A Apple (Nasdaq: AAPL | B3: AAPL34) divulgou após o fechamento de mercado de ontem (3) seus resultados do 2T23, com queda marginal nas vendas, porém com uma rentabilidade melhor que a esperada pelo mercado.
No total, a Apple apresentou uma receita de US$ 81,8 bilhões no trimestre, 1,5% inferior na comparação anual.
Após a divulgação, as ações caíram cerca de 2% no pregão noturno.
Entre as linhas de negócio, a receita com a venda de iPhones totalizou US$ 39,6 bilhões, uma queda de 2,3% na comparação anual e abaixo do esperado pelo mercado.
Podemos dizer que, até este momento, a Apple era último pilar firme do segmento mobile a não sofrer com a desaceleração geral do setor desde 2022.
Quarta-feira (2), por exemplo, a Qualcomm (a maior empresa de semicondutores para o segmento mobile do mercado) reportou resultados fracos e um guidance tão amplo que talvez fosse melhor nem ter sido comunicado. As ações caíram 8% ontem.
Essa desaceleração agora chega também ao iPhone, cujas vendas se mantiveram resilientes nos últimos trimestres.
Da nossa parte, não observamos nada que devesse preocupar o investidor; numa análise relativa, a Apple ainda é de longe o player mais resiliente do setor.
Vendas de Macbooks caíram 7% no 2T23
No segmento de PCs, a venda de Macbooks totalizou US$ 6,8 bilhões, queda de 7% versus o ano anterior.
Como vimos nas últimas semanas, através dos resultados como os da AMD, as vendas de PCs ainda estão caindo entre 20% e 30%, sofrendo com a ressaca da pandemia.
No geral, os fabricantes tem praticado com seus distribuidores e parceiros um “sell-in” abaixo do “sell-out”. Ou seja, entregando menos dispositivos do que os vendidos na ponta final.
Essa dinâmica é típica de períodos onde há um problema de estoques, e a indústria de computadores pessoais trabalha neste momento para corrigir esse problema.
No caso da Apple, há um fator adicional: as vendas do primeiro semestre de 2022 não só ainda contavam com o impulso da pandemia, mas também se beneficiavam de um efeito novidade, com o lançamento da linha Mac com chips M1 (os chips proprietários da Apple).
Esperamos que essa dinâmica deixe de fazer parte dos resultados já nos próximos trimestres.
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Por outro lado, receita da divisão de serviços da Apple cresce 8%
A divisão de serviços, que compila as receitas da Apple Store, do iCloud e outros, teve receitas de US$ 21,2 bilhões, crescimento de 8% na comparação anual.
Em serviços, a Apple se beneficiou sobretudo dos aumentos de preços realizados nos últimos meses.
Sob uma perspectiva geográfica, a Europa voltou a crescer e até que enfim encontramos uma empresa cujos resultados permitem falar em reabertura chinesa sob níveis interessantes.
Na China, as vendas totalizaram US$ 15,75 bilhões, um crescimento de quase 8% versus 2022.
Em termos de rentabilidade, a margem bruta foi de 36%, em linha com o histórico.
2T23 da Apple: avaliação mista
No geral, esse foi um trimestre misto para a Apple: apesar da queda nas vendas e da performance mais fraca do iPhone, o seu extenso programa de recompra de ações e a ajuda de alíquota efetiva cerca de 2,5 pontos percentuais menor que no 2T22 permitiram uma surpresa de US$ 0,05 no lucro por ação, que encerrou o trimestre em US$ 1,26.
Negociadas a 30 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, as ações da Apple estão presentes na série Investidor Internacional há mais de 5 anos e acumulam um retorno superior a 350% no período, em dólares.