Os juros futuros sobem globalmente na manhã desta terça-feira. As taxas de 5 e 10 anos dos EUA ultrapassam o patamar de 4,5% e 4,35% ao ano, respectivamente, maior nível desde 2007. O mercado antecipa as decisões de política monetária ao redor de mundo e precifica a escalada do preço do petróleo no mês.
Na China, a maioria dos economistas esperam estabilidade nas taxas de empréstimo de 1 e 5 anos na reunião desta noite. Enquanto isso, a gigante incorporadora Country Garden entra no período de carência de 30 dias para pagamento dos juros aos seus credores e renova as preocupações de uma crise sistêmica por lá.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um alta de 25 pontos-base (pbs) na última quinta-feira (14), elevando a taxa básica de juros para 4% ao ano. Assim como entre os economistas e demais agentes de mercado, não houve consenso entre os diretos do banco sobre a decisão. No comunicado, os diretores fizeram mudanças que indicam que esta deve ter sido a última alta deste ciclo de aperto monetário. Além disso, a revisão para baixo das projeções de PIB reforça o tom mais brando (dovish) da decisão.
Entre os destaques desta semana, ainda teremos a decisão do Banco da Inglaterra. O mercado atribui cerca de 82% de chance de uma alta de 25 pontos-base nos juros na quinta-feira (21). No mesmo dia, o Banco do Japão (BoJ) também se reúne. Não é esperada nenhuma alteração nos juros, porém, após uma mudança significativa na comunicação recente, o mercado volta a especular sobre o fim da política ultra-expansionista na região. A resistência do BoJ em abandonar a política de controle de curva (yield curve control) tem se traduzido em uma forte depreciação do Iene. A moeda japonesa entrega a pior performance entre os países do G-10, com depreciação de cerca de 11,5% no ano.
Nos EUA, a decisão do Fed está marcada para quarta-feira (20). É consenso de que os juros permanecerão estáveis no intervalo de 5,25% e 5,0% ao ano. O presidente Jerome Powell deve reforçar a mensagem de que os próximos passos de política monetária continuarão dependentes dos indicadores econômicos divulgados entre as reuniões e não deve fechar completamente a porta para mais uma alta neste ano. O mercado precifica cerca de 40% de probabilidade de uma alta residual ainda neste ano.
Junto com a decisão, a autoridade monetária também atualizará suas projeções no mapa de pontos (dot plots). Será importante observar se o comitê ainda espera mais uma alta de 25 pbs neste ano e, principalmente, se os diretores ainda enxergam espaço para uma redução de 100 pbs nas taxas em 2024. Apesar dos dados de inflação continuarem mostrando uma tendência de queda, o mercado tem reduzido gradativamente suas apostas nos cortes do próximo ano devido aos dados ainda robustos de atividade e do mercado de trabalho.
Por fim, mas não menos importante, nesta quarta-feira (20) ainda teremos a decisão do Copom (comitê de política monetária). Por aqui também há consenso de que o Banco Central deve cortar a Selic em 50 pbs. A decisão deve voltar a ser unânime e indicar a continuidade dos cortes na mesma magnitude. Será interessante ver como se comportam as projeções dos modelos da autoridade monetária, uma vez que o mercado atribui uma pequena probabilidade de aceleração dos cortes para 75bps entre as reuniões de dezembro e janeiro de 2024.
Como comentamos no artigo da semana passada, ainda vemos possibilidade para um corte de maior magnitude neste ano devido aos indicadores antecedentes de preços domésticos. Por isso, continuamos gostando dos títulos prefixados para os vértices curtos da curva.
Confira os títulos de renda fixa recomendados nesta semana
Características do CDB prefixado do Banco BTG | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 21/09/2026 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | 10,94% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Segue a campanha do banco Daycoval com o CDB prefixado de 1 ano, com rendimento bruto de 13% ao ano que temos indicado há bastante tempo. Hoje, contudo, o banco colocou um novo destaque em sua plataforma. Apesar do mínimo de investimento elevado, a taxa ofertada é bastante interessante e, por isso, vale o destaque.
Características do LCA prefixada do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: brAA+ |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 150 mil |
Aplicação máxima | R$ 1 milhão |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 08/09/2026 (1085 dias corridos) |
Rentabilidade líquida | 10,35% ao ano |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
A taxa de 10,35% ao ano da LCA do Banco Daycoval equivale a taxa bruta de 12,2% ao ano, o que representa um spread de 1,7% acima do precificado pelo mercado na curva de juros hoje (19).
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