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Tickers: entenda qual o significado dos códigos das ações na bolsa

Ticker é um código usado na bolsa de valores para identificar e negociar um determinado ativo. Entenda para que servem e como interpretar cada ticker.

Por Equipe Empiricus

25 set 2023, 10:30 - atualizado em 19 fev 2024, 12:11

Imagem representando os tickers, códigos usados na bolsa de valores para identificar e negociar um determinado ativo.

A primeira impressão de um pregão na Bolsa de Valores pode ser assustadora, uma vez que há mais de 350 ações com seus códigos, os chamados tickers, se movendo e alterando freneticamente. Porém, após entender o que são e o que significam esses códigos, todo o entendimento sobre o funcionamento do mercado fica mais fácil.

O que são os tickers?

Assim como uma empresa possui razão social e nome fantasia para que sejam identificadas apropriadamente, também precisam de um nome especial e padronizado para que os investidores a reconheçam na Bolsa de Valores: os tickers.

Trata-se de um código que, aqui no Brasil, geralmente é formado por quatro letras e até dois números. Alguns exemplos disso são:

  • IRBR3
  • MGLU3
  • PETR4
  • SAPR11
  • AAPL34
  • AMZO34

Assim, as letras indicam o nome da empresa, enquanto o número representa o tipo de ativo que está sendo negociado. Vale destacar, portanto, que cada empresa pode ter dois (como no caso da Petrobras) ou até três (como no caso da Sanepar) tipos de ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, a B3.

Quais são os tipos de tickers?

Agora você já sabe, em maior ou menor grau, interpretar o código de cada ativo, ou seja, seu ticker. Para saber exatamente qual é a empresa, não tem muito jeito: só a prática resolve.

Isso porque nem todo nome é intuitivo, como VALE3 para a mineradora Vale. Para provarmos nosso ponto, temos CASH3, que diz respeito às ações da Méliuz.

Por outro lado, os números dos tickers são matadores e não deixam dúvidas sobre o tipo de ativo que você está olhando.

Ao analisar a B3, temos diversos tipos de ativos, identificadas em números que vão de 3 até 35 ou mais. Mas existe uma predominância em dois grupos: as ações ordinárias e as ações preferenciais.

Tickers de ações ordinárias

As ações ordinárias (terminadas em 3) são as que te transformam num sócio relevante da empresa, garantindo a capacidade de votar nas assembleias. Mas não se engane: sua opinião só fará diferença na administração da empresa se você tiver uma quantidade avassaladora de ações ordinárias.

Assim, para ter uma influência decente em uma empresa de R$ 4 bilhões, por exemplo, você precisaria estar entre os maiores investidores da companhia, com algo em torno de 10% a 20% das suas ações ordinárias. Algumas contas e chegamos ao valor que precisaria sair da sua conta: R$ 800 milhões.

No entanto, vale destacar que, apesar da quantidade de ações precisar ser enorme, ainda pode variar. Em alguns casos, ter 10% é o suficiente — Mark Zuckerberg possui apenas 15% do Facebook e o controla —, em outros, não tem jeito e quem manda é aquele que detém 51%.

E vale destacar que uma empresa com valor de mercado na casa dos R$ 4 bilhões é uma small cap (grupo das menores empresas da B3), ou seja, não é “simples assim”se tornar um player de peso dentro de uma empresa listada na Bolsa de Valores.

Tickers de ações preferenciais

As ações preferenciais (terminadas em 4) são as que dão preferência quando o assunto é distribuição de dividendos e falência. Isso significa que você estará na fila para receber os 25% de lucro que as empresas são obrigadas, por lei, a conceder aos acionistas; e que, caso a empresa seja liquidada, você receberá seu dinheiro de volta (ou o que sobrar dele) antes dos detentores de ações ordinárias.

Outros tipos de tickers

A maioria das ações negociadas na B3 são ordinárias ou preferenciais, mas isso não torna os outros tipos menos relevantes.

As ações que carregam os números 1 e 2 garantem ao investidor o direito de subscrição das ações ordinárias e preferenciais da empresa, respectivamente. Na prática, é o ativo que o investidor recebe para não sair perdendo quando, por exemplo, uma empresa aumenta o seu capital (ele pode escolher entre vendê-lo ou exercer o direito de trocá-lo).

As ações que carregam os números 5, 6, 7 e 8 são as subclasses das ações preferenciais, chamadas de ações preferenciais de classe A, B, C e D. Elas traduzem o mesmo conceito das ações preferenciais, mas cada uma delas te dá mais peso do que as subsequentes e, no mais, são raramente utilizadas.

As ações de número 9 e 10 são o outro lado da dinâmica das ações de número 1 e 2. Enquanto as de menor número concedem o direito de subscrição, as últimas são a concretização desse direito, ou seja, o ativo que o investidor recebe quando decide exercer a possibilidade e o processo se conclui. Por isso, são chamadas de recibos de subscrição de ação ordinária e preferencial, respectivamente.

Os ativos de número 11 podem carregar três significados: units, ETFs ou FIIs.

  • As units são “pacotes” de ações que misturam as propriedades das ações ordinárias e preferenciais;
  • ETFs são fundos de índices negociados como ações (como o BOVA11, que segue o Ibovespa);
  • FIIs são os fundos de investimentos imobiliários, ou seja, grandes propriedades negociadas no mercado financeiro, como lajes corporativas.

Por fim, temos as ações que possuem tickers com os números 32, 33, 34 e 35, que representam os BDRs. Tratam-se de ativos que se inspiram em ações internacionais, muitas vezes das maiores empresas do mundo, como Amazon, Apple e Berkshire Hathaway.

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