Ontem (24), após o fechamento do pregão, a Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) reportou os resultados do primeiro trimestre do ano fiscal de 2024 (encerrado em setembro). Os números divulgados vieram melhores do que o esperado pelo mercado.
No período, a companhia reportou vendas de US$56,5 bilhões, aumento de 13% (12% excluindo variação cambial) na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A computação na nuvem ‘voou’
Analisando por linha de negócio, o destaque de crescimento foi a parte de Intelligent Cloud (IC), que engloba a parte da computação em nuvem (que tem o seu expoente o Azure) da companhia, que cresceu 19% em relação ao 1T23 e apresentou vendas de US$24,3 bilhões.
Já a parte Productivity and Business Processes (P&BP), na qual estão os negócios do sistema Office, reportou receita de US$18,6 bilhões (+13% vs. 1T23, +12% ex-câmbio).
Por outro lado, o segmento More Personal Computing (MPC) — que conta com as vendas provenientes dos dispositivos produzidos como o Xbox, assim como a venda de publicidade na sua ferramenta de busca — continuou sendo a linha do negócio que ainda apresenta dificuldade para crescer, com receita 3% maior (+2% ex-câmbio) em relação ao mesmo período um ano atrás, totalizando US$13,7 bilhões em receita.
Lucro operacional cresceu
A maior representatividade do IC permitiu com que a empresa conseguisse aumentar seu lucro bruto em 16% (+15% sem variação cambial), que encerrou o período nos US$40,2 bilhões, o equivalente a uma margem bruta de 71% (+2 pontos percentuais vs. 1T23).
E essa melhora acabou percorrendo todo o resultado da Microsoft. O lucro operacional de US$26,9 bilhões cresceu 25% (+24%) na comparação anual, com uma margem de 48% (+5 p.p. vs. 1T23); já o lucro líquido de US$ 22,3 bilhões, ou US$2,99 por ação, teve um aumento de 27% (+26%) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar de ser uma das maiores empresas do mundo, interessante notar que a Microsoft tem conseguido entregar crescimento nas mais diversas linhas de seu negócio.
As assinaturas dos seus sistemas operacionais seguem sendo demandados por clientes ao redor do mundo, tendo crescido 14% (+17% ex-câmbio) no trimestre em comparação com o 1T23. O valor desses contratos (que serão reconhecidos ao longo de tempo) totalizou US$212 bilhões, ante US$180 um ano atrás.
Como dito anteriormente, a parte de computação em nuvem segue sendo o principal vetor de crescimento e lucratividade da companhia, com receitas do Microsoft Cloud encerrando o período nos US$31,8 bilhões (+24% vs. 1T23) e margem bruta de 73%.
Sem contar na capacidade que a empresa segue tendo em gerar caixa para fazer frente às necessidades de investimento no futuro, assim como para retornar capital aos seus acionistas.
No trimestre, o fluxo de caixa operacional totalizou US$30,6 bilhões (+32% vs. 1T23), impulsionado pelas maiores receitas do segmento de cloud; já o fluxo de caixa livre, que desconta o valor utilizado no investimento em capital da empresa, foi de US$20,7 bilhões (+22%).
Já no quesito de remunerar os seus investidores, a Microsoft retornou US$9,1 bilhões aos acionistas, sendo US$3,6 bilhões por meio de recompra de ações e US$5,6 bilhões pagos em dividendos.
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Como a Microsoft vê seus resultados
De acordo com o comunicado dos resultados, o CEO Satya Nadella afirmou que o Copilot (produto de inteligência artificial oferecido pela Microsoft) tem permitido que negócios ao redor do mundo consigam utilizar essa nova tecnologia no seu dia a dia e gerar ganhos de produtividade para seus clientes.
Importante notar como os executivos irão tratar sobre esse tema (IA) na teleconferência de resultados, que tem a capacidade de gerar movimentos significativos nas ações da companhia.
Mas, enquanto a teleconferência não começa, os investidores gostaram do que viram, com as ações valorizando mais de 3,5% no after-market.
Apesar de não ser uma ação que possa ser considerada barata (negociando por mais de 30 vezes seus lucros projetados para o próximo ano fiscal), entendemos que esse é o preço a se pagar para se tornar sócio de uma das melhores empresas do mundo.
Seguimos com visão positiva para as ações da Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT), que segue como recomendação nas carteiras internacionais da Empiricus, ainda que com um peso pequeno (entre 1% e 3%) no portfólio.