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Weg (WEGE3) tem mais um trimestre acima do esperado pelo mercado; veja a recomendação da Empiricus Research

Weg abre temporada de resultados do 2T23 com lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, alta de 50% na comparação anual; mercado externo é destaque

Por Fernando Ferrer

19 jul 2023, 11:26 - atualizado em 19 jul 2023, 11:26

weg wege3 balanço 1t23
Imagem: Divulgação

Hoje pela manhã a Weg (WEGE3) divulgou seus resultados do 2T23, que vieram novamente acima das nossas expectativas e das expectativas do mercado.

O sequencial e consistente ritmo de crescimento da companhia de Jaraguá do Sul foi marca registrada novamente. A receita operacional líquida (ROL) foi de R$ 8,2 bilhões no 2T23 (crescimento de 14% ante o 2T22 e de 6% versus o 1T23), impulsionada pelo bom resultado das operações no mercado externo, seguido por um crescimento mais moderado no mercado interno.

Com isso, o mercado externo passou a representar 54% do seu faturamento, enquanto o restante é proveniente do mercado interno.

No Brasil, tal qual ocorreu no trimestre passado, o segmento de maior destaque foi o de Equipamentos Eletrônicos e Industriais (EEI), que cresceu 15% na comparação anual, amparado na atividade industrial positiva nos setores de mineração e papel e celulose.

Por outro lado, o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) apresentou queda de -4% em relação ao mesmo período do ano anterior, impactado pela redução na demanda por geração solar distribuída no período, ainda influenciada pela mudança da regulação no setor, associada ao maior custo de financiamento e redução do custo de energia no Brasil.

Segmento de energia é destaque da Weg no mercado externo

Já no mercado externo, o GTD foi o destaque positivo pelo segundo trimestre consecutivo, com crescimento de 82% na comparação anual.

Os negócios de transmissão e distribuição seguiram se beneficiando da forte demanda por transformadores para parques de geração de energia renovável (eólica e solar) nos EUA e no México. Na parte de geração, vale destacar o bom desempenho da operação da Europa, além da construção de uma carteira de pedidos saudável para os próximos trimestres nas demais operações.

Assim como observamos nos últimos dois trimestres, os custos das principais matérias-primas que compõem a estrutura de custos da companhia, principalmente o aço e o cobre, seguem estabilizando.

Assim, beneficiada também por melhorias no mix de produtos e programas para ganhos de eficiência, a margem bruta atingiu 33,7%, ganho de 6,3 pontos percentuais quando comparada com o 2T22.

Companhia tem lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no trimestre

O ebitda da Weg foi da ordem de R$ 1,8 bilhão (46% ano contra ano) e a margem ebitda foi de 22,4% — ganho de 4,9 pontos percentuais na comparação anual. 

Na última linha, a companhia reportou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no trimestre, com margem líquida de 17%.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) segue bastante superior ao período pré-pandemia e acumulou atrativos 34,4%.

Com uma forte geração de caixa de R$ 3,2 bilhões no semestre, a companhia segue com um balanço bastante equilibrado, o que a permitiu divulgar o pagamento de dividendos intermediários no valor de R$ 609 milhões, que quando somado ao JCP de R$ 467 milhões, representam um acréscimo de 21% frente ao primeiro semestre do ano passado.

WEGE3: pelo valuation esticado, recomendação é neutra

Por fim, a Weg mostrou por mais um trimestre sua capacidade de crescimento, mesmo frente a um momento macroeconômico desafiador.

A capacidade da companhia de atuar globalmente em diferentes setores e capturar diversas oportunidades de negócio torna o negócio resiliente e com robustas avenidas de crescimento.

Contudo, dado o valuation esticado (27 vezes lucros para o ano que vem), Weg (WEGE3) é uma recomendação neutra da Empiricus Research.

Sobre o autor

Fernando Ferrer

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA em Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.