A semana passada foi marcada pela divulgação de diversos dados econômicos importantes no hemisfério norte e, principalmente, pelas decisões de política monetária nos EUA e na Europa.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) entregou a alta de 25 pontos-base (pbs), em linha com as expectativas de mercado, elevando os juros para 3,75% ao ano. Em entrevista, a Presidente Lagarde disse que ainda há algum caminho a ser percorrido, mas que os dados econômicos a serem divulgados daqui para frente vão indicar quanto ainda precisa ser feito.
A mensagem mais branda (dovish) do ECB levou a um forte movimento de depreciação do euro frente ao dólar no dia e ainda apagou a precificação de mercado de mais uma alta de 25 pontos-base na reunião de setembro. Dado o contexto de inflação ainda elevada, mas atividade fraca, a nossa expectativa é de que o BCE volte a subir juros em outubro, terminando o ciclo de alta de juros em 4% ao ano.
Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) elevou a taxa de juros em 25pbs para o intervalo de 5,25%-5,50% ao ano, em linha com o consenso do mercado. No discurso, o Presidente Jerome Powell também evitou guiar as expectativas em relação aos próximos passos da autoridade monetária, dizendo que é possível uma pausa ou uma nova alta de juros a frente. Em relação à inflação corrente, Powell ainda disse que, apesar do número de junho ter sido benigno, é preciso ver a continuidade desse movimento nos próximos meses para que o Banco Central (BC) crie conforto em relação à trajetória inflacionária.
De maneira geral, a decisão do banco central americano foi neutra e mudou pouco a precificação de mercado em relação às próximas reuniões. Segundo o mapa de pontos (dot-plot) do próprio Fed, ainda haveria mais uma alta de juros contratada para este ano, contudo, o cenário de maior probabilidade de mercado hoje é de que já tenhamos atingido o final do ciclo de alta das taxas por lá.
Em um ciclo distinto da maioria das economias globais, vale ainda mencionar a reunião do Banco Central do Japão (BoJ) na semana passada, que elevou o teto de controle de curva de juros de 0,5% para 1% nos títulos do governo de 10 anos. Na decisão, contudo, o BoJ manteve a possibilidade de atuar no mercado em qualquer ponto entre 0,5% e 1%, o que reforça um movimento ainda muito lento de redução de estímulo monetário no país.
Ainda nessa toada, o Relatório Trimestral de Perspectivas Econômicas do BoJ revisou para baixo a previsão da inflação principal (todos os itens menos alimentos in natura) para o ano fiscal de 2024, e para cima no ano fiscal de 2023. Na estimativa do BOJ, a diferença do PIB corrente e do PIB potencial (hiato do produto) do Japão ainda é negativa, o que indica que a economia cresce abaixo do seu potencial e, portanto, ainda necessita uma política monetária estimulativa para sustentar a inflação no país.
No Brasil, o mercado espera ansiosamente pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que será divulgada amanhã (2), após o fechamento do mercado. Como comentamos no relatório da semana passada, o IPCA-15 mostrou uma composição bastante positiva do indicador de preços, com melhora expressiva na inflação de serviços. Com isso, o mercado chegou a precificar cerca de 75% de chance de um BC ainda mais brando, e um início de queda da Selic com um corte de 50 pbs.
A divisão entre os agentes de mercado sobre o ciclo de corte da Selic também deve acontecer entre os diretores do BC. Apesar da melhora no dado corrente de inflação e o comportamento benigno da moeda brasileira nos indicar que uma redução de 50bps é apropriada, não esperamos uma decisão unânime.
No âmbito dos ativos de renda fixa, continuamos vendo atratividade nos títulos prefixados de curto prazo e indexados à inflação para os vértices mais longos.
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Veja o cardápio de títulos de renda fixa recomendados para a semana
Todas as recomendações abaixo são títulos que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos, contudo, o investidor precisa se certificar de que não ultrapassou o limite de R$ 250 mil por instituição, incluindo os juros a receber do investimento.
Características do LCA prefixada do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 5 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque (R$ 1,995 milhões) |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 03/02/2025 (552 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | 9,32% ao ano |
Tributação | Isento de IR |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
O investimento na taxa líquida indicada da LCA prefixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 11,25% ao ano.
Características da LCA prefixada do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | R$ 500 mil |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 24/01/2025 (542 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | 10,10% ao ano |
Tributação | Isento de IR |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
O investimento na taxa líquida indicada da LCA prefixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 12,18% ao ano.
Características do CDB prefixado do Banco ABC do Brasil | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: brAAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco ABC do Brasil |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 22/07/2025 (721 dias corridos) |
Rentabilidade líquida anual | 10,83% ao ano |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Por fim, é importante lembrar que, para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.