Investimentos

Ações do Airbnb (ABNB): faz sentido comprar?

De colchões de ar ao Louvre: entenda por que Airbnb deve entrar para o seu portfólio

Por Matheus Egydio

04 jan 2021, 05:32

As ações do Airbnb (ABNB) são recomendadas pelo nosso analista João Piccioni, aqui na Empiricus, nas séries MoneyBets e As Melhores Ações do Mundo.

 

Neste artigo, vamos explicar o racional por trás da indicação dessa startup que reclassificou todas as casas do mundo — a sua, inclusive — como potenciais quartos de hotel.

 

Para facilitar a sua leitura, dividimos este artigo nos seguintes tópicos:

Do desemprego aos bilhões

A trajetória dos fundadores do Airbnb é quase como o mito do self-made man: eles mal conseguiam pagar os boletos e, hoje, dirigem uma empresa global com valuation de bilhões de dólares.

E como uma boa história de sucesso, o caminho não foi fácil.

A grande sacada e o fundraising de cereais

Em 2007, Brian e Joe tinham um grande problema. Se chamava “pagar o aluguel do apartamento”. Em São Francisco, para piorar (um dos metros quadrados mais caros do mundo).

 

Pensando em formas de lidar com a situação, a dupla de designers ficou sabendo que haveria uma conferência internacional na cidade.

 

Com os hotéis lotados, tiveram o insight — ou opção de desesperados — de alugar o apartamento deles para quem não conseguisse estadia. Com a chegada do terceiro fundador, Nathan Blecharczyk, a proposta se materializou através do site inicial.

 

E deu certo: três designers gostaram da ideia e aproveitaram os colchões infláveis e o café da manhã. Viram que isso podia virar um negócio, mas faltava dinheiro…

 

O que não faltava, entretanto, era disposição. Para levantar o capital inicial, trabalharam fazendo designs criativos para embalagens de cereal. Novamente com um timing impecável, a dupla aproveitou as eleições para o trabalho:


 

Mas o dinheiro que eles conseguiam trabalhando não era o suficiente para abrir uma nova empresa. Eles precisavam de um investidor.

Felizmente, uma aceleradora de startups de São Francisco se sensibilizou pela ideia. Com os anos, renomeada como Airbnb, a startup atraiu mais investidores — como Sequoia Capital —, que injetaram cerca de US$ 600 mil no projeto.

O mundo como um hotel

Em um segmento que gera US$ 8,9 trilhões do PIB global, o Airbnb transformou o mundo todo em um hotel. Dos três colchões infláveis iniciais, a empresa está presente em mais de 190 países e aluga desde casas comuns até barcos, castelos, iglus e até um lugarzinho no Museu do Louvre.

 

Sim, um café da manhã com a Mona Lisa.

Com 5,6 milhões de residências ativas em cerca de 100 mil cidades espalhadas pelo mundo, a empresa já repassou mais de US$ 110 bilhões aos seus anfitriões.

E não para por aí.

Há um espaço enorme para crescimento, com uma estimativa de mercado total disponível (TAM) que ultrapassa os US$ 3,4 trilhões (tri, sim).

Fontes: Airbnb e Empiricus

Porque o Airbnb é diferente

Agora, justificamos a razão pela qual investir no Airbnb (ABNB) é a escolha certa para você, investidor.

 

Entre 2015 e 2019, a receita total da Airbnb cresceu, em média, 51% ao ano. Aí veio a pandemia. Nos primeiros nove meses de 2020, a empresa faturou US$ 2,5 bilhões, “praticamente o mesmo nível obtido em todo o ano de 2017”, compara Piccioni.


E ela conseguiu se recuperar com consistência: no 3T20, a startup gerou uma receita líquida de US$ 1,3 bilhão — quatro vezes mais do que no trimestre anterior.

 

A despeito dos números atraentes que a empresa já crava, o longo prazo também não deixa a desejar. Além do crescimento próprio do Airbnb, o vento é favorável: o mercado de turismo cresce rapidamente pelo mundo.

 

E os viajantes reforçam a concretude dessa meta: uma pesquisa realizada com seus usuários em 2018 indicou que 74% considerava o Airbnb a melhor opção para exploração de novos destinos.

 

Agora, partiremos dos aspectos operacionais para o potencial de valorização da ação, propriamente. Com uma precificação inicial estimada entre US$ 44 e US$ 50, a análise de Piccioni esclarece que o valor intrínseco de ABNB é de quase US$ 63.

 

Pragmaticamente, um potencial de valorização de 25% no seu portfólio.

Airbnb e os conflitos com governos

Nem todo mundo abraça a causa do Airbnb. E a empresa, tampouco, se lança em todas as regiões que poderia.

 

Alguns governos, desde Nova York até Paris e Berlim restringem o avanço da startup, normalmente sob a justificativa de que ela descaracteriza bairros residenciais ao transformá-los em bairros hoteleiros. A indústria hoteleira, é claro, também põe uma pressãozinha.

 

As restrições são diversas: em Paris, proprietários não podem alugar seus imóveis a terceiros por mais de 120 dias; enquanto em Berlim, apenas apartamentos registrados na prefeitura podem ser alugados para temporada.

E como eu invisto no Airbnb (ABNB)?

Com a racionalidade por trás da indicação — e o quanto você pode ganhar com ela —, vamos para a compra.

 

Piccioni alerta que ABNB é um ativo recente, com IPO em dezembro, então “ainda não sabemos quando os BDRs serão disponibilizados no mercado brasileiro”. Pode levar dias, semanas ou até meses…

 

Tudo depende de alguma instituição financeira correr atrás disso, atuando como instituição depositária.

 

Portanto, para aproveitarmos essa oportunidade, devemos recorrer à corretoras que negociam ativos no exterior. Separamos algumas para você: Avenue Securities, Saxo Bank (DIF Markets, SmartInvestment), TD Ameritrade e Interactive Brokers.

Sobre o autor

Matheus Egydio

Escreve para o site da Empiricus, MoneyTimes e Seu Dinheiro.