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Taesa (TAEE11) reporta bons números no 2T23, mas dividendos podem diminuir ao longo do ano; entenda

Apesar do bom desempenho operacional, lucro líquido contábil recuou -61%. Métrica é utilizada pela Taesa para distribuir dividendos

Por Ruy Hungria

03 ago 2023, 11:13 - atualizado em 03 ago 2023, 15:53

Taesa (TAEE11) e Eletrobras (ELET6)
Imagem: Pixabay

A Taesa (TAEE11) divulgou bons números regulatórios (visão caixa) referentes ao 2T23, com crescimento em todas as linhas e ganho de margens. 

A Receita Líquida atingiu R$ 633 milhões no trimestre, um crescimento de +13% na comparação com o 2T22, reflexo do início da operação de Saíra, entrada em operação de novas fases da concessão de Sant’Ana e pelo reajuste inflacionário do período. 

O bom controle dos gastos, que aumentaram apenas +3% no período, permitiu ao Ebitda crescer em ritmo mais acelerado do que a receita e atingir R$ 534 milhões (+15% ante o 2T22), com 1,2 ponto percentual de ganho de margem

As empresas coligadas ou controladas em conjunto, que são contabilizadas na linha de equivalência patrimonial, também apresentaram um desempenho interessante. Reajustes tarifários, além da entrada em operação de Ivaí, Paraguaçu e Aimorés no período permitiram uma expansão de 197% na linha de equivalência, que atingiu R$ 103 milhões. 

O resultado financeiro também melhorou, ajudado por menores gastos com juros de dívidas indexadas à inflação, que caiu no período.

Ajudado por todos esses fatores, o Lucro Líquido regulatório atingiu R$ 246 milhões no 2T23, alta interessante de +74% ante o mesmo período do ano anterior, mas em linha com as expectativas do mercado. 

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TAEE11: dividendos podem ser impactados em 2023

Além dos resultados trimestrais, a companhia anunciou a distribuição de R$ 313 milhões referentes ao 1T23, o que resulta em um yield de 2,5%. 

É importante mencionar que, apesar da alta dos resultados na visão regulatória e do bom desempenho operacional, a deflação do período medida pelo IGP-M fez o lucro líquido contábil (IRFS) recuar -61% na comparação anual. Como esta é a métrica utilizada pela Taesa para pagamento de dividendos, isso pode atrapalhar a distribuição de proventos para o restante de 2023. A ver. 

Apesar dos bons resultados da Taesa (TAEE11) por mais um trimestre, nossa preferência no setor segue com a Alupar (ALUP11), que conta com valuations mais atrativos e deve proporcionar um aumento do dividend yield para os seus acionistas nos próximos anos

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.