Os juros futuros globais continuam em alta, ultrapassando barreiras históricas relevantes. As taxas de juros de 10 anos dos Estados Unidos superam a marca de 4,5% ao ano, enquanto as de 30 anos encerraram o primeiro pregão da semana em 4,66% ao ano. Esse movimento ascendente das taxas é uma resposta à indicação dos bancos centrais de que as taxas permanecerão elevadas por mais tempo, o que exerce pressão sobre os ativos de risco e fortalece o dólar, especialmente em relação às moedas emergentes.
No Reino Unido, o Banco Central manteve as taxas de juros estáveis na última quinta-feira (21). A decisão foi dividida, com quatro votos a favor de um aumento de 25 pontos-base (pbs) contra cinco votos favoráveis à manutenção das taxas. No comunicado, a autoridade monetária reafirmou seu viés para futuros aumentos, condicionados principalmente à dinâmica do mercado de trabalho e à inflação de serviços. Antes da decisão, o mercado estava precificando pouco mais de 50% de chance de um aumento nas taxas. A decepção em relação às expectativas se traduziu em uma desvalorização da Libra Esterlina em relação ao dólar, que já acumula uma queda de mais de 7% desde o seu maior nível no ano.
Nos Estados Unidos, o Fed manteve as taxas entre 5,25% e 5,5% ao ano, conforme o esperado, adotando um tom rígido (hawkish) em sua comunicação. A única alteração significativa no comunicado foi o reconhecimento de que o mercado de trabalho desacelerou, embora permaneça forte. Em relação às projeções econômicas, o Fed revisou para cima as estimativas do PIB e reduziu as projeções de desemprego para 2023 e 2024.
A inflação cheia de 2023 também foi revisada para cima, mas o núcleo do índice de preços foi revisado para baixo. As estimativas de juros de 2024 e 2025 também subiram com 12 diretores ainda acreditando em mais uma subida de juros neste ano, em comparação com sete que preferem a manutenção das taxas. Para 2024, o comitê agora prevê apenas 50 pbs de corte no Fed Funds, metade do previsto em junho deste ano.
No momento da decisão, a taxa de juros de 10 anos dos Estados Unidos interrompeu o movimento de queda do dia e a taxa de 2 anos atingiu seu maior nível desde 2006. O índice DXY teve um forte aumento, levando moedas emergentes também a perderem força em relação ao dólar.
O presidente Jerome Powell também afirmou que os juros neutros atuais são significativamente mais altos do que a taxa neutra de longo prazo, o que implica necessariamente na continuação do aperto monetário para que a inflação convirja para os patamares desejados. O mercado ainda não está totalmente convencido da indicação de apenas dois cortes de juros no próximo ano e continua precificando uma chance não desprezível de redução de 75 pontos-base (ou três cortes) no Fed Funds até o final de 2024.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu de forma unânime reduzir a Selic para 12,75% ao ano na semana passada. A ata da reunião divulgada nesta manhã (26) não trouxe grandes surpresas e reforça a indicação do comunicado de que os próximos cortes devem continuar sendo da mesma magnitude, ou seja, de 50 pontos-base.
Também nesta manhã (26), o IBGE divulgou o IPCA-15 de setembro. O indicador veio ligeiramente abaixo das expectativas de mercado (0,35% em relação a 0,37%). No entanto, a composição do número foi marginalmente pior devido à reaceleração dos preços de serviços.
Do lado mais positivo, a deflação de itens industriais continua, em linha com o que temos visto nos indicadores antecedentes. Os semiduráveis e alimentos também surpreenderam positivamente.
Do lado oposto ficaram os preços administrados e o grupo de serviços. No primeiro, os destaques foram os preços de gasolina e diesel, refletindo o aumento anunciado pela Petrobras e a mais recente interrupção da importação do diesel russo. No caso de serviços, as passagens aéreas devolveram a queda em agosto e o núcleo de serviços também acelerou em relação às coletas anteriores.
De maneira geral, o mercado consolida suas apostas na Selic em 11,50% ao ano para o final de 2023 e reduz as expectativas de cortes para o próximo ano também. Continuamos com uma visão mais otimista em relação à inflação para o curtíssimo prazo no Brasil; portanto, ainda gostamos de títulos prefixados para esse horizonte. Para os vértices intermediários estamos migrando nossa preferência para os títulos indexados à inflação.
Confira os títulos de renda fixa recomendados nesta semana
Características da LCA prefixada do Banco BTG | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 01/10/2026 (1096 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | IPCA+4,23% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
A taxa líquida da LCA do Banco BTG equivale a uma taxa bruta de IPCA+ 5,82% ao ano, e portanto, um spread de 0,3% acima do título público de referência.
Características do CDB prefixado do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: brAA+ |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | R$ 250 mil |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 01/10/2024 (371 dias corridos) |
Rentabilidade líquida | 13% ao ano |
Tributação | 17,5% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.