium, como qualquer um que já comprou um iPhone sabe. Por consequência, as margens são elevadas, da ordem de 40%. É o ciclo virtuoso: não falta dinheiro para investir ainda mais em marketing e em novos produtos.
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Como não falta dinheiro, a Apple se permite um time de desenvolvimento extraordinário, tanto em tecnologia como em design. A empresa tem investido em novos produtos, com destaque para os chamados wearables, acessórios como o Apple Watch e AirPods. A Apple hoje vende mais relógios que toda a tradicional indústria suíça junta, com marcas como Swatch, Tissot e TAG Heuer. O crescimento é rápido: a Apple vendeu US$ 24 bilhões em wearables em 2019, contra US$ 10 bilhões em 2015. Um crescimento de 140%.
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Há uma fronteira de imenso potencial de crescimento, que é a venda de serviços como Apple Pay, Apple Music e Apple TV. Eles são maravilhosos para a empresa porque sua margem é ainda maior que a dos produtos: mais de 60% (não há aqui custo de produção física). O faturamento com tais serviços foi de US$ 20 bilhões em 2015 para US$ 46 bilhões em 2019, um aumento de 130%.
Apesar disso, há um problema.
O ponto fraco da AAPL34
Por mais que a empresa se esforce e inclusive tenha sucesso na criação de novos produtos, ela segue muito dependente do iPhone, que há muitos anos representa mais de 50% da sua receita:
Gráfico de percentual da receita gerada pela venda de iPhones
Como dito, a empresa está atuando para aumentar a participação da linha de serviços (17,8% da receita atual) e de outros produtos, como o Apple Watch e AirPods (9,4%). Não dá para dizer que estão fracassando, mas o movimento é lento e ainda há grande dependência do iPhone.
O risco disso é que o mercado de celulares pode trazer emoções. Ele é muito dependente de lançamentos anuais — um erro e lá se vai o marketshare.
Embora seja inquestionável a competência da Apple, muitas empresas já escorregaram nesse mercado, da Nokia à BlackBerry, ambas um dia dominantes e hoje irrelevantes.
Ter mais de 50% da receita atrelada à venda de celulares é, nesse sentido, estar bastante exposto ao azar, à inovação de algum concorrente, a alguma mudança estrutural imprevisível nesse mercado.
Além disso, a empresa tem vendas bastante concentradas. O iPhone (e seu sistema operacional, o iOS) só é dominante em países muito ricos, como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Japão, Austrália e, pois é, Arábia Saudita.
No resto do mundo, domina o Android, sistema operacional dos celulares produzidos por todas as outras grandes empresas, como Samsung, LG e Motorola. Isso vale para o Brasil e inclusive para países não tão ricos da Europa, como Espanha ou Itália.
No mundo em desenvolvimento, há ainda a concorrência cada vez mais acirrada com players chineses, como Huawei e Xiaomi.
Mapa de representação da autoridade de IOS vs. Android no mundo
Afinal, devo comprar AAPL34 ou não?
Sim, compre Apple (AAPL34).
Apesar da dominância do iPhone no resultado da empresa, os novos produtos e serviços, estes com altíssima margem, são um sucesso e estão crescendo rapidamente.
No caso dos celulares, o advento do 5G vai impulsionar as vendas, já que os aparelhos antigos não são compatíveis com a tecnologia — o recém-lançado iPhone 12 é o primeiro a oferecer essa possibilidade.
Além disso, os resultados da Apple são boa notícia atrás de boa notícia. Em seu último resultado trimestral, os números vieram bem acima das expectativas. No terceiro trimestre de 2020, a Apple apresentou receita de US$ 59,7 bilhões, 10,9% acima daquela reportada no mesmo período de 2019. O lucro subiu 18,3% ante o ano anterior.
Por fim, a Apple é um exemplo quase incontestável de construção de marca. É cool ter um produto da Apple. Você quer mostrar para os amigos, é bonito, tem estilo. Isso tem um valor enorme.
Dessa forma, a indicação do nosso analista João Piccioni é que o BDR da Apple (AAPL34) é uma das melhores ações do mundo e, portanto, comprá-lo é a coisa certa a se fazer.