Renda Fixa

Marcação a mercado: entenda como funciona esse método de preciificação

A marcação a mercado é um método de precificação diária de alguns tipos de investimentos. Saiba como funciona a marcação a mercado e suas vantagens.

Por Equipe Empiricus

25 set 2023, 12:00 - atualizado em 06 dez 2023, 20:47

Imagem representando a marcação a mercado.

Há muitas ferramentas e mecanismos que ajudam a garantir mais eficiência e confiabilidade aos investidores no momento de investir. E um desses mecanismos é a marcação a mercado.

Por meio da marcação ao mercado, os investidores possuem uma atualização diária nos preços de seus ativos, o que auxilia na tomada de decisões ao definir uma estratégia de investimentos.

O que é marcação a mercado?

A marcação a mercado é um método de atualização diária dos preços de alguns tipos de ativos, tanto da renda fixa, como títulos, quanto da renda variável , como cotas de fundos de investimentos.

Em outras palavras, a marcação determina qual o preço que um ativo teria caso o investidor decidisse vendê-lo naquele momento.

Essa metodologia é importante para fornecer uma imagem precisa do valor real de um investimento, pois permite que os investidores compreendam quanto os ativos realmente valem no presente.

É importante notar que a marcação a mercado pode levar a grandes oscilações no valor declarado de uma carteira, especialmente em períodos de volatilidade do mercado.

Isso pode levar a desafios para investidores e gestores de fundos, que devem gerir os riscos associados a essas mudanças de valor.

Por que a marcação a mercado existe?

A marcação a mercado existe para que o investidor saiba quanto receberia no dia de hoje se vendesse determinado título ou cota. No caso de fundos de investimento, ela ajuda a determinar por qual valor seria possível vender as cotas.

Isso torna o mercado e os preços mais transparentes, garantindo condições mais justas e menos prejudiciais aos investidores. Afinal, é uma forma de analisar os ganhos que se podem obter a cada dia.

Por conta disso, os investidores passam a ter um parâmetro melhor para decidir com segurança se vale a pena vender um título ou mantê-lo na carteira.

No caso das cotas de fundos, a marcação a mercado ajuda a impedir a transferência de riquezas entre os cotistas, garantindo que cada investidor receba recursos de acordo com sua verdadeira participação.

Vale destacar que, em 2023, novas regras passaram a valer sobre a marcação a mercado. Até 2022, apenas o Tesouro Direto apresentava a atualização diária dos preços dos títulos.

Com as mudanças promovidas, todas as instituições financeiras precisam apresentar o saldo atualizado pela marcação a mercado. A medida foi proposta pela Anbima, e as instituições precisam atualizar os preços ao menos uma vez por mês.

Quais fatores influenciam na marcação a mercado?

Oferta e procura

Essa é a lei com maior influência sobre a marcação a mercado. Afinal, dependendo da relação entre oferta e procura, os investimentos podem ter um preço maior ou menor ao longo dos tempo.

Quando há maior procura do que a oferta por um título, o preço tende a aumentar, enquanto quando há uma oferta maior do que a procura, o preço tende a diminuir.

Outras variáveis, como a liquidez, perspectiva da taxa Selic e notícias sobre o mercado financeiro, também podem influenciar o preço.

Por exemplo, se há uma grande entrada de investidores estrangeiros no mercado, os preços tendem a se elevar e, ao contrário, os preços tendem a cair.

Liquidez

A liquidez é um dos principais fatores na determinação do preço de mercado. Quanto maior a liquidez dos investimentos, mais fácil é vendê-lo quando necessário, o que acaba resultando em um valor a mercado mais elevado.

Isso ocorre, por exemplo, com os títulos públicos, pois o Tesouro Nacional garante as recompras das aplicações, tornando-os líquidos diariamente.

Geralmente, as opções mais líquidas têm o preço utilizado no final do dia para a marcação a mercado, enquanto ativos menos líquidos podem ter a marcação baseada em estimativas referentes ao preço. 

Rentabilidade

Outro fator que também pode interferir no resultado da marcação a mercado é o modelo de rentabilidade do investimento. Os títulos de renda fixa apresentam retornos prefixados, pós-fixados ou híbridos.

Dependendo das perspectivas da Selic e da rentabilidade acordada no investimento, pode ocorrer uma mudança no preço a mercado. 

Por exemplo, suponha que você fez um investimento a 5 anos com taxa prefixada de 15% ao ano. No entanto, durante esse período, houve eleições e a expectativa do mercado se tornou mais positiva, levando a uma redução das taxas de juros futuras.

Como resultado, seu título se torna mais atrativo, oferecendo uma rentabilidade acima da média, o que tende a valorizá-lo.

