Bom dia, pessoal. Hoje, os mercados asiáticos registraram quedas em várias importantes bolsas, incluindo Xangai, Tóquio, Hong Kong e Seul. Isso aconteceu após Wall Street alcançar sua máxima em 15 meses antes de uma aguardada reunião do Federal Reserve, onde os investidores esperam que seja concluído o último aumento das taxas de juros deste ciclo. O foco também estava na forma como o Partido Comunista da China irá cumprir sua promessa de sustentar o crescimento econômico, após o governo chinês anunciar seu apoio aos empresários e ao setor imobiliário em dificuldades, mas sem fornecer detalhes específicos. Estímulos claros poderiam servir de suporte para as commodities.
Apesar do bom desempenho da Alphabet, controladora do Google, ontem à noite, os futuros americanos estão em queda hoje, devido à expectativa de um aumento de 25 pontos-base na principal taxa de empréstimo pelo Federal Reserve, levando-a ao seu maior nível em 22 anos. O que realmente está em jogo é a sinalização futura do Fed. Alguns setores do mercado voltaram a acreditar que o banco central dos EUA poderá implementar um “pouso suave”, controlando a inflação e evitando uma recessão. Enquanto isso, os mercados europeus também estão em baixa, assim como os preços do petróleo. O cenário global permanece atento às decisões do Federal Reserve e aos desdobramentos da economia mundial, afetando os movimentos dos mercados.
A ver…
· 00:53 — E avançamos para além dos 120 mil pontos
No Brasil, a temporada de resultados está ganhando impulso após os fortes números da Telefônica. Hoje, teremos os resultados do Santander e o relatório de produção da Petrobras, enquanto amanhã ficaremos com o resultado da Vale.
A queda do petróleo pode impactar a manhã de hoje, mas os preços favoráveis do minério de ferro proporcionam algum conforto. A expectativa pelos estímulos chineses e as projeções mais otimistas do FMI para a economia global têm sustentado as commodities.
Entretanto, o ponto central de atenção é a divulgação do IPCA-15 de julho. A prévia da inflação mostrou uma deflação maior do que o previsto, fortalecendo a tese de um corte de 50 pontos-base na reunião do Copom na semana que vem. Alguns investidores já estão projetando cortes de 75 pontos-base ainda em 2023, o que poderia levar a taxa Selic para níveis entre 12% e 11,5% até o final do ano.
Esse cenário tem impulsionado o Ibovespa, que superou definitivamente os 120 mil pontos e pode buscar 125 mil pontos e, posteriormente, 130 mil pontos nos próximos dias. Os próximos gatilhos para o mercado são a reunião do Copom na semana que vem e o desempenho das empresas durante a temporada de resultados. Com o progresso da flexibilização da política monetária, o mercado parece ganhar confiança e tração em direção a patamares mais altos.
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· 01:46 — E essas reformas?
Durante a primeira metade do ano, o mercado mostrou otimismo com os avanços na reforma tributária e no arcabouço fiscal no Congresso, além da convergência da inflação para a meta, o que impulsionou o retorno das ofertas públicas. No entanto, o segundo semestre se apresenta mais desafiador, especialmente para uma das pautas relevantes do governo: a reforma tributária da renda.
A proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de taxar fundos offshore, fundos exclusivos de investimentos e distribuição de lucros e dividendos, enfrenta resistência de empresários e agentes de mercado, que já apresentaram um pedido para que a equipe econômica abandone essa ideia. A possível eliminação dos juros sobre capital próprio (JCP) também gerou reações negativas no mercado.
O objetivo de Haddad é elevar a arrecadação para eliminar o déficit das contas públicas em 2024, mas essa proposta tem encontrado obstáculos e ruídos no cenário político e econômico, especialmente por parte dos bancos. A dificuldade em promover reformas no Brasil é claramente ilustrada por essas reações divergentes e os desafios que o governo enfrenta em relação ao tema da reforma tributária.
· 02:39 — Vem aumento de juros aí
Nos Estados Unidos, o Dow Jones Industrial Average está prestes a fazer história com uma série impressionante de ganhos. O índice está em sua décima segunda sessão consecutiva de valorização, a sequência mais longa desde fevereiro de 2017. Surpreendentemente, esse movimento ocorre exatamente quando o Comitê Federal de Mercado Aberto está prestes a anunciar sua decisão de taxa de juros. Caso o índice obtenha um ganho hoje, será a maior sequência de alta desde janeiro de 1987, com 13 dias de valorização. O recorde histórico do Dow foi estabelecido em 1897, com 14 pregões consecutivos de ganhos.
Enquanto isso, os investidores praticamente têm certeza de que o banco central aumentará a taxa de juros em 25 pontos-base, chegando à faixa de 5,25% a 5,5%, marcando o décimo primeiro aumento desde o início de 2022. Isso levará as taxas a níveis não vistos desde janeiro de 2001. Contudo, o que realmente importa é a direção futura do Fed. A coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell será acompanhada de perto para buscar sinais de que o banco central está considerando seus próximos passos em relação à política monetária. Com base no trabalho realizado até agora, espera-se que o Fed mantenha a possibilidade de um novo e último ajuste na próxima reunião, mas estará disposto a renunciar a esse aumento caso os dados econômicos o permitam nas próximas semanas.
· 03:24 — De que lado está a Índia: dos EUA ou da China?
Com base nos recentes encontros entre o presidente Biden e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, especialmente a visita à Casa Branca de Modi em junho, pode-se pensar que os dois líderes eram aliados muito próximos. No entanto, a Índia tem uma longa história de política externa denominada “não-alinhamento estratégico”.
Depois de enfrentar um século de domínio colonial britânico, é compreensível que os indianos resistam a se envolverem em alianças globais. Além disso, a Índia tem a ambição de não depender de ninguém. A nação já ultrapassou a China como o país mais populoso do mundo e sua economia pode superar a da Alemanha e do Japão.
No entanto, a postura de equilíbrio da Índia foi fortemente desafiada quando se recusou a condenar explicitamente a invasão da Ucrânia pela Rússia. Isso levanta a questão de que a Índia precisa escolher um lado. Dadas as circunstâncias recentes, parece cada vez mais provável que a Índia se incline para o lado dos americanos.
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· 04:12 — Sem comum acordo
Por falar no gigante do sudeste asiático, representantes das principais economias do mundo se reuniram recentemente em Goa, Índia, para discutir a transição energética, em meio ao aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos em várias regiões do planeta. A Reunião do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, que abrange mais de três quartos das emissões globais e do produto interno bruto mundial, tinha o objetivo de definir uma estratégia para a eliminação dos combustíveis fósseis.
No entanto, apesar de alguns pontos de acordo, a cúpula terminou sem um consenso claro sobre como realizar essa transição. Os gases de efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, continuam batendo recordes, e o aumento das temperaturas e a perda de biodiversidade tornam-se cada vez mais intensos. A fabricação de combustíveis fósseis está sendo terceirizada para nações em desenvolvimento, onde a desregulamentação é usada para impulsionar suas economias.
A reunião dos líderes do G20 em setembro e o fórum COP28 em dezembro são eventos aguardados por investidores em energia e renováveis, pois ainda não foi definida uma meta global específica para o desenvolvimento de energia renovável, e persistem divergências sobre a eficácia das tecnologias de captura de carbono. A busca por uma abordagem conjunta continua sendo um desafio para enfrentar as questões urgentes relacionadas às mudanças climáticas.