O BR Partners (BRBI11) anunciou nesta semana o início das atividades de Gestão de Fortunas (Wealth Management), focada em famílias de alta renda.
É importante lembrar que a divisão vem sendo estruturada há algum tempo, o que inclusive inflou as despesas nos últimos trimestres, ainda sem a contrapartida da receita.
A partir de agora, essa divisão começará a contribuir positivamente para os resultados, com grande potencial de sinergias com as outras operações. Lembre-se que o BR Partners tem como um de seus principais negócios assessorar famílias em eventos de M&A multimilionários – desde 2009, foram R$ 137 bilhões envolvidos nessas negociações.
Com a nova área, a companhia poderá internalizar pelo menos uma parte desses recursos, que antes eram enviados para outros bancos, além de prospectar outros possíveis clientes que hoje formam um mercado de R$ 460 bilhões.
Além disso, o movimento mostra mais uma vez a capacidade de o banco reconhecer áreas estratégicas que possam contribuir para os resultados, da mesma forma que aconteceu com a criação de Treasury (tesouraria) e Mercado de Capitais (originação, estruturação e distribuição de títulos de renda fixa), todos segmentos que surgiram para aumentar o leque de serviços oferecidos aos clientes que chegavam ao banco por conta do Investment Banking, e que acabaram ajudando não só a aumentar as receitas mas também a diversificar o negócio e deixá-lo menos suscetível à momentos de aversão a risco, que costumam ser péssimos para quem vive de M&As e IPOs.
É interessante notar que os executivos que chegam para tocar a área de Wealth – Álvaro Aguiar, Rafael Lisboa e Rodrigo Moraes – se tornarão sócios do BR Partners, em linha com o que comentamos na semana passada, sobre o aumento do percentual detido pelo partnership dar maior capacidade de atração e retenção de talentos.
Outro ponto que comentamos na semana passada foi sobre o follow-on, que daria saída para as famílias que investiram na fundação da companhia e ajudaria a aumentar significativamente a liquidez dos papéis. Pois bem, hoje (14) pela manhã o BR Partners protocolou o pedido de oferta secundária no qual as famílias venderão pelo menos 16,3 milhões de units, podendo chegar 21,3 milhões de BRBI11 a depender da demanda.
Se toda a oferta for colocada, o percentual de ações em circulação subirá de 24% para 45%, o que deve inclusive resultar em um re-rating pelo aumento significativo da liquidez.
Vale lembrar que o follow-on pode não ser concluído se as famílias não aceitarem o preço estabelecido na oferta, mas neste caso elas ficariam impedidas de vender as ações (lockup) até 2030.
Por 11x lucros esperados para 2023 e com muito potencial de aproveitar o ciclo de queda da Selic, BR Partners (BRBI11) segue como uma recomendação da Empiricus Research.
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