Na última segunda-feira (31), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou a aprovação do modelo de privatização da Sabesp (SBSP3), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. O procedimento deve ocorrer via follow on (oferta pública de ações), mas ainda não tem data marcada.
Logo após a notícia, as ações da companhia caíram 5% durante o pregão de segunda-feira.
Agora, a dúvida, então, é se esse procedimento é benéfico para a Sabesp e para o papel.
Mas, antes de entendermos a opinião do analista João Piccioni, da Empiricus Research, sobre a ação, explicamos a seguir como funcionaria a privatização em si.
Por que o governo busca a privatização?
O objetivo é o Governo de São Paulo deixar de ser o acionista controlador da empresa (hoje com 50,3% das ações), em troca de aporte financeiro de novos acionistas.
Segundo o governador, a oferta pública permitirá a possibilidade de criar acionistas de referência da empresa. Ou seja, grupos controladores da gestão por terem fatias maiores das ações. Isso manteria inclusive o governo como um dos tomadores de decisão.
Com isso, a Sabesp conseguiria engordar seu caixa para antecipar as metas de universalização previstas no marco do saneamento, de 2033 para 2029, além de receber R$ 66 bilhões em investimentos, como afirma o governo.
A ideia também é usar os recursos para modernizar Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e Estações de Tratamento de Água (ETAs) e instalar duas usinas de dessalinização de água nos municípios de Guarujá e Ilhabela.
O follow on diluirá a participação do governo
A Sabesp tem economia mista e é listada em Bolsa desde 2002, quando realizou seu IPO. Agora, a ideia é reduzir a participação de 50,2% do governo nas ações da companhia por meio de uma oferta pública secundária (follow on), tornando-o acionista minoritário.
Os próximos passos serão determinados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos. Além disso, o processo de privatização ainda precisa de autorização legislativa — e o TCU (Tribunal de Contas da União) ainda não aprovou.
Afinal, a privatização é positiva para Sabesp?
Para João Piccioni, de forma geral, sim. “A privatização vai permitir à Sabesp melhorar seus processos operacionais, fazer com que a empresa tenha um ganho de governança corporativa. A História conta que a maior parte das companhias que foram privatizadas decolaram. Isso é indiscutível”.
Além disso, o analista ressalta o fato de a companhia ser líder de mercado e reforça que a privatização pode ser ótimo também para o governo. “Tira um peso das costas do governo de ter que administrar sozinho uma empresa do porte da Sabesp”.
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Então, por que as ações caíram após a notícia?
“É aquela velha história: a ação subiu no boato e caiu no fato”, afirma o analista. Ele se refere à questão de, na semana passada, o papel de SBSP3 ter subido em torno de 10% sem nenhuma informação diferente a respeito da companhia e nesta semana, quando veio a notícia, ter derretido 5%.
Vale a pena investir em SBSP3?
Embora a novidade possa alçar a Sabesp a outro patamar, por enquanto, conta Piccioni, a Empiricus Research tem um posicionamento neutro em relação à ação. Embora o papel tenha certa previsibilidade ao longo do tempo, o processo de privatização ainda depende de algumas etapas e pode ser lento.
Para conferir a entrevista completa do analista para o Giro do Mercado, clique aqui: