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Investimentos

Estapar (ALPK3): 2T23 dá continuidade à tendência de evolução dos resultados da companhia

Depois de sofrer com os efeitos da pandemia desde o IPO, Estapar começa a mostrar recuperação trimestre a trimestre

Por Ruy Hungria

10 ago 2023, 09:19 - atualizado em 10 ago 2023, 09:19

estapar alpk3
Imagem: Divulgação/Estapar

A Estapar (ALPK3) divulgou seus números referentes ao 2T23, mostrando ótima evolução em relação aos trimestres anteriores

A Receita Líquida trimestral recorde, de R$ 334 milhões (+22% vs 2T22), já havia sido divulgada na prévia operacional em julho. 

Mas nos resultados completos divulgados ontem (9) pudemos observar vários outros indicadores que foram recordes ou, então, os melhores desde 2019, quando ainda não tínhamos o impacto da pandemia.

O destaque continua sendo o segmento de Alugadas, cuja receita cresceu +25% na comparação anual.

Neste trimestre, começamos a observar mais claramente os efeitos da alavancagem operacional do negócio – quando a receita cresce em ritmo mais rápido do que os gastos, proporcionando ganho de margens.

A maior ocupação das vagas e os reajustes de tarifas ajudaram a diluir custos e despesas fixas. Com isso, a margem bruta caixa atingiu 26%, alta de +1,1 ponto percentual na comparação com o 2T22.

As despesas como porcentagem das receitas recuaram de 10% no 2T22 para 8,3% no 2T23, o que ajudou o Ebitda a atingir R$ 65 milhões, alta de +69% e com a melhor margem (19,6%) desde, pelo menos, 2019, quando a companhia começou a divulgar seus dados. 

2T23 dá sinais positivos da redução do custo da dívida

Devido o elevado endividamento da companhia, o Resultado Financeiro ainda mostrou uma perda líquida relevante, de -R$ 60 milhões, mas apenas R$ 4 milhões pior do que no 1T23, mesmo com uma emissão de debêntures relevante realizada em março, o que já mostra os primeiros efeitos positivos da redução do custo da dívida, que caiu de CDI + 3,54% no fim do ano passado para CDI + 2,89% no 2T23. 

No fim, a Estapar apresentou um prejuízo líquido contábil de -R$ 14 milhões, que já mostra uma melhora relevante tanto na comparação anual (prejuízo de – R$ 36 milhões no 2T22) como também na trimestral (prejuízo de – R$ 30 milhões no 1T23), e passa a ser o menor prejuízo trimestral da companhia desde 2019, antes da pandemia e do seu IPO. 

O FFO (medida de geração de caixa) atingiu R$ 36 milhões, também o maior desde 2019 e muito superior aos apresentados no 2T22 e 1T23 (R$ 7 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente). 

Com a melhora do Ebitda, a alavancagem caiu de 4,25x para 3,74x Dívida Líquida/Ebitda, ainda elevada, mas deve continuar recuando à medida que o resultado operacional melhora. 

ALPK3 segue na carteira de small caps da Empiricus Research

Depois de inúmeros trimestres muito pressionados desde o seu IPO por conta dos efeitos da pandemia, a Estapar começou a mostrar uma boa virada de resultados no 1T23 e apenas confirmou essa tendência positiva no 2T23. 

Por entender que ainda há muito potencial de valorização se essa recuperação continuar nos próximos trimestres, seguimos com ALPK3 na série Microcap Alert

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.