Diferença entre marcação a mercado e marcação na curva

A diferença central entre a marcação a mercado e marcação na curva é que o primeiro se concentra na atualização diária dos preços dos ativos, enquanto a segunda apenas corrige o valor do ativo pela taxa acordada.

Portanto, é de se presumir que a marcação na curva ocorre apenas em títulos de renda fixa, uma vez que os ativos de renda variável não possuem uma taxa de juros pré-definida.

É importante destacar que a marcação na curva pode prever perdas decorrentes de uma antecipação de um investimento, mas não consegue explorar as potenciais valorizações desses ativos.

Esse método de precificação já foi usado na definição de preços de cotas de fundo, mas foi substituído em 2002. No entanto, ainda é possível utilizá-lo para entender a evolução do seu patrimônio, considerando que os títulos sejam mantidos até o vencimento.

Marcação a mercado no Tesouro Direto

No caso do Tesouro Prefixado, a marcação a mercado depende da Selic. Se a perspectiva for de aumento na taxa de juros, os títulos já existentes tendem a se desvalorizar. Já se a expectativa for de queda na taxa de juros, os títulos já emitidos tendem a se valorizar.

No caso do Tesouro IPCA, são avaliados tanto a Taxa Selic quanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se houver perspectivas de aumento da inflação, a Selic tende a se elevar, e os títulos já existentes perdem valor.

Já o Tesouro Selic é o que menos sofre interferência, pois mesmo sendo marcado a mercado, ele possui liquidez diária, o que faz a oscilação do seu preço ser menor.

Marcação a mercado nos títulos de renda fixa

A renda fixa, como debêntures, CRIs, CRAs e CDBs, têm uma dinâmica um pouco diferente. No caso das aplicações pós-fixadas, elas acompanham um indicador de referência, como o CDI. Quando esse indicador é atualizado diariamente, o preço do título reflete o desempenho acumulado.

Já os títulos prefixados e híbridos sofrem uma influência maior da marcação à mercado. Como possuem uma taxa fixa definida, o preço pode variar de acordo com as expectativas dos juros futuros e até outras condições.

Vale dizer, porém, que o preço a mercado só se concretiza na renda fixa se houver o resgate antecipado dos títulos. Caso contrário, ele segue as condições já definidas.

Marcação a mercado nos fundos de investimentos

Os fundos de investimentos também estão sujeitos à marcação a mercado. Portanto, o preço das cotas pode variar para mais ou para menos em um determinado dia.

Para definir o preço da cota, considera-se o último dia de cotização do resgate. Até alguns anos atrás, as cotas eram marcadas pela curva do papel, na qual a entrada ou saída de um grande número de investidores impactava na precificação.

Dessa forma, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a obrigatoriedade da divulgação diária dos preços das cotas dos fundos de investimentos no Brasil, a fim de evitar distorções no preço e proteger os cotistas.

Quais são as vantagens da marcação a mercado?

A marcação a mercado traz várias vantagens para os investidores. Afinal, com a atualização diária dos preços, é possível acompanhar as expectativas e condições do mercado.

Portanto, imagine que você tenha um investimento prefixado e haja uma queda da taxa Selic. Você pode vender os títulos da sua carteira e obter uma rentabilidade maior do que o valor acordado.

Outra grande vantagem está no aumento da transparência, o que torna o ambiente de investimentos mais seguro e confiável, evitando distorções sobre os preços dos investimentos.

No caso dos fundos de investimentos, a marcação a mercado permite que cada cotista receba o valor justo pela sua participação, uma vez que o mecanismo evita a transferência de riquezas entre os investidores.

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O que é marcação a mercado?

Marcação a mercado é um método que atualiza o valor dos ativos de um portfólio para o seu preço atual de mercado diariamente, refletindo o valor real que eles teriam se fossem vendidos naquele momento.

Qual o princípio da marcação a mercado?

O princípio da marcação a mercado é fornecer uma visão transparente e atual do valor de uma carteira de investimentos, usando o preço de mercado atual dos ativos. Isso permite avaliar o valor que seria obtido se os ativos fossem vendidos naquele instante.

Qual é o principal objetivo da marcação a mercado?

O principal objetivo da marcação a mercado é proporcionar uma visão realista, transparente e atualizada do valor de uma carteira de investimentos, permitindo que investidores e gestores de fundos compreendam melhor o valor e o risco dos seus investimentos.

Qual melhor título para marcação a mercado?

O melhor título para marcação a mercado depende do perfil do investidor. Títulos do Tesouro Direto, por exemplo, são populares e têm sua valorização marcada a mercado, adequando-se a diferentes perfis de investidores.

Quais investimentos sofrem com a marcação a mercado?

Investimentos como títulos do Tesouro Direto, fundos de investimentos, títulos de renda fixa como CDBs e debêntures, e alguns tipos de derivativos sofrem marcação a mercado, tendo seus valores ajustados diariamente.

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