Nesta terça-feira (25), o IBGE informou que o IPCA-15 de julho de 2023 apontou deflação de -0,07%, queda de 0,11 ponto percentual em relação aos 0,04% em junho. O dado veio abaixo da mediana das estimativas de mercado (-0,03%).
Dentre os principais destaques do grupo de administrados da prévia da inflação está a deflação de:
- preços de energia elétrica, esperada devido ao efeito temporário do bônus de tarifa de Itaipu anunciado pela Aneel no mês passado, compensou parte da alta da gasolina;
- preços de gás de bujão e óleo diesel, compensando a alta nos preços de plano de saúde;
- preços de bens duráveis, principalmente automóveis novos e usados, devido ao programa de descontos do governo federal;
- preços de alimentos, em especial de carnes e cereais, leguminosas e oleaginosas;
- preços do setor de serviços, com desaceleração de aluguéis e contribuição de condomínio, que colocam um viés para baixo no IPCA cheio de julho.
“Apesar de ainda estar acima da meta da autoridade monetária, qualitativamente o dado tem avançado e não me surpreenderia que, por conta dele, nós caminhássemos para um corte de 50 pontos-base (pbs) na taxa Selic na próxima reunião do Copom, semana que vem“, explica Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Desde que o dado foi divulgado, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, sobe 0,8% às 15h e chegou a alcançar os 122 mil pontos durante o pregão desta terça.
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A queda do IPCA pode ser gatilho para a Bolsa decolar ainda mais?
“Se a gente lembrar bem, o último bull market da Bolsa brasileira aconteceu de 2016 a 2019 e ele também foi impulsionado, entre outros fatores, por uma queda estrutural e bem feita da inflação e consequentemente da taxa de juros“, reforça o analista.
“O que vai acontecer no Brasil é que vamos ver uma taxa de 13,75% ao ano cair para 9% no final do ano que vem ou menos. E uma queda da inflação já é um primeiro passo nessa direção”.
Para Spiess, essa flexibilização monetária abre caminho para o Ibovespa chegar aos 125 mil pontos já nas próximas semanas e quem sabe aos 130 mil no final do ano. “Problemas seriam derivados principalmente de Brasília. Se a política não atrapalhar, podemos continuar vendo a Bolsa em tendência de alta, mesmo que não seja um caminho linear”.
Segundo ele, na própria temporada de resultados corporativos, que se inicia oficialmente nesta quarta-feira (26), podemos ver vetores importantes positivos.
Dentre setores que devem se beneficiar desse cenário, ele cita companhias de saúde, financeiro, incorporação e mesmo as de commodities, cujos balanços podem apresentar leves melhorias em comparação ao trimestre anterior. Além disso, na visão do analista, conforme a taxa de juros arrefecer, o varejo também pode se dar bem, com a melhora do endividamento no Brasil.
Para conferir a explicação completa de Matheus Spiess, assista ao Giro do Mercado desta terça (25):