As ações da Intelbras (INTB3) e da Hypera (HYPE3) não responderam bem aos resultados operacionais do segundo trimestre (2T23).
A primeira divulgou o resultado após o fechamento de mercado de quinta-feira (27). No dia seguinte, as ações chegaram a cair mais de 12% ao longo do pregão, e encerraram a sexta-feira com baixa de -9,9%.
Nos dias subsequentes, os papéis da Intelbras chegaram a subir, mas não voltaram ao patamar de R$ 25,20, visto antes da divulgação.
A forte queda foi em decorrência do resultado pior que o esperado no segmento de energia solar.
No entanto, para o co-fundador e estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, a queda é exagerada e não reflete o que é a empresa.
“Pessoalmente, acho que é uma grande oportunidade de compra. Estressamos bastante o modelo, fizemos estimativas bem conservadoras para o [segmento] solar e chegamos num preço-alvo de R$ 30,00”, afirmou.
O preço-alvo, que já considera um cenário desfavorável para o setor, representa um upside de 27,6% em relação ao fechamento de mercado da última quarta-feira (2).
Mais à frente, o analista vê possibilidade de uma alta ainda maior. “Poderia buscar de R$ 35 a R$ 40 no caso de uma melhora no solar e com as parcerias que tem para fazer no segmento de comunicação, principalmente na China”.
“Acho uma rara oportunidade de compra, uma daquelas chances que o mercado dá de tempos em tempos de comprar empresas muito boas e baratas”, concluiu Miranda.
Rodolfo Amstalden, também co-fundador da Empiricus, vai na mesma linha. Segundo ele, não é porque o segmento de energia solar foi mal que a empresa inteira deve ser recriminada. Ele ainda vê atratividade no core business da companhia, os setores de segurança e comunicação, que avançaram no 2T23.
- [Tutorial gratuito] Aprenda como operar minicontratos de dólar e poder ganhar dinheiro, mesmo errando até 50% das operações
Mercado também não ‘deu bola’ para o resultado da Hypera
Também no dia 27 de julho, a Hypera (HYPE3) divulgou seus resultados do 2T23.
A queda das ações não foi tão acentuada quanto a da Intelbras mas, ainda assim, chamou a atenção, dado que o resultado foi bom diante do contexto.
No dia seguinte à divulgação, os papéis caíram 0,18%. Desde então, não retornaram ao nível do fechamento anterior ao balanço, embora estejam perto disso.
A companhia entregou Ebitda recorde e a maior geração de caixa de sua história. Conseguiu apresentar crescimento, mesmo com diversos desafios enfrentados no trimestre, como as férias coletivas em Anápolis, que afetaram a produtividade.
Rodolfo pontua que a queda pode ter a ver com uma realocação dos investidores, que estão “tirando dinheiro de cases defensivos em busca de mais risco”.
No entanto, ele vê atratividade para a ação, que deve se beneficiar com o corte da Selic. “A queda de juro é muito boa para a Hypera. Vejo uma oportunidade”, avalia.
Felipe Miranda também vai na mesma direção. “Acho uma empresa muito sólida e consistente. É uma das boas empresas brasileiras”, finaliza.