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Méliuz (CASH3) pode ter dividend yield de quase 40% depois do acordo com BV; para Felipe Miranda, esta é a hora de investir

Mesmo prestes a fechar capital na Bolsa, a companhia deve ter um aumento no fluxo de caixa nos próximos meses devido à parceria com BV.

Por Nicole Vasselai

26 jul 2023, 11:54 - atualizado em 26 jul 2023, 11:54

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Imagem: Divulgação/ Méliuz

Méliuz (CASH3), startup brasileira com exposição ao varejo, à tecnologia e a finanças, recentemente anunciou que irá fechar capital na Bolsa e retirar suas ações do Ibovespa em breve. Diante desse cenário, quem já investe no papel pode estar se perguntando o que fazer com a posição.

Para Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research, o momento abre, na verdade, uma ótima oportunidade de compra. Não pela saída de Méliuz da B3, mas porque os próximos trimestres devem ser bastante prósperos para o balanço da companhia.

O analista atribui a isso os resultados concretos, em suas palavras, que podem derivar do acordo comercial entre Méliuz e BV, iniciado no primeiro semestre, no qual BV atuará como sócio financeiro da companhia dirigida por Ismael Salmen.

Entendendo o acordo comercial entre Méliuz e BV

Como já trouxemos nesta outra matéria de maio, ao final de 2022, o BV (50% BB e 50% Votorantim) anunciou a compra de 3,85% do capital de Méliuz, pertencente a seus acionistas de referência, a R$ 1,50 por ação.

O acordo foi assinado no começo de março de 2023 e, com isso, o BV pode aumentar sua participação, para comprar o direito de preferência dos acionistas de referência até o final de 2023, por R$ 1,50 por ação, atualizado pelo CDI. Depois desse período, o preço seria o valor mais alto entre R$ 1,50 por ação ajustada pelo CDI ou um desconto de 10% do preço de fechamento do papel nas últimas 30 sessões. Isso levaria a uma OPA (fechamento de capital) pelo mesmo valor.

Como parte da operação, no final de março de 2023, o BV também firmou acordo de compra do Bankly e de até 100% das ações da Acessopar Investimentos e Participações, subsidiária integral de Méliuz. O negócio foi fechado por um valuation de R$ 210 milhões.

Basicamente, a operação prevê transferência da base atual de cartões Méliuz e cerca de 1 milhão de contas digitais para o BV. O próximo passo será o desenvolvimento de novos produtos financeiros para oferecer à base de clientes da Méliuz, criando oportunidades adicionais de monetização.

Por que a parceria pode favorecer Méliuz?

“No início do segundo semestre, temos grandes expectativas devido à parceria com BV. A Méliuz tem priorizado isso nos últimos meses e espera-se que esse acordo acelere a oferta de serviços financeiros da Méliuz, ao mesmo tempo em que proporciona uma base de custos mais eficiente e geração de caixa mais rápida por meio de comissões recebidas por cartões/contas originados”, ele afirma.

Além disso, o sócio-fundador da Empiricus acredita que a recuperação do comércio eletrônico em meio a um ambiente macroeconômico mais saudável pode favorecer a companhia. “Méliuz está preparada para atingir o Ebitda de equilíbrio, uma direção para a qual tem trabalhado há algum tempo”, explica.

Segundo ele, a ênfase será mantida na lucratividade, buscando garantir taxas de captação líquida saudáveis, similares aos trimestres anteriores, além de esforços para aprimorar a eficiência. “Espera-se que no resultado do segundo trimestre já haja redução nos custos devido a renegociações com fornecedores, menores custos de rescisão e otimização do quadro de funcionários, iniciada no começo do ano. Embora isso deva ficar mais evidente no terceiro trimestre”.

Atualmente, a Méliuz possui uma posição de caixa de R$ 437 milhões (excluindo o float do Bankly), representando 76% de seu valor de mercado.

Com a venda do Bankly, a empresa receberá R$ 210 milhões, valor que a administração já indicou que pretende distribuir aos acionistas, resultando em um dividend yield de quase 40%“.

Felipe lembra que mais detalhes sobre esse assunto serão fornecidos no Investor Day, programado pela companhia para setembro. Nesse evento, espera-se obter informações adicionais sobre as expectativas de desempenho financeiro para o 4T23 e 2024, o que pode trazer mais clareza sobre os próximos passos.

Em resumo, é hora de comprar CASH3

Apesar das ações CASH3 apresentarem queda de 26%, mais ou menos, no acumulado do ano e terem ficado fora do recente rali do Ibovespa nos últimos três meses – as ações estão sendo penalizadas por conta de sua eminente saída do Ibovespa –, Felipe Miranda acredita a empresa está em uma posição atrativa e é uma “belíssima oportunidade de compra”.

“Com o aumento esperado no fluxo de caixa nos próximos trimestres e sua considerável posição de caixa líquido (com um fluxo de caixa operacional potencialmente positivo e uma posição de caixa esperada de R$ 647 milhões após a venda do Bankly), a Méliuz se destaca como uma opção atrativa, o que nos leva a mantê-la em nossa carteira de investimentos”, conclui.

Méliuz segue como um dos nomes recomendado na carteira de ações Oportunidades de Uma Vida, da série Palavra do Estrategista, ministrada pelo CEO da Empiricus.

E, para além de CASH3, neste relatório gratuito, você pode acessar 10 ações recomendadas por Felipe e pela equipe de analistas da Empiricus Research.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.